O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Aqui o capítulo 36!
Esse capítulo ainda não é o dois, é um capítulo mais leve com um clima mais romantico e sem muita ação.
Primeira coisa, eu percebi que temos na fanfic alguns leitores novos, portanto, bem vindos! E segundo, será que ninguém quer recomendar a história? Já faz um tempo desde a última recomendação...
Alias! Nossa eu estou super contente aqui pois o capítulo anterior superou TODAS as minhas expectativas, sendo o capítulo mais comentado dentre as duas temporadas! No momento, o capítulo 35 tem 20 comentários! Valeu mesmo gente!
Eu tinha que dizer isso, então agora que disse vou deixar que leiam a fic em paz! kkkk



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-Eu avisei para que não se inscrevessem naquilo, eu avisei que poderiam ser chamados, insisti tanto para que não se alistassem...

-Eu tenho certeza que sim, Peeta. Mas se você não conseguiu convence-los estou certa de nada mais iria.

Nós estamos deitados de costas para a grama na superfície do distrito, onde acabou virando nosso costume ir nas horas de pânico como hoje, com a luz da lua cheia servindo como única fonte de luz de uma noite clara e cheia de estrelas, mas ao mesmo tempo fria e sombria. Eu me apertava mais em um de meus casacos que tinha feito questão de trazer, para que Peeta pudesse ficar quente em seu próprio.

Peeta estava deitado com a cabeça em meu colo, de barriga para cima, assim como eu, que mesmo deitada mexia levemente e distraidamente em seus cabelos.

-Eles vão ficar bem. –eu digo, tentando soar confiante. –São ótimos atiradores e trabalham bem em equipe. Coin pode ser tudo, mas não é burra, se chamou os dois para frente de batalha é por que os considerou aptos o bastante para tal.

-Eu sei, eu sei. Mas Delly é minha amiga desde que me conheço por gente. –ele fala dela de uma maneira tão fraternal, que mesmo que eu fosse a mulher mais ciumenta do mundo seria impossível sentir ciúmes. -e Simila é meu irmão mais velho, é o único membro da minha família que não está morto ou me odeia, com exceção de você, é claro.

-Eles vão se sair bem, você vai ver. –tento tranquiliza-lo, mas certa que não está funcionando.

-Não quero que eles se tornem assassinos. –ele fala. –estamos em guerra por isso não é? Para que nenhum jovem precise matar para não ser morto. Mas é exatamente o que está acontecendo aqui.

-Ninguém quer se tornar um assassino, mas as vezes é preciso se quisermos sobreviver. Afinal, aqui estamos não é?

-Sejamos honestos Kat, nenhum de nós podemos ser considerados mentalmente ou fisicamente saldáveis. –ele meche levemente a perna mecânica. -Muito menos felizes.

-Verdade. –admito. –aliás, onde eles estão? Chamou eles para vir aqui?

Peeta suspira.

-Eu até chamei, mas eles queriam passar o dia juntos. –ele fala. –eu até entendo.

Eu permaneço em silencio.

-Achei estranha a reação de Johanna em ir pra guerra. –ele fala. –ela ficou animada em ir para a guerra e depois triste em saber que não lutaria.

-serio que duvida de Johanna? –digo, irônica. –aquela garota é praticamente uma máquina de matar.

-Verdade. –ele admite.

-Eu achei estranho mesmo foi a reação de Finnick. –digo, com as sobrancelhas franzidas. –ele ficou estranhamente pálido e preocupado em ir para o dois. –Peeta acena com a cabeça devagar.

-Deve ser por causa de Annie. –Peeta supõem. –afinal, de acordo com Finnick, ela estava em um caso sério de depressão antes dele ajuda-la. Acho que ele fica mais preocupado da reação dela no caso de acontecer algo com ele do que a preocupação consigo mesmo.

–É. E ele parecia tão animado e feliz nesses últimos dias, ele e Annie. –eu digo. –afinal, alguém precisa estar animado por aqui, e eles formam um bom casal. Felizmente Annie não vai para guerra, Finnick ficaria louco se ela tivesse que ir, mesmo para gravar um vídeo rebelde.

Ficamos em silencio por mais um tempo. Eu sinceramente sou péssima em consolo, definitivamente não sou a controlada nem a calma desse casamento, e olha que eu realmente tento.

Somos tomados pelo silencio por um tempo.

-O Gale também vai para a guerra? –eu pergunto, tomada por uma onda de culpa por não ter pensado em meu amigo antes. Com tantas coisas acontecendo de uma vez, eu o havia esquecido.

-Falei com Finnick, e ele disse que ele iria mas não entraria em combate novamente dessa vez. Cuidaria de uns detalhes técnicos, eu acho. –como eu já estava sentada na grama nesse momento, com os olhos de Peeta vidrados nos meus e com sua cabeça ainda deitada em meu colo, eu pude ver Peeta desviar vagamente os olhos dos meus e franzir os lábios.

