O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Esse capítulo eu pessoalmente adoro, e espero que voces gostem também. Nele tem uma duas coisas que eu queria colocar desde a primeira temporada mas acabei não colocando, e que eu direi nas notas finais para não dar spoiler.
Esse capítulo é grandinho... E também é um tanto comédia!
Bem, ainda não é o dois, mas teremos surpresas também!



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POV Katniss.


Estávamos todos em um dos trens tomados pelos rebeldes, com a ferrovia que percorria toda Panem e foi tomada pouco a pouco pelos distritos, então obviamente poderíamos viajar seguros nela até as proximidades do distrito 3, então pararíamos e continuaríamos a ir com o exército. Bem nos não guerrilharíamos, mas ficaríamos em um quartel general rebelde protegido dentro do próprio 2, já que havíamos conquistado com um pedaço do distrito até agora. O pedaço que poderia ser considerado a costura do 12, o grupo de pessoas mais miseráveis e pobres do distrito que se rebelaram contra o seu próprio povo.

Não houve guerra contra essa área, eles simplesmente resolveram se aliar ao 13, opção que lhes fora dada logo no começo da guerra e havia sido aceita a pouco. Bem, não poderíamos dizer que não houve escolha, pois houve sim.

O trem que estávamos era igualzinho o que levava os tributos a arena, o que era bem desconfortável pois me lembrava muito os tempos dos jogos. Além de ser irônico, sendo que esse trem agora estava cheio de vitoriosos e líderes rebeldes.

Nós –e por nós eu quero dizer Coin. –pretendíamos fazer um vídeo com todos os vitoriosos. Provavelmente apenas Peeta falaria, eu ficaria a seu lado como papel de esposa apaixonada -coisa que se torna a cada vez mais fácil para mim- e também de mockingjay. Johanna apareceria atrás possivelmente acenando com a cabeça junto com Finnick, que não poderia posar mais de galã por agora ser casado, o que também não diminuía em nada sua beleza e não significava que Coin fosse deixar de aproveita-la.

Annie e Beetee seriam os únicos a não aparecer, junto a Haymitch. Annie por ainda não ser considerada muito apta para encarar a guerra, ou pelo menos parte dela, e entrava em pânico sempre que via uma arma de perto, e também, obviamente, não havia participado dos treinos. Beetee não estaria no vídeo porque estará cuidando da parte estratégica da guerra e estaria ocupado junto a Haymitch. Mas como Beetee, Annie e Haymitch não eram dos vitoriosos mais conhecidos não houve problema nisso.

Além dos vitoriosos também tínhamos no trem os líderes rebeldes mais importantes, o que incluía Gale. O resto do exército iria de aerodeslizador mesmo. Isso é, Simila e Delly.

Peeta continuava no quarto designado para nós, ele estava bem abalado tanto pelo irmão quanto por Delly, e agora, também pela Noz. Peeta era seriamente contra até a tentativa de soterra-la, alegando que não era uma solução humanitária. Estranhamente, eu não conseguia concordar com ele.

Já era tarde, muito tarde, e eu não conseguira pregar os olhos nem por um segundo. Peeta por outro lado parecia exausto e dormiu feito uma pedra dois segundos depois da cabeça tocar o travesseiro. Fiquei quase duas horas rolando na cama até que finalmente desisti, e me encaminhei para a cozinha.

Esse trem era muito maior do que o que nos levou para a Capital nas arenas, eu podia me lembrar, esse era dividido por alas, cada ala possuía uma cozinha, que emendava com um tipo de sala que só possuía um sofá velho, já que todo tipo de luxo havia sido retirado quando os rebeldes tomaram posse. Cada ala variava entre 4 ou 5 quartos, no caso estávamos em uma de 5, um para cada vitoriosos isso contando que eu e Peeta dormimos junto e incluindo um quarto para Haymitch.

Eu estava sentada no velho sofá, girando com uma colher o café em meu copo. Eu já havia tomado chá para tentar dormir, sem sucesso, então optei por me manter acordada até amanhã com um café. Podia não ser um plano muito inteligente, por se tratar de uma batalha, mas era o único que eu tinha.

Eu quase não tomava o café, estava com um gosto amargo horrível. Eu era tão horrível na cozinha que era capaz de estragar um café praticamente já vindo pronto, veja só. O liquido girava na caneca em quanto o mexia com a pequena colher e me fazia me lembrar do massacre. Algumas lembranças voltavam vezes ou outras em meus sonhos, apesar da maioria não fazer muito sentido, como imagens soltas. Um chá, talvez. Faço uma nota mental de perguntar isso a Peeta no jogo do real e não real.

