CAPÍTULO DOIS

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“Cocoricó, cocoricó”. Fred? Isso lá é nome que se dá á um galo– Bonnie se questionava enquanto movia-se de um lado pro outro da cama, a fim de abafar o som do galo importuno. “Toc Toc”.

– Paz, por que eu não tenho paz! – Bonnie bufava silenciosamente.

– Hora de acordar filha – a voz grossa de seu pai era nítida ate mesmo atrás da porta fechada – Não vou subir pra lhe chamar outra vez, ande logo!

– Está bem – ela levou as cobertas ate a cabeça – Já estou descendo!

Bonnie relutou por alguns segundos para sair da cama, mas ela sabia que seria pior se o pai voltasse. Sentou-se ao pé da cama e espreguiçou-se lentamente. Sentiu um aroma maravilhoso, que só aquele lugar tinha – “Como pude me esquecer disso!” – ela pensava enquanto fitava os fachos de luz daquela bela manhã entrar pela janela e iluminar todo o quarto. Caminhou ate o banheiro levando consigo uma toalha. Um banho naquele momento seria ideal para recuperar as energias, que aquela longa sexta-feira precisaria.

Conforme descia as escadas, ela ouviu o som da voz da avó que vinha do jardim. Caminhou ate a bancada da cozinha, a fim de pegar algo para matar sua fome. Porém sua atenção voltou-se para a voz da avó, quando ela ouviu uma voz masculina. Mas Bonnie notara que a voz não pertencia a seu pai.

– Acho que as rosas amarelas ficariam melhor senhora Parker – era um jovem que aparentava ter a mesma idade ou um pouco mais velho que Bonnie.

– Não sei, talvez – Destiny olhava atentamente as flores, e não percebeu a presença da neta entre eles.

– Vovó – Bonnie parou sobe as escadas da varanda, analisando o belo garoto de cabelos loiros e lindos olhos azuis. Destiny voltou se para a neta, ficando de costas para o jardim.

– Então querida, rosas vermelhas ou amarelas? - Destiny fitou a garota esperando sua resposta.

– Não sei vovó o jardim é seu! – ela disse sorrindo levemente para a avó.

– Ora, se fosse essa a resposta que eu quisesse ouvir, não teria perguntado. – A avó voltou se para o garoto – Deixo em suas mãos, confio em sua competência, apenas não me desaponte, ouviu? – O garoto sorriu para Destiny.

– Sei o quanto o jardim é importante para a senhora, e garanto que ele está em boas mãos!

– Assim seja! – Destiny sorriu para o garoto – Bom, querida quero que conheça o meu ajudante. – Destiny apontou para o garoto.

– Sou Peter – ele sorriu, demonstrando simpatia á Bonnie.

– Sou Bonnie, prazer.

– Sua avó já falou muito de você, enquanto eu a ajudava!

– Ah, é mesmo! – disse Bonnie sem graça

– É – ele olhou para Destiny - Bom, já que resolvemos o caso do jardim senhora Parker, eu vou indo.

– Tudo bem, espero por você hoje á tarde para começarmos com o jardim – o garoto assentiu com a cabeça, e se despediu de Bonnie com o mesmo sorriso cativante, que mostrara á ela antes.

– Estranho - Bonnie olhava confusa para á avó.

– O que querida?

– Não me lembro dele vovó – Bonnie desceu o resto das escadas, indo de encontro á avo.

– Me diga querida, de quem você se lembra além de Ben, ele era seu único amigo – a avó sorriu para a neta, voltando para dentro da casa, deixando Bonnie sozinha ali, a admirar mais uma vez o jardim.

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Bonnie estava acomodada no sofá da sala, enquanto assistia ao um filme que passava na televisão, ela notara um barulho estranho na frente da casa, mas não havia dado tanta importância, porém o barulho persistiu e a garota resolveu dar uma olhada, e matar sua curiosidade de vez.

– Desculpe-me se o barulho a esta incomodando – Peter disse sorrindo, quando Bonnie apareceu pela porta – Percebi que sua avó não estava, então resolvi começar sem ela.

– Tudo bem – Bonnie desceu os degraus da escada e parou em frente ao garoto – Apenas fiquei curiosa com o barulho!

– Há algum problema com Destiny? – ele soou preocupado.

– Não, ela foi apenas ao mercado – Bonnie fitou as flores – Então, parece que você precisa de ajuda, posso ajuda-lo? – ele sorriu.

– Claro – Peter analisou o jardim – Podemos começar cavando pequenos buracos, ao lado das violetas, para depois colocarmos as sementes das rosas, tudo bem?

– Tudo sim – Bonnie disse, pegando uma pá – Então você sempre morou aqui? – ela voltou se para o garoto.

– Na verdade, eu nasci na Irlanda – ele sorriu, enquanto cavava a terra – Mas me mudei pra cá, quando meus pais se separaram, e minha mãe resolveu voltar! – ele parou de cavar e encarou Bonnie – E você o que te trás de volta?

– Simplesmente o verão – ela percebeu algumas formigas andando na terra.

– Eu me lembro de você – ele disse, parando de cavar e encarando Bonnie.

– Você lembra? – ela o olhou curiosa.

– Digamos que naquele tempo, eu tinha uma quedinha por você – ele fez Bonnie corar – Mas você só andava com Ben.

– É ele era meu único amigo – Bonnie o interrompeu.

– Mas ai você foi embora e nunca mais voltou – ele largou a pá e pegou algumas sementes – Superei a queda que tinha por você! – Peter deu algumas sementes para Bonnie, deixando a garota decepcionada.

– Sabe, minha avó comentou sobre um jantar que terá sábado para mim – ela o encarou, mudando de assunto – Você irá?

– Claro, não perderia por nada – ele sorriu – Os Johnson sempre tiveram os melhores jantares, de toda a cidade!

– Vamos ver se eu irei aprovar, depois de todos esses anos – Bonnie riu acompanhada de Peter.

– Acho que você ira se surpreender!

– Ah é mesmo! – ela sorriu – Mas, para melhor ou pior?

– Para melhor – ele piscou, tirando mais uma risada de Bonnie.

– Espero que seja mesmo, olha que estou confiando em você!

Durante o resto daquela tarde os dois conversaram e riram, pareciam amigos de muitos tempos. Ao final da tarde, Peter á convidou para irem ate a sorveteria. Ao fim do passeio eles se despediram com um abraço e beijos no rosto. Bonnie o viu dar as costas e sair pelo jardim indo em direção á rua. “Ah como esse Irlandês me encanta” - Bonnie pensou consigo mesma, enquanto subia para o banho.

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