Já era noite, como de costume fui para meu quarto evitando convites para festinhas que sempre acabavam em confusão. Na porta de meu quarto me atrapalhei ao procurar a chave, todos os meus livros caíram fazendo um enorme barulho, me apressei para pegar tudo o mais rápido, mas uma ajuda inesperada aparece, Molly acabava de chegar de mais algum de seus encontros.
- Até quando? - perguntou Molly.
- Até quando o que? - respondi surpresa de não saber do que ela dizia.
- Até quando vai ficar calada? Vamos, como é o novato? É bonitinho? Qual o seu nome?
- Podemos entrar primeiro?
Após responder um imenso questionário, percebi a falta de meu pingente, lembrança do meu pai, que falecera em um acidente de carro.
Sai às pressas, mas não estava lá, tudo o que encontrei foi Jonathan apoiado na parede com algo em mão.
- Demorou pra vir buscar - ele balançava o pingente de um lado para o outro - Pegue, e tome mais cuidado da próxima vez.
- Obrigada, aliás, o que faz aqui?
- Eu estava te esperando.
- Esperando pra que?
- Minha vez de te mostrar este lugar!
- Não é uma boa ideia...
Eu virava pra voltar ao quarto agora com o pingente em mãos, quando ele segurou meu pulso, de forma forte, porém delicada.
- É rápido, isso não vai te matar - ele disse de maneira tão suave que nem percebi quando ele me pegou em seus braços e começou a andar.
- O que você está fazendo? Dá para me largar?
- Não.

- Pare agora mesmo!
- Tudo bem.
- Agora me coloca no chão.
- Não. - sua voz era calma, porém impunha autoridade, como se eu fosse uma pequena criança brigando por não ter ganhado uma boneca.
- Qual o seu problema?
- Você não tem força, eu te levo - me assustei ao ouvir isso e comecei a corar. Não eram muitas pessoas que percebiam que eu não andava muito bem, talvez fosse esse o motivo de eu ser tão desastrada.
- Como? C-como você sabe?
- Você não conseguiu correr de mim - estava vermelha e me sentia com vergonha, mas agora ele estava correndo.
Logo estávamos em um lugar vazio, silencioso e que eu não me lembrava de ter visto antes.
- Sente, não force suas pernas - obedeci sem hesitar, e agora ele estava do meu lado olhando as estrelas. A noite era escura, e ali havia pouca iluminação deixando as estrelas visíveis - O nome da escola foi escolhido aqui, com este mesmo céu, com estas mesmas estrelas.
- Eu não - antes que pudesse terminar ele foi rápido e me atirou contra o chão. Eu sentia a grama molhada, sentia seu calor, sentia as pontas de seu cabelo em meu rosto, mas acima de tudo, sentia correntes que me prendiam a ele, e agora sentia seus lábios tocarem os meus. Por algum motivo me vi retribuindo o beijo, e quando me dei conta de mim mesma recuei.
- O que você está fazendo? Enlouqueceu? Eu nem te conheço. - antes que eu continuasse, ele me interrompeu.
- Droga, isso não foi o suficiente - resmungou.
Novamente ele me jogou no chão agora com mais força, prendeu meus braços, pensei em gritar, mas estava longe de tudo. Ele continuava a tentar me beijar enquanto eu recuava, até que não consegui, ele foi mais forte do que eu, e agora me beijava, de forma violenta.
- Ainda não funcionou, droga!
- O que está acontecendo?
Sem entender nada ele me pegou em seus braços, tentei lutar, mas ele era mais forte, agora corria em direção a uma pequena floresta. Paramos em um enorme tronco caído sobre um pequeno rio, e agora ele me beijava novamente.
Não conseguia entender o que era aquilo, mas de repente veio tudo em minha mente. Ele, aquele lugar, tudo como se eu já tivesse vivido aquilo.
- Ótimo, funcionou pela sua cara, agora senta e eu te explico.
Ainda sem entender nada me sentei.