–Como pretende dormir se enchendo de café? –uma voz sussurra no meu ouvido por traz do sofá. Levo um susto tão grande que dou um pulo dele, quase derrubando o café em cima de mim mesma. O que eu teria feito, se Finnick não tivesse segurado o café quase já no ar, deixando apenas algumas gotas pingarem em meu colo. –desculpe, não era intensão.

–Tudo bem. –digo. –aliás, é descafeinado. -minto

–É sei. Claro que é. -ele diz, irônico. –aliás peguei um pouco do que sobrou na cozinha. –ele estica seu próprio copo, como quem faz um brinde solitário, e senta-se ao meu lado no sofá. –espero que não se importe.

–Tudo bem, está horrível mesmo. –dou de ombros.

–É claro que está, você está tomando puro. –ele fala em um tom de brincadeira. –que tipo de pessoa toma café puro?

–O tipo que mal sabe fazer café.

–Aqui. –ele pega algo do pires de sua xicara. –quer um cubo de açúcar?

Ele oferece com a voz roca e sedutora de galã que costumava usar no massacre, até com amnésia é um pouco difícil esquecer o antigo estilo de Finnick. Mas a cena me faz soltar uma gargalhada, penso em como as coisas mudaram, e como vejo a todos diferentes. Finnick, o galã casado. Quanto sentido, produção.

Ele ri junto comigo da própria piada.

–Claro. –digo por fim, e ele despeja alguns cubos no copo.

–Chantilly? –ele agora usa sua voz normal, que é completamente diferente da rouca sensual que ele costumava forçar, sua voz natural é simplesmente comum.

–Chantilly no café?

–Qual é, tudo fica melhor com chantilly! –eu estico minha caneca e ele despeja o doce. –torne a vida mais doce.

–Acho que estamos precisando, não? –dou um sorriso triste, ele me acompanha. –também ano consegue dormir?

–Não. –ele nega. –acho que é costume de dormir sempre com Annie, estou meio desacostumado, apesar de muitíssimo feliz dela não ter vindo para essa guerra, mesmo que seja apenas para gravar um vídeo. –ele conclui. –e voce?

–Acho que simplesmente sem sono.

–O lugar lembra muito os jogos, não é?

–Muito. –eu digo. –a sensação e de estar voltando para lá.

–Eu sei. –ele lamenta. –queria ter algum livro ou algo do tipo, para poder distrair a cabeça.

–Voce lê? –pergunto surpresa, talvez surpresa de mais. Finnick dá um sorriso.

–Não sou um poço de inteligência, mas eu leio as vezes, ok? –ele se finge de ofendido.

–Pelo menos é uma fonte de distração.

–Verdade.

Nós ficamos em silencio por um momento. Finnick fixa seu olhar no horizonte, como costuma fazer distraidamente as vezes, de repente fica meio tenso, ombros rígidos e testa franzida. Com mais rapidez do que a seriedade se forma ela se vai, seus ombros relaxam e ele dá um risinho, seguido para um olhar para a própria xicara –ou para as próprias mã os, eu não saberia dizer- com um sorriso um tanto bobo nos labios.

–O que foi? –eu digo, sorrindo um pouco também.

Finnick sai de seus pensamentos, pisca algumas vezes como tentasse entender a pergunta.

–O que foi o que? –ele diz confuso.

–Voce ficou rígido e em seguida começou a sorrir sozinho. –ele desvia o olhar, como se não tivesse notado os próprios movimentos, certo de que ninguém mais notara também. –voce tem estado muito feliz nesses dias, não é? Digo, antes de termos que vir para o dois.

–Não é nada. –ele fala, descendo os olhos para o café novamente, mas dando outro sorriso e mordendo os labios depois, tentando disfarça-lo.

–Finnick Odair, eu exijo saber o que está acontecendo! –eu digo, mas em um tom muito mais de brincadeira do que de seriedade. –é sobre Annie né? Até porque realmente, depois de ter se casado e tudo.

–A Annie...

–Ah eu imaginei. –seus olhos deram uma leve arregalada. –voces tem um casamento recente e tudo mais, deve ter sido bem chato para vocês se separem pela primeira vez após o casamen...

–Annie está gravida e eu vou ser pai. –ele diz tudo tão rápido que minha boca continua aberta pela frase a ser completada, e continua aberta depois disso pois meu queixo simplesmente cai com a notícia. –Eu... Eu vou ser pai, Katniss.

