O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Eu adiantei alguns capítulos hoje (surto de criatividade repentina aqui) e estava me sentindo bondosa então resolvi adiantar o 37, já que postaria só amanha.
Esse capítulo era para ser bem sério e triste quando eu comecei a escreve-lo, mas eu achei que ele ficou engraçado. Pode ser também só a minha mania de rir de tudo... Mas enfim.
Alias, nos comentários do ultimo capítulo algumas pessoas comentaram frases com a sigla DR, eu admito que precisei usar o google por que não conhecia o termo kkkkkkkk. Mas por fim descobri que significa discutir relação.
Bem, boa leitura! Responderei os cometários depois!



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POV Peeta

-Haymitch! –eu gritei, enquanto meu mentor se engasgava com o que bebia.

-Que foi garoto? –ele perguntou sem muita paciência.

-Combinou de vir comigo e a Katniss. Beetee e Gale tem algo importante para nos dizer, lembra?

-Mas isso não era só as 3 da tarde?

-São 3 e 20, Haymitch. –digo em tom cansado.

-Não que você esperasse que eu chegasse na hora.

-Confesso que ainda tinha esperanças.

-Cadê a garota? –ele muda de assunto.

-Foi na frente.

-Realmente acha seguro deixa-la sozinha com o caçador? –ele brinca. –ele e um bom partido, você sabe.

-Cala a boca.

-Ah é verdade, agora vocês são amigos. –ele conclui. –por que mesmo?

-Haymitch... –então me toco o que, exatamente, ele está bebendo. –isso ai é vinho?

-Mais ou menos...

-Voce está bêbado?

-Não, preciso estar bêbado para estar bem humorado? –eu avanço nele para tirar o vinho de sua mão, mas ele desvia. –relaxa, garoto, não tem álcool.

-Como é? –digo. –por que você tomaria vinho sem álcool?

-Por que tenho senso de responsabilidade. –levanto um sobrancelha. –tudo bem, e por que não tem nada com álcool por aqui e isso e o mais próximo que eu chego.

Reviro os olhos.

-Tudo bem, apenas... Apenas venha comigo antes que Katniss mate Gale.

-Sua preocupação é que ela mate o Gale? –ele pergunta confuso, mas me segue.

-Serio que você dúvida disso?

-Aprendi a muito tempo para não duvidar daquela garota. –ele fala com um tom mais sério do que de piada. –mas porque ela mataria ele?

-Longa história. –eu digo, e ele não discute.

Estamos de frente para a porta onde Katniss e os outros estão, estou prestes a entrar, quando ouço-a praticamente gritar.

-E vocês pretendem fazer o que? –a nada gentil voz de Katniss soa.

-E a nossa única opção. –Beetee insistia. –se derrubarmos o quartel dos pacificados acabaríamos detendo todos os do dois. Menos pessoas morreriam, Katniss.

-Afinal, onde está Peeta? –ela pergunta, sem paciência alguma. –ele não ia só buscar Haymitch?

-Eu que pergunto. –Gale responde. –não é você que é casada com ele?

Ele não diz no tom enciumado, com raiva ou amargura, mas sim em um mais descontraído, provavelmente tentando desfazer um clima tenso que até através da porta que conseguia se impregnar em mim até nos ossos. Resolvo que essa é a nossa deixa, abro a porta. Haymitch é o primeiro a falar.

-Pensei ter ouvido o doce som da sua voz, docinho.

-Haymitch?

-Mais alguém te chama de docinho? –ele se fez de ofendido, com o seu humor duvidoso de sempre.

-Menos né Haymitch, Kat. –eu digo, entrando logo depois dele.

Katniss me olha de relance, mas não me dá a mínima atenção, seus olhos cinza brilham com raiva em direção a Gale. Tenho que admitir que estou muito contente por eles não em olharem para mim dessa maneira.

-Rebeldes morreriam. –ela inste, continuando a conversa com eles como se nem se quer tivéssemos entrado. –isso é loucura! Tem gente rebelde lá dentro! Um erro e também soterrarão o campo de batalha inteiro, incluindo a gente!

-É uma noz difícil de quebrar, eu admito, mas nós conseguiríamos.

-Uma noz difícil de quebrar? Voces pretendem esmaga-la como uma noz e levar gente junto!

-Na verdade, eu concordo com o Beetee, Catnip.

-Cala a boca, Gale. –ela lança a ele um olhar assassino tão mortal com os olhos cinzentos que imagino poder petrificar alguém, assim como medusa. –de que lado você está, afinal?

Eu, Haymitch e Beetee ficamos em silencio, observando a briga, a diferença, e que eles pareciam entende-la.

