O Começo De Uma Era 2 escrita por Moça aleatoria, Undertaker


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Ola gente! Bem, com a chegada da segunda eu notei uma coisa: nao importa o quanto um feriado seja entediante, sempre sera melhor que qualquer segunda feira!
Bem voces ja devem ter notado a falta de acentos, meu pc e americano e nao tem nenhum, mandei configurar para colocar alguns a um tempo mas tem dias (como hoje) que esses acentos resolvem simplesmente parar de funcionar.
De alguma maneira no word os acentos funcionaram... Vai entender ne? Entao o capitulo tem acentos!
E tambem agradecendo a Alexandra Odair pela linda recomendacao! Muito obrigada mesmo!
E surpresa! Capitulo POV Katniss! Para relembrar o tempo que ela tinha a maioria dos POVs!
Boa leitura!



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POV Katniss.


De mão atadas assim como as pernas e cintura na terrível cadeira de tortura. Era assim que eu me encontrava no momento.

Quero dizer, não realmente, eu tenho plena consciência que é apenas um sonho, ou melhor, um pesadelo. Mas dá mesma forma eu era incapaz de fugir do medo que me dominava, assim como acontecia quando a cena era real.

Sabia que não era real, mas me debatia entre as faixas que me prendiam da mesma forma. A situação poderia não ser real, mas um dia fora. E com certeza, a sensação do medo e o pânico era completamente real dentro de mim.

“Fique calma, Katniss, é só um sonho não é real....”

Eu tentava repetir para mim mesma, mas a sensação não mudava.

Meu pânico só aumentou quando vi o homem pálido com olhos de cobra se aproximar de mim. O cheiro de rosas que jamais conseguia disfarçar, e que eu jamais iria esquecer, com o de sangue e que com a junção o tornava apenas mais terrível, e que mesmo em minha mente conseguia ser completamente real ao roçar em meu nariz.

Ele carregava em seus dedos longos e ossudos um pedaço de ferro, cujo a ponta estava vermelha devido as brasas.

–Sentiu minha falta, Docinho? –ele perguntou com sua voz venenosa.

“Não é real, não é real....” eu repetia para mim mesma.

–Claro que não sou real. -ele disse. –mas o seu medo de mim é real, e isso já é mais o que o suficiente.

Não estaria segura nem em meus pensamentos, afinal, ele também fazia parte deles.

–Vamos começar, será uma longa noite...

Ele encostou a ponta do ferro em brasa no meu braço, o que me fez gritar, como de costume.

Não é real, não é real.... Mas a dor que sentia era capas de ser mais real do que qualquer outra.

É incrível que o quanto pior é o pesadelo, quanto mais você deseja acordar, mais isso demora a acontecer.

Ele tirou a estaca de metal de meu braço e o colocou em minha perna, logo depois em meu pescoço, próximo a nuca.

–Você se lembra disso, não é?

Eu me lembrava mesmo desse dia, não era apenas um sonho, era parte de uma lembrança. Eu provavelmente ainda tinha a cicatriz do dia em que Snow quase me queimou viva com a estaca de metal.

–Mas do seu marido você não se lembra, não é. Que falta de consideração... –ele diz. -talvez alguns neurônios a menos te ajudem nisso...

Então ele apertou um botão, eu conhecia o botão, que foi por tantas vezes testemunha da tortura que me custou boa parte de minhas memorias. Eu esperei o choque. Mas todo que veio foi a luz do quarto do hospital.

–Finalmente, acordada...- disse a mim mesma.

Passei os dedos pelo pescoço, perto da nuca, correndo os dedos por entre os fios de cabelo até achar a cicatriz. Sim, ainda estava lá. É, ainda ardia ao toque como se tivesse sido feita ontem. Havia ficado em carne viva no dia.

Não tenho em mente a esperança de voltar a dormir, fico simplesmente deitada por um tempo.

Não é a primeira vez que eu acordo tão confusa, isso tem acontecido direto. Geralmente, eu acordo de um terrível pesadelo, ou de apenas mais um sono sem sonhos (mas que mesmo sendo mais raros são muito bem apreciados), e me vejo na cama do hospital e me pergunto por alguns segundos onde estou.

É difícil para mim, muitas vezes, ficar muito tempo acordada. Eu costumo passar muito mais tempo adormecida do que consciente. Os medico dizem que é devido à combinação da cirurgia e perda de sangue que me deixou fraca combinada com os meses exaustivos da tortura. Mas eu suspeito que tenha mais a ver com a segunda parte.