Ele abre o sorriso mais doce e bobo do mundo, os olhos brilhantes e verdes de Finnick chegam a parecer quase infantis.

Dois segundos, e milhões de coisas se passaram pela minha cabeça, tanto positivas quanto negativas. Mas por fim, tudo que consigo fazer é abraçar Finnick e sentir-me imensamente feliz por eles.

–Parabéns, Finnick!

–Obrigado. –ele fala, me abraçando também. –aliás, Kat, será que tem como você não comentar com ninguém?

Eu saio do abraço para o encarar confusa.

–Porque? Finnick, você e Annie querem essa criança ne? –ele arregala os olhos com a pergunta.

–Não! Não.. Quero dizer, sim, nós queremos, claro. Eu estou muito contente, Annie também. –ele garante, voltando com o sorriso bobo ao rosto. –eu só estou nervoso, e queria dar a notícia aos outros junto de Annie, mas como tivemos que vir para o dois...

–Ah entendi. –digo com alivio. –então fui a primeira a saber? –ele acena coma cabeça. –não posso comentar nem com Peeta?

Devo ter feito aquelas caras típicas de cachorro que caio da mudança, pois Finnick inclinou a cabeça para trás e rio.

–Prometo que darei a notícia para ele logo. –ele diz. –mas por enquanto, sigilo total.

Eu apenas rio.

–Tudo bem então, futuro papai. –eu desarrumo os cabelos de Finnick que apenas sorri mais ainda.

–Nem dá para acreditar, hein? –ele fala, passando a mão pelo cabelo, na verdade desarrumando-o ainda mais. –eu, pai...

–Será um ótimo pai, Odair. –digo.

Finnick volta seu olhar para o horizonte e eu tento imaginar o que se passa por sua cabeça no momento. Será que quando eu soube que teria um filho tive uma reação boba como Finnick? Certamente não, foi na época do massacre, se estava ciente que estava indo para o massacre provavelmente entrei em um tipo de pânico. E o Peeta? Qual teria sido sua reação? Provavelmente o pânico também, pois indo para a arena juntos comigo gravida, ou eu morreria, levando a criança comigo, ou ele morreria sem poder conhecer o próprio filho. E por fim, nenhuma dessas opções foram as resultantes. Abamos sem a criança, porem, ambos vivos. Penso se talvez isso é algum tipo de melhora ou piora em relações as opções anteriores. Escolher entre um filho, a si mesmo ou a pessoa que se ama não é o tipo de escolha que deva ser feita, e que por fim, nós não a fizemos, fomos arrastados a isso.

Mas... Será que se não fosse pelo massacre eu teria ficado feliz? E quanto a Peeta? Eu não conseguia encontrar respostas para nenhuma das perguntas que me fazia. Não consigo respostas, apenas uma dor terrível de cabeça que faz com que todas as ideias se misturem.

–Katniss, posso te fazer uma pergunta pessoal? –Finnick começa, e eu concordo. -Olha, eu sei que não é um assunto muito legal de se tocar mas... –ele umedece os labios antes de continuar. –depois de tudo, você pretende ter filhos? Tem.. Medo de ter filhos?

A pergunta de Finnick me pega de surpresa. A um tempo atrás, eu jamais hesitaria em dizer que não, que não queria colocar uma criança no mundo e tinha medo por te-la que ver enfrentar os jogos, crescer em um mundo de pobreza e miséria que é Panem. Mas hoje, me vejo carregada de medos diferentes, o mundo que estamos construindo será diferente, não terão jogos e nem pobreza mas... O que haverá em seu lugar? Será que o mundo a nossa volta conseguirá se reerguer e se reconstruir da mesma facilidade que está decaindo e virando cinzas pela guerra?

Mas mesmo assim, é mais que isso, eu tenho medo sim ter filhos, medo de perde-los como perdi o primeiro, perder de mim mesma, perder por minha própria culpa, por que eu acho que não seria uma boa mae. Peeta? Ele seria um ótimo pai, estou certa disso, mas penso se talvez um bom pai seja suficiente para cobrir o papel de uma mãe também. Não, não é.

Ao ver os olhos verdes de Finnick me encararem eu percebo que ainda o devo uma resposta, pisco algumas vezes antes de dizer.

–Antigamente eu tinha medo pelos jogos, que talvez fossem sorteados ou algo do tipo... Mas com a revolução, se tudo der certo, o que é bem provável, não haverá mais jogos. –deixo de lado a parte sobre a devastação da guerra, é apenas mais um assusto ruim no qual prefiro não tocar, principalmente com Finnick, que terá um filho crescendo nesse ambiente. –mas hoje, eu acho que tenho medos diferentes, pessoais, depois de tudo...