-O que foi?

-O que? –ele voltou seu olhar no meu. –nada.

-Voce não gosta muito do Gale, não é? –eu observo.

-O que? –ele arregalou levemente os olhos, mas os desviou rapidamente. –claro que eu gosto do Gale.

-Voce seria um ótimo mentiroso de não desviasse tanto os olhos. –digo. –e se não estivesse falando comigo. Se alguém sabe que você está mentindo esse alguém sou eu, Peeta.

-Mas é sério. –ele fala, dessa vez fixando os olhos em mim. –não tenho nada contra ele.

-Peeta.

-Hum?

-Quer me contar logo o que está acontecendo? –digo mais dura. Ele dá um suspiro, mas não me responde. Semicerro os olhos ao encara-lo, observando a preocupação, nervosismo e outra coisa que acabo reconhecendo como... –espera, você não tem ciúmes do Gale tem?

Eu esperava que Peeta me olhasse com uma expressão chocada e risse. Mas ele não faz isso.

-Peeta isso é sério? –eu mudo minha expressão do choque, para a confusão. –nós somos só amigos, você sabe, não é?

Ele morde o lábio inferior em nervosismo, o que eu até acharia bonitinho se ele não estivesse realmente preocupado.

-Não exatamente, Kat.

-Como é?

Peeta finalmente se senta, para me encarar cara a cara, ele parecia tentar decidir algo.

-Como é? –tornei a perguntar.

-Quer mesmo saber? -ele arqueou uma sobrancelha, o que me deixou nervosa.

-É claro que eu quero. –me arrependi de ter dito isso assim que disse. Da última vez que Peeta me fez essa pergunta, acabei descobrindo de nosso filho morto.

-Gale gosta de você, muito, e já te beijou. –ele fala tudo de uma vez, pegando minha mão. –duas vezes.

-Como é? –eu repito a frase novamente. Realmente esperava que a qualquer momento Peeta risse e dissesse que era uma piada. Ele não o fez.

-Por que? –eu digo irritada, estava praticamente sendo acusada de infiel. E eu posso ser tudo, mas nunca fui infiel. Estou certa disso. –é impossível. Por que eu beijaria ele se era casada com você?

-Bem, nós ainda não éramos casados, estávamos namorando.

-Não é esse o ponto.

-Eu sei que não. –ele suspirou. –foi meio que a força.

-Meu melhor amigo me beijou a força? –eu estava oficialmente chocada.

-A primeira estava sozinha, só contou para mi depois. E a segunda nós dois estamos na floresta, você o encontrou na floresta e eu encontrei ele te segurando contra uma arvore e beijando a força. –ele usou a mão que não estava segurando a minha para cocar a nuca com uma careta, desconfortável. –daí eu meio que soquei ele e nós tivemos a primeira briga,

-Voce e Gale saíram no tapa? –digo. - tipo literalmente?

-Duas vezes.

-Duas vezes?

-Uma foi no distrito mesmo, antes de você chegar.

Tirei minhas mãos de entre as suas, rapidamente, sendo tomada por uma enorme irritação.

-E você pretendia me contar isso quando? –pela sua expressão eu sabia a resposta. –voce não prendia me contar, não é? Nem você nem ele!

-Nós conversamos, ele se desculpou, e disse que já superou o que tinha por você. Disse que só queria tentar uma amizade novamente com você. Eu acreditei nele. Estamos bem agora.

-Nem se preocupou em contar pra mim? –eu estava realmente irritada nesse momento, me controlando para não transformar a voz em um grito. –voce prometeu que seria honesto comigo, o único que foi até agora.

-Estou sendo honesto, Kat.

-Um pouco tarde.

-Gale pediu para que eu manteasse segredo, disse que se desse algum problema ele mesmo queria conversar com você mas.. –a frase morre em sua boca.  –primeiro eu não queria estragar a amizade de vocês, vocês são bons amigos, ele entendeu isso. E também porque eu ainda tenho um pouco de ciúmes dele. –admite.

-Você devia ter me contado antes. –digo. –pra que serviu o real e não real, então?

-Desculpe mas eu cheguei à conclusão que certas coisas não valem a pena serem lembradas. –ele diz. –quando você apareceu sem quase nenhuma memoria pensei que talvez, fosse bom você ter esquecido coisas ruins como isso.

-Esquecer ou não, perdoar ou não, é uma opção minha Peeta. Voce não podia tomar por mim, simplesmente decidindo que fosse melhor eu não lembrar!

-Não é minha culpa se você não se lembra de nada! Droga! Acha que eu gostei de ver você beijando o Gale?  –Ele explodiu. Tudo bem, essa eu realmente me senti ofendida. Ele deve ter percebido isso pela sua expressão. –desculpe, não foi o que eu...