A briga continuou a se desenrolar, Gale parecia manter muito mais a calma do que Katniss. Primeiro por que Gale era uma pessoa calma, e segundo porque Katniss era tudo, menos calma. Além de também por ela estar ainda zangada com o ele pela questão do beijo. Coisa que Gale também não sabia que ela sabia, pois eu e Katniss havíamos decidido, juntos, por fim que o melhor a fazer era tentar superar o caso e continuar convivendo. Isso logo depois de eu garantir a ela que eu mesmo tinha uma confiança plena em Gale.

Quem diria que um dia eu defenderia o homem que beijou minha mulher para ela mesma? Bem, as coisas mudam, eu posso até ainda ter ciúme, mas sou uma pessoa justa. E por fim, combinamos que Katniss iria seguir normalmente com Gale a partir daí.

Ela não estava se saindo muito bem nessa parte do acordo até agora.

Eu até sento um pouco de pena por Gale, por estar sendo atacado por algo que nem faz ideia que Katniss sabe que ele fez. Frase estranha, não?

-Eu que pergunto. Estou tentando discutir o melhor para os rebeldes. –ele diz, me puxando de volta de meus pensamentos para a guerra atual entre os dois “grandes amigos de infância”.

-Podem matar rebeldes junto com noz! –Katniss insistia.

-O que seria a noz? –pergunto pela primeira vez, ninguém desvia o seu olhar para me dar atenção.

-É um plano horrível!

-Que plano? –eu me intrometo novamente. Ambos me ignoram.

-Por que você acha o plano tão ruim? –Gale torna a pergunta.

-Por que você não acha? –responde uma pergunta com outra, coisa que faz quando irritada, e elevando a voz em um tom, quase subindo para um grito, o que tenho certeza que teria feito se tivesse prosseguido com a segunda frase, que estou certo que teria dito, se não fosse por Beetee.

-Bom que estamos todos aqui. –Beetee disse como o primeiro a nos dirigir alguma palavra, mesmo que não tenha sido para ninguém especificamente. Ele parecia cansado enquanto esfregava os cantos do nariz em que o óculos pendia, o que levantava a armação levemente, como quem observa um bando de crianças brigando por um brinquedo novo. –nós temos um plano para vencermos a guerra do dois, ele não está em discussão, será usado de qualquer maneira, apenas estamos colocando-os a par.

Gale parece notar minha presença, finalmente, e acena com a cabeça. Katniss não se incomoda de fazer o mesmo.

-Que plano? –torno a perguntar, agora com curiosidade.

-Por que não participamos da votação para decidir? –Katniss torna a perguntar.

-Não fomos nos quem convocamos para a votação, apenas fomos convocados. –Gale explica. –Coin convocou.

-E você votou a favor desse plano? –ela acusa. -votou não foi?

-Votei! –Gale agora está irritado. –é uma ótima solução, menos pessoas morrem!

-Muitas pessoas morrem se falhar! –ela se vira para Haymitch, ainda me ignorando, assim como a Beetee. –voce sabia dessa plano? –a voz dela se eleva mais ainda me um tom que estrema irritação assim que nota o que o mentor carrega nas mãos. –Isso que você está segurando é uma droga de vinho?

-Alguém pode me explicar que plano e esse? –Eu resolvo interromper a discussão de vez antes que alguém cometesse um homicídio nessa sala. Ergo uma mão para cima e a balanço freneticamente afim de chamar alguma atenção.

É Haymitch quem fala primeiro.

-Primeiramente, isso aqui é vinho sem álcool. –ele anuncia, como se fosse a coisa mais importante do mundo. –segundo, Katniss eu sabia do plano, pelo menos em parte, mas não fui convocado para votar.

-Voce sabia? –ela o fuzila com o olhar.

-Terceiro, –ele a ignora. –Gale, por favor explique para o Peeta do que se trata antes que ele tenha um AVC.

Murmuro um finalmente baixinho.

-O plano foi de destruir o quartel de pacificadores do 2. –Gale explica. –ou como Katniss chamou, a Noz.

-Não fui eu quem começou com isso. –Katniss continua falando, apenas para implicar com Gale. Ele revira os olhos. Eu levanto uma sobrancelha. É a vez dela revirar os olhos, irritada.

-Enfim, como não pretendemos destruir o distrito, já que vamos precisar dele depois da guerra. Nós pretendemos causar uma avalanche. Há uma montanha perto da Noz, nós pretendemos soterrar o local com ela.

Gale aponta para um mapa que cobre uma das paredes da sala pequena e vazia a não ser por nós.

-Matar todos? –pergunto.

-Sem chance para escapatória. -Gale completa.

-Morte certa. –termino.

Ficamos em um silencio por mais um tempo.

-Será que alguém pode dizer que isso e loucura? –Katniss diz de novo. –se isso der errado...

-Mas se der certo poderia ser uma batalha a menos. –Gale contradiz.