Eu deixo a frase pender no ar, e Finnick apenas balança a cabeça em afirmativa, provavelmente compreendendo do que falo, afinal, ele estava lá quando sofri o aborto... Quero dizer, acho que estava.

Sou afastada de meus pensamentos quando ouço o barulho de alguém xingando alto ao lado.

–Quem é ali?

–Quem voce acha?

–Johanna. –respondemos juntos.

–Vou ver o que aconteceu. –anuncio.

–Leve um pouco de café, Johanna também deve estar com problemas no sono. –ele aconselha.

–Sobrou café? –ele acena com a cabeça.

–Mas, Katniss –eu me viro para ele, já de pé. –coloque um pouco de açúcar e chantilly, ok?

Ele levanta o próprio café e eu bato o meu no dele, um pequeno brinde.

–A uma nova Panem, uma nova era, e uma nova família para você, Finn. –eu pisco em brincadeira, usando o apelido que Annie costumava usar. Ele apenas sorri.

Então pego o restante do café e loto de chantilly e açúcar, bato na porta de Johanna.

–Pode entrar! –eu ouço um grito.

Ao fazer eu encontro Johanna praguejando no banheiro, lutando contra o próprio chuveiro.

–O que foi? –ela pergunta, sem paciência.

–Eu pergunto o mesmo. O que está fazendo ai?

–Tentando fazer isso funcionar. –ela dá um tapa no alto do chuveiro. Johanna está em cima da beirada da banheira tentando alcançar o chuveiro alto. –sua fez.

–Eu e Finnick ouvimos voce xingando e eu resolvi ver como está. E... -eu balanço o café dela em uma das mãos enquanto a outra se encarrega do meu próprio. –eu trouxe café com açúcar e chantilly, para tornar a vida mais doce, como Finnick diz.

Ela dá um leve sorriso

–A cara de Finnick Odair. –ele revira os olhos. -mas afinal, quem tomaria café sem açúcar?

Eu resolvo ignorar a pergunta.

–Quer ajuda?

–Não preciso de ajuda. –ela tá mais um soco no chuveiro, obviamente não funciona. Então desce de cima da banheira praguejando. –tudo bem, me ajude.

Eu coloco os dois cafés em cima da cômoda de Johanna e vou até a banheiro.

–O que está achando da ideia da soterração da Noz? –pergunto tentando puxar assunto, já em cima da banheira tentando ajeitar o chuveiro.

–Acho uma ideia genial. Vai acabar com tudo de uma vez, mais rápido e mais simples.

–Mas se der errado uma parte de nossos exércitos serão soterrados.

–Talvez seja por uma boa causa. –eu a olho incrédula.

–Tem gente boa naquele exército.

–Ah é verdade, Delly e Simular.

–Simila. –corrijo.

–Serio? É tudo tão parecido. –ela dá de ombros. –mesmo assim, seu amiguinho Gale e o Beetee garantem que dará certo.

–Da última vez que falharam foram nós que pagamos, indo para a Capital. –eu digo com amargura na voz. –se errarem agora, ainda mais pessoas morrerão.

–Já estarão morrendo, não é? –Johanna diz. -acertando ou não, pessoas já irão morrer de qualquer jeito para uma vitória. Levar algumas outras juntas não fará diferença.

–Como não faria? São rebeldes lá!

–Eu sei. –ele alega. –mas veja bem, nós queremos soterrar pacificadores do dois apenas para vencermos, não é? Digamos que de errado, estaremos soterrando gente do dois e rebeldes. Tudo bem, trágico e tudo mais. Mas ainda teremos o objetivo completo.

–Então isso e tudo que se trata? Vencer?

–Me diga voce. –ela fala. –não é voce que está preocupada apenas com os rebeldes? Se está preocupada com a matança desnecessária, por que apoia se matar apenas as pessoas do dois?

–Por que foram eles que nos torturaram, lembra? Gente do dois. –quando as palavras saem de minha boca me assusto ao ouvi-las, pois nunca havia pensado o quanto são verdadeiras, e quanto são maléficas. Mas Johanna não demonstra espanto ao ouvi-as.

–Verdade. –ela concorda, a expressão ainda inalterada. –mas não fizeram por que queriam, fizeram por que e o emprego delas. Um emprego ridículo, maldoso e sanguinário. Mas o emprego delas. Quem quis nos torturar foi Snow, é a ele que devemos ódio.

