As aulas tinham terminado para aquele dia e Rick já se havia despedido do grupo. Enquanto caminhava para casa podia ver dois rapazes segui-lo, eram-lhe familiares mas não conseguia lembrar-se onde os tinha visto.

- Eih tu! – Chamaram, porém Rick continuou o seu caminho sem desviar os olhos da estrada – Estás a ouvir lingrinhas?

- Que querem? – Rodgers perguntou irritado sem conseguir mais suportar.

- Vamos ensinar-te a não te meteres com as pessoas erradas – de repente os rapazes já não eram dois. Alguns agarraram Rick fazendo-o permanecer imóvel enquanto outros agrediram-no violentamente. O jovem não conseguiu responder e apenas foi deixado quando estava no chão envolto numa grande poça de sangue.

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 - Eih Katie – Sodou Johanna enquanto a filha entrava no carro.

- Olá mãe – Kate retorquiu dando um beijo na bochecha da mulher mais velha.

- Como correu a escola Katie? – Logo a mais nova contou à mãe o que havia feito durante o dia, embora, sem nunca mencionar Rick. Johanna era para Kate a sua melhor amiga mas desde o início a mais nova protegeu a relação com o rapaz o melhor que pode.

- Por falar em escola mãe, convidaram-me para logo ir a uma festa visto hoje ser sexta-feira, posso? – Johanna atirou-lhe um olhar inquisidor, desde à muito tempo que deixara de ver na filha o interesse por festas e amigos.

- Por mim tudo bem Katie, mas ainda tens de falar com o teu pai – Kate agradeceu alegremente – Há algo que me queiras contar?

- Não mãe, que haveria para contar? – Kate desviou o olhar para a janela.

- Não sei, apenas acho suspeito que de repente voltes a querer sair! – a morena encarou o chão tristemente.

- Pensei que voltar à rotina normal fosse bom! – Johanna estendeu a mão para agarrar a mais pequena.

- Claro que é bom Katie, sabes que só quero que sejas feliz. Estou apenas surpresa e gostava de saber o motivo de quereres voltar aos velhos hábitos. – a mais nova não falou durante uns breves minutos.

- Rick – sussurrou inaudivelmente.

- Quem Kate?

- Rick! – Repetiu mais alto – Ele é a razão para querer voltar a sair, ele é a razão para ter voltado a falar com os meus amigos, ele é a razão que me faz acreditar que talvez as coisas possam mudar. Sei que soa parvo, mal o conheço para começar mas… - Johanna encarou a filha com um sorriso enorme.

- Mas o quê Katie? Será que tu gostas dele?

- Ele é realmente importante para mim e é tudo o que estou a dizer sobre ele.

A morena mais velha não voltou a falar durante o resto do percurso.

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Kate chegara a casa e depois de arrumar as coisas da escola reparou que tinha uma mensagem de Rick.

“Olá, já deves estar em casa! Tive uns problemas durante o caminho e não sei se hoje seria o dia ideal para o nosso encontro mas se já tiveres tudo preparado podemos ir na mesma!” ela não conseguiu esconder a deceção mas como ainda não tinha conversado com o pai aceitou.

“Tudo bem, acho que fica para outro dia então!” segundos depois o telemóvel dela tocava.

Chamada on 

 “Hey Kate!”

“Olá” ela respondeu sem interesse.

“Nós podemos ir à festa se queres mesmo, é só que…” Rick preferiu não contar-lhe o que realmente acontecera “a minha mãe precisa da minha ajuda hoje e tive uma ideia brilhante para amanhã”

“Amanhã?”

“Sim, posso ir buscar-te por volta das onze da manhã?”

“Os meus pais amanhã não vão estar por isso em princípio tudo bem!”

“Perfeito então!”

“Vemo-nos amanhã?” ele conseguiu perceber que ainda não estava tudo bem mas esperava que não fosse demasiado difícil consertar. Rick odiava mentir-lhe e mais do que ninguém queria ir aquela festa com ela.

“Sim!” Kate percebeu o sorriso dele do outro lado da linha e não conseguiu evitar sorrir de volta.

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Era por volta das nove da manhã quando Kate acordara no dia seguinte. Depois de desligar o despertador ela leu a mensagem de Rick.

“Roupas confortáveis!” ela sorriu, ele estava realmente empenhado naquele encontro.

A morena decidiu vestir uma camisa branca fresca à qual juntou umas calças skinny. Nada exuberante e bastante confortável.

Exatamente às onze horas a campainha toca e Kate corre para atender.

- Olá – ele cumprimenta amigavelmente. Nesse momento Kate vê as feridas pela cara, o canto da boca inchado assim como uma das maças do rosto.

- Rick, o que aconteceu contigo? – a jovem perguntou enquanto colocava a mão no rosto dele.

- Caí ontem enquanto estava a ajudar a minha mãe.

- Por favor, não me mintas ok? – Rick baixou a cabeça para encarar o chão.

- Ben e os seus amigos apanharam-me ontem enquanto caminhava para casa! – ela olhou para ele surpresa.

- Por isso desmarcas-te as coisas ontem? – ele assentiu levemente – E eu a culpar-te e a falar torto contigo! Desculpa – Ele sorriu.

- Não há problema Kate, vamos?

- Claro que há, agi estupidamente mal contigo ontem, não devia ter-te tratado daquela maneira, não depois de a culpa ser minha para isso.

- A culpa não é tua!- Rick retorquiu firmemente – A culpa é do Ben e de todos os seus amigos e sinceramente Kate, valeste cada murro. - Ela não lhe respondeu e antes mesmo que tentasse Rick encaminhou-a para fora do apartamento. Caminharam até ao central parque, Rick levava uma cesta e Kate já suspeitava de que eles fariam um piquenique.

- Rick para onde vamos? – ele pegou a mão dela para que pudessem andar mais depressa.

- Há uma zona aqui onde adoro estar, onde costumo escrever, é muito pacifica. Lugar perfeito para um piquenique – Kate sorriu perante enorme entusiasmo.

- Obrigado! – ele parou.

- Por quê? – perguntou surpreendido!

- Por me teres defendido no dia em que nos conhecemos, por teres insistido em falar comigo mesmo quando ninguém o faria e obrigado por estares aqui agora e por teres preparado tudo isto.

- Olha Kate sei que isto vai parecer absurdo mas é realmente o que sinto. Naquele dia estava a caminhar pelos jardins da escola e reparei em ti, mas antes que me pudesse aproximar Bem já lá estava e fiz aquilo que achava correto. Estava habituado à popularidade, a ter montes de raparigas, qualquer uma que quisesse mas tu, tu eras diferente, não aceitas-te na minha primeira investida e mesmo quando penso que não me podes surpreender mais tu provas-me que estou errado. – ele parou dando um passo na direção dela – Quem deveria estar a agradecer era eu, por poder ter a oportunidade de te proporcionar tudo isto e se me permitires mostrarei que isto é apenas uma pequena parte do que ainda tenho para te dar. Kate, tu és especial para mim, consegues realmente mostrar que ainda há beleza combinada com inteligência – Kate corou perante o discurso dele.

- Tu não estas nada mal também – ele gargalhou e voltou a pegar a mão dela continuando o seu percurso.

Kate pela primeira vez em muito tempo sentia-se bem. Parecia que nesse dia o sol brilhava mais forte os pássaros cantavam mais alto e tudo em seu redor fazia sentido, apenas por ter aqueles cinco dedos a preencher o espaço entre os cinco dela.