Mais um tempo se passa, e eu já me surpreendo com o tempo que permaneci acordada, apenas pensando, tentando colocar tantos pensamentos completamente desgovernados no lugar. Parece uma tarefa tão difícil...

Um bom tempo passou, e ainda estou deitada na cama do hospital, com vários tubos desconfortavelmente injetados na veia e milhões de duvidas rondando em minha cabeça.

São muitas novidades de um vez, mas o mais estranho, é que são novidades de coisas que eu já deveria saber. Como é possível, uma pessoa se esquecer que é casada? Snow de meu sonho tem razão. Como poderia acontecer?

Vasculho minha mente em busca de alguma informação que me possa ser útil, mas é como reler um diários cujo as páginas estão arrancadas à partir do final. Me lembro de algumas coisas daquela época, não posso mentir, mas são apenas borrões, facilmente confundíveis. E afinal de contas, tudo que eu menos preciso em minha vida é menos complicações.

–Como vai, Desmiolada?

Ouço uma voz vir de trás, mal preciso me virar para descobrir sua dona.

–Como você acha, Johanna? –eu digo. -com um órgão e mil lembranças a menos.

–Acho que alguém anda de mal humor. –ela diz, ela se senta na beirada da cama. -e também acho que alguém lembrou de deixar seu estoque de morfina.

–Odeio isso. -eu digo. –só embaralha mais minha cabeça.

–Acredite docinho, não é a morfina que está fazendo isso.

–Por que me chama de docinho? -eu pergunto, ela me encara com um pouco de dúvida.

–Você realmente não sabe. –ela deduz o obvio. - na Capital eu pensei que tivesse esquecido por um momento, como um branco, o que sempre acontecia comigo também. Mas depois de tudo... Você realmente não sabe.

–Não lembro, mas sei que já ouvi antes mas... –eu me perco em meus pensamentos por um momento, então finalmente consigo continuar. –eu não condigo me lembrar quem ou quando.

–Haymitch lhe apelidou assim, eu o ouvi te chamando assim algumas vezes, você costumava ficar irritada.

–Isso explica, ele me chamou assim quando me resgatou. –eu digo, nós ficamos em silencio por mais um momento até que eu volto a falar. –ele dizia a verdade?

–Ele quem?

–Peeta. -eu falo. -sou realmente casada com ele?

–É sim. -ela fala, então me examina, e pelo visto, parece ficar cada vez mais preocupada comigo. –tenho pena daquele cara, ser esquecido pela mulher não é muito legal.

–Eu não tenho culpa, e você não está me ajudando.

–Foi mal, é só que... -ela diz. -ouvir você falando dele como se fala de um desconhecido é tão estranho. É como ouvir um peixe perguntar como é de baixo d’água.

–Por que eu não consigo simplesmente me lembrar? –eu pergunto mais a mim mesma do que a Johanna. –Muitas pessoa vieram falar comigo, e todas ficaram inconformadas que eu não me lembrasse dele.

–Quem veio te visitar?

–Um amigo meu, Gale. –eu falo. -eu me lembro dele, perfeitamente, me lembro dos dias que caçávamos, de tudo. Bem até certo ponto, acho que tenho cenas perfeitas dele até a primeira arena.

–Mais alguém veio lhe ver?

–Minha irmãzinha Prim, minha mãe, me lembro das duas, normalmente. –eu digo. –um cara que dizia ser irmão de Peeta, acho que se chamava Simila.

–Se lembra de Finnick? -ela pergunta, fecho meus olhos, tentando vasculhar minha cabeça atrás de alguma lembrança, alguma imagem, qualquer coisa.

–Ele era o cara do tridente, não? -eu pergunto, abrindo os olhos, e vendo Johanna concordar com a cabeça. -estava na arena e era do distrito.... 4, acho.

–Isso. -ela fala.

Ficamos mais um tempo em silencio até que ela voltou a falar.

–Como eles fritaram metade de suas lembranças e você nem ao menos notou? –abro a boca para responder mas ela me interrompe. -sem querer ofender, apenas curiosa.

–Não faço ideia. –eu digo. –apenas foram sumindo aos poucos.

Ela não responde.

–Eu tenho pensado sobre o Peeta. –eu continuo -me lembro de tão poucas coisas sobre ele mais a mesmo tempo sei que deveria lembrar de mais. Como perder algo mas não saber o que.

–Sobre vocês eu não sei muita coisa. Apenas sei que pareciam realmente bem apaixonados na arena. –ela fala. –nunca vi alguém tão abatido do que aquele cara quando você ficou inconsciente, por todo aquele tempo.