Tomei uma expressão dura e desviei quando ele tentou novamente pegar minha mao.

-Foi exatamente o que voce quis dizer.

-Kat..

-Também não é minha culpa. –digo. –eu não escolhi esquecer Peeta, Snow fez isso comigo. Mas você escolheu esconder de mim.

Eu já ia me levantar, mas Peeta previu o movimento e segurou o meu pulso.

-Solta. Voce está me machucando, Peeta. –menti.

Ele me segurava mas não fortemente, para que eu não pudesse me levantar, mas delicadamente, assim como ele fazia com tudo que se relacionava a mim, como se pedisse para que eu ficasse.

-Sei que não estou. –ele disse. –por favor, desculpe por esconder isso de você, eu só estava tentando um recomeço.

-E deu certo pra você? –ele deu um suspiro triste e cansado. –espero que esteja feliz.

-Nunca estou feliz quando você não está.

-Pensasse nisso antes!

Eu já tinha me levantado, após retirar meu pulso da mão de Peeta com uma força desnecessária. Estava andando de volta para o distrito mas ele se pôs em pé no mesmo momento que eu.

-Eu pensei! –ele diz. –eu não te contei por que eu não queria lhe dar outra má notícia. Tem ideia de quantos problemas, confusões, sangue e magoas temos ao nosso redor? Eu só queria alguma coisa de volta ao normal, queria que você e Gale pudessem ser amigos e eu se seu marido sem ressentimentos. –ele tocou meu ombro e se colocou na minha frete, impedindo minha passagem. -Isso é tão ruim assim?

Eu já ia abrir a boca para gritar com ele, mas ele continuo falando.

-Me desculpe por mentir, por concordar com Gale em esconder isso de você, por decidir isso por você. Mas saiba que eu só fiz isso pensando em você Kat. –ele fala. –estava tentando fazer a coisa certa, me desculpe. Não se afaste de mim, ainda é tudo o que eu tenho Kat.

Uma parte de mim ainda estava terrivelmente irritada, mas a outra encarava seus olhos azuis e sabiam que com certeza me diziam a verdade. Ninguém é perfeito, pessoas mentem, pessoas explodem, sentem raiva, tristeza, angustia e ciúmes. Ninguém é perfeito, eu sei disso.

Deixei os ombros caírem, mais relaxada, fechei os olhos e suspirei longamente. Quando voltei a abri-los, os de Peeta ainda me encaravam.

-Se você mentir ou esconder mais alguma coisa de mim novamente... Peeta Mellark, você acorda na banheira. –eu apontei o dedo indicador, ficando na ponta dos pés para igualar nossas alturas.

-Isso teria sido extremamente engraçado se não estivéssemos falando de você. –ele fala, com a expressão misturada em uma careta e uma cara de alivio, o que resultou em uma sobrancelha franzida os lábios contorcidos em um leve sorriso. –mas como é você eu realmente não duvido.

-Bom mesmo. –dou mais um passo em sua direção.

-Eu amo você. –ele diz, me abraçando, eu faço o mesmo.

–Voce não tem mais ciúmes do Gale não é?

-Um pouco, as vezes. –ele admite. –eu costumava ter raiva, mas hoje eu me sinto um pouco desconfortável e com um pouco de ciúmes. Afinal eu o perdoei mesmo, mas ele ainda beijou você.

Quando se separou de mim, Peeta estava levemente corando, eu sorri um pouco.

–Mas a única pessoa que eu quero beijar é você. E que isso fique bem claro. –eu digo, Peeta dá um sorriso ainda fraco e fecha os olhos. –que foi?

–voce me disse exatamente isso uma vez, quando admitir ter ciúmes do Gale.

-Então eu continuo certa. –eu digo. –voce ainda é o único homem que eu quero beijar.

-Bom saber. –dito e feito. Peeta se inclinou levemente e me beijou. É claro que eu fiz o mesmo.

Me separei dele por um instante, porém, apoiava meu queixo em seu ombro em quanto ele ainda me abraçava.

-Nós ficaremos bem. –ele sussurra, fazendo cocegas em minha nuca, contra a minha pele. –todos nos.

-Até no dois?

-Até no dois. –ele conclui. –e também depois.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim, não, talvez, um pouco.... Comentem e deixe uma autora muitíssimo feliz! E recomendem também!
O que acharam da briga? Dão razão para quem?
Até o capítulo 37, e (um spoiler) teremos mais discussões no próximo capítulo (eu eu, pessoalmente, achei uma briga quase engraçada, apesar de um tema dramático. Acho que é porque eu amo brigas, mas enfim). Aliás, será POV Peeta, para quem está com saudades dos POVs dele!
Enfim, até o próximo! Provavelmente postarei no fim de semana!