Apenas Amigos. escrita por Yang


Capítulo 6
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O despertador toca. São oito horas da manhã de um domingo chuvoso no Rio de Janeiro. Júlia levanta-se e percebe que os tios não estão em casa. Deixaram um bilhete sob a mesa informando que foram fazer compras no supermercado.

Hoje deve ser sagrado para ela: dia de folga. Decidiu tomar um banho e depois dar uma volta atrás dos apartamentos pela gávea. Coisa simples, mas infelizmente (ou felizmente), seria necessário ter dois quartos.

Liga o computador rapidamente para saber se Apolo deixou alguma mensagem ou está online. Nada. Visita o perfil dele e percebe que ele não atualiza há bastante tempo. Deve estar muito ocupado, mas pelo menos os dois conseguem conversar sempre que podem. Porém Júlia vem percebendo que os assuntos estão ficando cada vez mais desgastantes. As conversas sempre encerram em “saudade” ou então “nos vemos em breve”. Mas esse breve parece nunca chegar.

Tudo bem, ela consegue ocupar a cabeça com o pensamento de que ele é o tipo de cara que não quebra promessa... E além do mais, os amigos que fez em pouco tempo fazem ela se sentir bem com brincadeiras e conversas jogadas fora. Principalmente Lucas, ele vem sendo bem companheiro.

Júlia deixa uma mensagem no papel para os tios saberem onde ela foi assim que eles chegarem. Pega uma bolsa e segue para gávea.

Mesmo sendo um pouco cedo demais para procurar por um apartamento, Júlia quer saber o padrão dos preços e tudo mais.

A viagem é em vão. A chuva piora e ela só consegue ver alguns apartamentos com o aluguel acima dos 500 reais. Ainda recebe um aviso de um rapaz que lhe alerta:

– Não vai conseguir nenhum local com um preço abaixo desse.

Sem desapontar-se, tenta falar com Apolo assim que chega em casa. Ele atende, mas a voz lhe soa estranha.

Oi Júlia. – diz ele sem muita importância a ligação.

– Apolo? Eu liguei porque pesquisei os apartamentos hoje e... – ela é interrompida.

– Esqueça um pouco essa história de apartamento. – alerta ele.

– Por quê? – pergunta eufórica.

– Está cedo demais. Faltam uns cinco meses. Viva um pouco, se diverte por aí. Estou tentando fazer o mesmo.

Ela fica calada por um tempo.

– Está me dizendo para eu esquecer isso e fingir que nada vai acontecer? – pergunta indignada.

– Entenda como quiser. – responde.

– Tudo bem Apolo. Adeus.

– Como assim “Adeus”? – pergunta perplexo.

– Entenda como quiser. – responde.

Ela desliga e assim passam-se três meses sem notícias um do outro.

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Maio de 2010.

As aulas da faculdade continuam incríveis. Psicologia é realmente a área que Júlia sempre quis seguir.

Gabriela e Lucas criaram verdadeiros laços com Júlia. Estão sempre juntos. Graças a eles a garota conseguiu outros colegas também. Anita, Fernando, David e Mariana sempre estão presentes nas bagunças.

– Mas essa Anita é muito burra cara! – dizia Fernando enquanto zoavam a amiga por ter errado a questão mais estúpida da prova.

– Só estava desconcentrada! – disse ela.

– Tudo bem, essas coisas acontecem... – defendeu Gabriela.

Os amigos e colegas se reuniam em uma lanchonete próxima a faculdade. Lucas não gostava muito de bagunça, mas se esforçava em ir aos encontros, pois queria ficar perto de Júlia.

– Então, notícias do carinha lá? – perguntou Lucas à Júlia. Estava se referindo ao Apolo.

– Não. – respondeu desapontada, triste e de cabeça baixa.

– Vocês tiveram alguma coisa, algum envolvimento não é? – pergunta ele curioso.

Ela decide falar por que acredita que aquela altura, todas as promessas feitas pelo rapaz fossem furadas e sem importância.

– Fomos “amigos coloridos”. – responde ela.

– Ual! Que moderno.

– Nem tanto. Não era pra rolar sentimento, mas... Merda! Rolou. – diz ela indignada com a certeza presente há tanto tempo, e que só viera à tona recentemente.

– E agora, sente falta dele? – pergunta.

– Sinto... – ela sente que vai se debulhar em lágrimas, mas contém porque existem pessoas ali que não podem saber de nada. – O que me sugere?

Ele olha para a garota e lhe dá um breve “conselho”:

– Feliz ou não, a lei da vida é seguir em frente de cabeça erguida. – ele sorri. Ela sorri. E se recorda do dono da frase.

– Renato Russo. – diz ela.

Ele ergue a taça de milkshake e faz um brinde.


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