–Inconsciente? –pergunto. –mas se foi só um desmaio por que ficar abatido?

–Por que não foi só um desmaio Katniss. –ela me olha como se tentasse decidir algo. –mas é melhor falar sobre isso com ele, é assunto de vocês.

–Mas eu não entendi...

–Fale com ele ok? -eu acho melhor não discutir, e nem poderia, por que Johanna se levanta da cama e sem aviso, sai do quarto, e some enquanto é engolida pela escuridão após a porta.

Ao me deixar só Johanna abre um enorme buraco de perguntas em minha cabeça. Eu geralmente estou cheia de perguntas, perguntas que eu nem ao menos sei formular, eu estou constantemente confusa e sem respostas.

Mas agora eu tenho uma pergunta concreta. O que aconteceu na arena?

“Porque não foi apenas um desmaio, Katniss”

Pode parecer loucura mas... A ideia de um desmaio não é completamente estranha para mim. Estranhamente faz algum sentido, não é como a maioria das lembranças loucas e sem sentido algum que as vezes me vem à cabeça mas que no fundo eu penso ter um fundo de verdade, que um dia podem ter sido reais, que talvez podem realmente ter existido.

E existe Peeta Mellark.

O cara, garoto, homem... Eu realmente não sei como me referir a ele. Mas eu sei que Peeta Mellark não é apenas um nome, não é mais um. Não é simplesmente por que me disseram isso, eu sinto em algum lugar que existe realmente mais que isso, mas minha cabeça não consegue desvendar o que é. Pelo menos não sozinha.

Mas qual seria minha outra opção? Talvez eu acabasse enlouquecendo se tentar sozinha organizar meus próprios pensamentos, e talvez, apenas talvez, eu não precise realmente fazer isso sozinha.

Sinto o fantasma de um pequeno sorriso brotar no canto do meu lábio.

Sim, existe muito o que descobrir sobre mim mesma e sobre Peeta. Como pode de apenas de pensar na ideia da ajuda de Peeta eu posso sorrir? Isso se eu puder chamar a pequena entortação de lábios um sorriso, mas é o mais próximo de um que produzo em meses, e mesmo não sendo um sorriso completo, possui a mesma sensação do que eu me lembro de um.

É um fato, eu preciso de Peeta.

Tanto que assim que Haymitch chega em meu quarto mais cedo do dia seguinte, primeiramente, ele fica surpreso por eu mesma estar acordada, e em seguida, se surpreende com o que digo.

–Eu quero falar com Peeta. –eu falo, então vejo um pequeno sorriso surgir em Haymitch.

–Boa pedida, docinho. -eu estremeço um pouco com o apelido, as imagens de meu sonho ainda me atormentam levemente, mas nada que eu não consiga lidar.

–Posso vê-lo então?

–Por mim, com certeza, mas o problema é Coin. -ele suspira.

–Coin? A presidenta do distrito? – eu já havia ouvido falar de Coin, falava-se muito dela por aqui.

–isso, e digamos que ela não está de muito bom humor, principalmente envolvendo você e Peeta. –vendo que eu continuava confusa, ele termina. –digamos apenas que a sua volta não foi bem... oficial.

–Isso não é juto, eu tenho o direito de vê-lo! -eu falo, já elevando a voz levemente, digamos que auto controle e calma não são virtudes que o meu cérebro tenha conservado durante esses meses. -Quero falar com quem diz ser meu marido! Não aprece justo pra você?

Vejo um sorriso sarcástico aparecer nos lábios de Haymitch, mas apesar de toda a ironia presente no sorriso, dá para notar o quanto verdadeiro também é.

–Você pode ter perdido boa parte da memória, garota, mas continua sendo a mesma Katniss explosiva e sem paciência que eu sempre conheci. Continua sendo a garota em chamas. -ele fala.

Sim, eu reconheço o apelido, me lembro bem de meu antigo apelido da minha primeira ida aos jogos. Detalhes como esse ainda permaneciam frescos em minha mente, embora distantes.

–Sim, você se lembra. -ele conclui, eu aceno. -Vou tentar falar com ela, mas você sabe, eu também continuo sendo o mesmo velho bêbado de sempre.

Ele se levanta da cadeira, acena a cabeça em despedida e sai pela porta. E nesse momento, sinto algo parecido com esperança crescer em algum lugar em mim.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem com a a sua opiniao, por favor!
Ate o proximo gente! E POV Peeta!