-Não seria o primeiro plano rebelde a falhar, certo? –agora ela exibe um sorriso sarcástico quase venenoso, inteiramente sínico e sem humor algum. Com certeza se refere de quando foi capturada pela Capital.  –ou ninguém aqui se importa de que, se der errado, metade das tropas rebeldes podem ser soterradas também?

-É claro que nos importamos...

-Espera um pouco! –eu grito para cala-los. –deixe-me ver se entendi direito, se der certo matamos pacificadores, e o exército todo do dois, danificando muito pouco o distrito. Se der errado todo o distrito e ainda os dois exércitos em campo, fora os da Noz, serão soterrados?

-Mais ou menos isso. –Beetee diz.

-Sem contar que o treze tem espiões no dois. –Katniss continua argumentando.

-É um plano genial, na verdade.

-Peeta! –Katniss repreende, como se eu tivesse enlouquecido.

-Eu não terminei, Kat. –eu continuo. –Mas esse também é um plano terrível, compromete a vida de muita gente!

-Obrigada! Finalmente alguém! –ela ergue os braços para o alto, com um drama exagerado.

-Alguém por acaso entendeu a parte do não está aberto para discussões? –Beetee fala. –isso não é uma votação do que é certo e o que é errado, já foi decidido, gostemos nós ou não, tenhamos votado a favor ou não –nesse momento seus olhos passam de Katniss para Gale.  -Estamos apenas colocando todos a par, e Coin não iria ficar feliz nem com isso.

-Só um segundo! –eu chamo a atenção. –então não haverá o combate?

-Um pequeno apenas. –Gale explica. -a primeira linha de combate será a única a realmente entrar na linha de fogo, se tudo der certo, ela guerrilharia com os pacificadores que estarão fora da noz, sem reforços eles não teriam chances de vencer.

-Mas se der errado. –Katniss insiste. –nossos exércitos também podem ser soterrados, pelo menos todos da primeira linha de batalha, isso é... –ela para a frase no meio, deixando que eu a complete.

-Delly e Simila. –digo abismado. Todos na sala me lançam um olhar de solidário e triste ao mesmo tempo.

-Exato! –ela ergue o dedo no ar, como como quem finalmente havia sido compreendida.

-Não vai dar errado, a mira será precisa. –Beetee garante.

-Já erraram antes, não foi?

-A situação e completamente diferente, Katniss. –Gale quem diz.

-Ai é que está, não e não e não. E exatamente igual, está nas mãos das mesmas pessoas tomar decisões que podem terminar de vez com vida que muitas pessoas, tais pessoas que não podem decidir por elas mesmas!

-Além do mais, e as pessoas do dois? Simplesmente serão soterradas sem mais nem menos? –eu pergunto, todos eles me olham como se eu tivesse enlouquecido.

-Essa é a ideia, não é? –Gale questiona, levemente confuso.

-Ninguém aqui nem se quer parou para pensar nas pessoas no dois? –eu continuo.

-Eles são o inimigo. –Gale quem fala.

-Não, não são. A Capital é. Snow é! –Katniss estremece levemente em seu canto da sala enquanto eu falo.

-Eles estão com a Capital, se tornaram o inimigo. –Gale continua.

-Mas também são pessoas. Onde está a humanidade disso tudo?

-São tempos de guerra Peeta. –é Beetee quem fala. –não é a melhor saída para a situação nem foi nossa primeira opção, mas é melhor que temos.

Noto que Haymitch não abre a boca, coisa que não é de sua natureza, permanece quieto, apenas ouvindo. Sinto que não terei nenhuma ajuda de sua parte.

Olho para Katniss, em busca de algum apoio, mas ela não tem nenhum tom de piedade com o dois estampado no rosto. Sua preocupação se concentra no exército rebelde, em Simila e em Delly, assim como eu, é claro. Mas ela não reflete de nenhuma reação ou reclamação contra a injustiça ou desumanidade que será aplicada aos pacificadores. Isso não a preocupa nem um pouco.

Demoro um pouco para notar o porquê, até que finalmente ligo os fatos. Foram eles quem a torturaram, os pacificadores, e todos eles vem do dois. Foram pessoas do dois que a torturaram e lhe deram cicatrizes, tanto físicas quanto psicológicas que ela talvez nunca se livre, que provavelmente carregará consigo pela vida toda. Admito que sinto um impulso de raiva dentro de mim, mas não o suficiente para querer matar a todos eles. Mas Katniss não.

-Certo ou não certo. Humano ou desumano. Não é uma escolha nossa, não é uma escolha de vocês. –Beetee lembra. –a decisão foi tomada sem nos, e será colocada em ação.

Sinto um peso horrível no estomago. Era realmente oficial, nada que disséssemos mudaria nada, em pouco tempo todos nós iriamos para o dois para presenciar uma massacre. Nada mais mudaria isso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim, não, mais ou menos?
Por favor comentem gente! E recomendem também!
Qualquer erro ortográfico podem avisar!
Até o próximo!