A lua brilhava forte no céu, iluminando aquela noite escura. De longe eu podia ouvir uivos, pássaros, mas não conseguia me ouvir.
Tudo o que eu queria era correr, para longe de tudo e de todos e enfim chorar como uma criança que acabara de se perder da mãe, já que era assim que eu sempre resolvia meus problemas.
Mas não, agora não era hora para isso, eu tinha que ouvir, precisava de respostas para minhas perguntas.
- Por que agora eu pareço te conhecer a séculos? Por quê?
- Porque nós nos conhecemos há séculos. Clare, por mais que isso pareça estranho nós somos imortais.
- Mas isso é impossível! Eu ao menos saberia.
- Em relação as suas memórias – fez uma pequena pausa – é tudo culpa minha! – agora as lágrimas rolavam em seu rosto, e mesmo com a cabeça baixa eu pude ver.
- Como pode ser sua culpa? O que está acontecendo, eu não consigo entender.
- Eu não te protegi! Eu devia estar lá, em todas às vezes eu falhei, eu não estava lá quando você mais precisou. – sua voz estava rouca, e chorava cada vez mais. 
- Não importa o que tenha acontecido, não consigo entender nada disso, mas por algum motivo eu me lembro de você, e sei que esta dizendo a verdade, e por algum motivo ainda mais estranho sinto o vago em minha mente sendo preenchido e não quero que se afaste de mim e não chore! – com surpresa me vi abraçando-o, e tudo o que eu dissera era verdade e eu nem sabia.
Logo ele havia parado de chorar.
- Desculpa, mas precisamos voltar – disse eu tentando não parecer indelicada.
- Tudo bem – agora de pé ele me ajuda a levantar, e já em seus braços íamos em direção aos dormitórios, mas não corria, andava devagar.
Não demorou muito até que chegássemos. Ele me colocou no chão, deu um beijo em minha testa e foi embora sem nada dizer. Corei e entrei no meu quarto o mais rápido que pude, aliviada por hoje ter alguma festa, tirando todos os alunos dos corredores.