Fico em silencio por um tempo, fingindo concentrada no chuveiro.

–Mesmo que sejam só o do dois a serem mortos, ainda é matança Katniss, não importa quem vença, a não ser que você seja como eu e só se importe com a vitória.

–Eu não me importo só com a vitória, voce está falando como Coin.

–Não, voce está. –ela termina, dando o assunto como encerrado. –e ai, já terminou?

–Terminei. –desço da banheira e Johanna abre o chuveiro, funcionando perfeitamente.

–Perfeito! –ela me enxota do banheiro sem ao menos agradecer, no estilo Johanna.

Sento me na cama dela e deixo meus pensamentos soltos, se emaranhando em minha mente e me confundindo ainda mais.

Ouço uma batida na porta.

–Katniss atende logo a droga da porta! –ouço Johanna gritar, eu obedeço.

–Joha.. Ah Katniss, estava procurando voce, Finnick disse que estaria aqui.

–Algum problema, Peeta? –pergunto.

–Não, na verdade, eu que pergunto. –ele fala. –acordei e voce não estava, então vim procurar voce. Aliás, o que faz aqui?

–Não conseguia dormir e vim pegar um café, encontrei Finnick e depois ouvi Johanna xingando, então vim aqui e oferecer um café. –aponto por cima do ombro onde o café intacto de Johanna estava. –ela estava com um problema no chuveiro e eu ajeitei.

Nessa hora dou um passo pro lado, deixando Peeta entrar.

–Desde quando entende de mecânica? –ele pergunta, e eu fecho a porta atrás dele.

–Lembre-se que eu já fui praticamente o homem da casa por um tempo. –ele dá um leve risinho, acompanhando o meu sorriso triste.

–Mellark, pensei ter ouvido voce. –Johanna diz, saindo do banheiro apenas enrolada em uma toalha, sem se importar com a presença de Peeta. –reunião de família? Que bonitinho. –ela pega o café que trouxe para ela e toma um pouco. –incrível, quer um pouco, Mellark? Me refiro a ele, não a voce Katniss, voce tem o seu.

Ela estende o café e a toalha desce levemente, Johanna não parece ligar.

Peeta fica um pouco chocado, pelo fato de estar praticamente nua a não ser pela toalha ou por não se importar com isso. Eu não saberia dizer. Talvez ambas.

–Peeta, pro canto! –eu digo a ele com um olhar quase assassino, ele intensifica ainda mais a coloração avermelhada do rosto, mas se vira de costas.

–Bom garoto, Mellark. –Johanna tira sarro de Peeta, meu olhar assassino se multiplica ao olhar pra ela. –hey não olhe para mim assim! Eu estava na minha tomando o meu banho, vocês que entraram! Não vou mudar meus hábitos só por sua causa.

–Quer saber? Nós já vamos indo! –eu pego Peta pelo braço e o faço ir na minha frente na saída do quarto. Ele sai com muito prazer, quase correndo dele comigo atrás, fechando a porta depois de mim.

A onda de fúria e ciúmes que tinha em mim passa assim que vejo o rosto vermelho e sem graça de Peeta, que coça a nuca desconfortavelmente enquanto voltamos ao nossos quarto. Sua reação chega a ser fofa e engraçada.

Peeta começa a falar comigo mas não presto atenção. Depois que o ciúmes desnecessário passa, começam a me atingir uma confusão enorme que nem o real e não real pode resolver. Uma dúvida completamente interna, um choque enorme de pensamentos e ideias opostas que me faz repensar em tantas coisas que sinto meu cérebro dar um nó. Um nó tão grande que me bagunça de uma maneira que ao deitar na cama, com Peeta me abraçando por trás e agora silenciado, já tendo notado que eu não estava prestando atenção, dormi imediatamente, ignorando até a cafeína com chantilly no sangue.


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Notas finais do capítulo

Primeira coisa que eu me senti na obrigação de colocar, já que precisei tirar na primeira temporada, foi a cena do cubo de açúcar! Eu não podia deixar de por!
A segunda é o "Peeta pro canto!", uma cena que criei brincando com uma de minhas amigas a um tempo atras e queria encaixar de alguma forma na fanfic, eu ia colocar na primeira temporada, mas acabou não dando...
E a questão da Annie gravida e o Finn sabendo? Gostaram da "surpresa"?
Ah, e a Johanna não tem medo de água... Como deu para notar! kkkk
Bem, até o próximo! Comentem, recomentem, favoritem! O que acharem de mereço!