Com passos longos e firmes não demorei a chegar naquele lugar indicado por uma pequena placa como "escritório da diretora". A porta estava entreaberta, entrei sem bater sem nem perceber meu erro. Tentei voltar, mas já era tarde demais para isso.
- Clare você chegou, vamos entre, entre! - sua voz era calma e estranhamente acolhedora - Este é Jonathan, ele acaba de chegar e gostaria que você mostrasse as nossas instalações para ele.
Não havia percebido aquele garoto no fundo da sala afundado em uma poltrona até a diretora lançar um olhar para ele com uma de suas caretas de reprovação. Logo ele estava vindo um minha direção, por algum motivo fiquei olhando para o chão, ele se aproximou mais esticou a mão como cumprimento.
Olhei diretamente para seu rosto, vi que ele me encarava. Sua pele era pálida, seus cabelos loiros e olhos verdes, ele tinha algo diferente, talvez não fosse só mais um idiota que ela estava acostumada,mas seu toque, ela sentia como se fosse estranhamente familiar.
- Sou Clare Jensen.
- Eu sei, por favor, vamos pular a formalidade. - seu tom de voz era frio e distante.
Prosseguimos pelo corredor calados, eu dizia alguma ou outra coisa só tentando passar informações principais, mas sua atenção por algum motivo se voltava para mim. Percebi que ele olhava atentamente para mim, como se estivesse me estudando.
Ao caminho dos dormitórios tudo estava em silêncio. Até que me deparei em direção ao chão, mas este não foi completo, aquele estranho garoto me segurou pela cintura antes que eu pudesse cair. Seu toque me fez estremecer, e percebi que eu estava corando. Antes que eu pudesse agradecer ele deu de ombros.
- Não precisa agradecer. - agora em um tom de voz distinto. - Algumas coisas nunca mudam. - seu murmúrio foi alto o bastante para que eu pudesse ouvir.
Pensei em perguntar, mas me contive, e finalmente chega os ao quarto 142, entreguei sua chave e saí me senti culpada por não dizer nada. Antes de ir, olhei para trás, e ele continuava na porta me olhando, novamente me via corar, apressei o passo e saí o mais rápido que pude.
Estava perto de meu quarto quando deixei minha chave cair, agachei e quando levantei lá estava ele, atrás de mim, me olhando.
Não sei o motivo, mas neste exato momento, senti uma espécie de conexão entre nós, algo que eu jamais sentira em toda minha vida.
Percebi que estava vermelha, por sinal muito vermelha, me virei rapidamente ainda sem jeito e andei o mais rápido que pude, mais um pouco eu estaria correndo, mas não tinha forças para isso.