CAPÍTULO ONZE

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Maura permanecia sentada na sala de espera do hospital. Ela nunca imaginara que tal situação ocorreria com o próprio filho. “Ele tem que estar bem, acorde logo filho, acorde logo!” – ela pensava enquanto tentava não derramar mais lagrimas. De cinco em cinco minutos ela ia até alguma enfermeira, para ter informações sobre o filho, mas a única coisa que diziam era – “Qualquer nova informação que tivermos sobre o estado do senhor Turner, a senhora será a primeira á saber! Agora, por favor, volte para a sala de espera!”. A senhora Turner estava desnorteada, já se fazia dois dias que Peter estava desacordado. Os médicos por sua vez diziam que o estado dele estava normal, e que ele poderia demorar mais alguns dias para acorda. Durante esse período, os Parker fizeram uma visita, mas nada puderam fazer para acalmar Maura. O real motivo de tal acontecimento era um mistério para qualquer um naquela cidade, inclusive para o xerife, o senhor Velmonte, pai de Ben, que sempre passava pelo hospital, para coletar novas informações sobre o estado de Peter, na tentativa do garoto já estar acordado, para que em fim o caso fosse solucionado. No silêncio da sala de espera, Maura permanecia cabisbaixa. Sempre secado algumas lagrimas que ainda insistiam em cair. Ela notou uma das enfermeiras entrar e a observar.

- Senhora Turner? – a mesma perguntou.

- Sim – Maura voltou sua atenção para a enfermeira.

- O médico de seu filho, o senhor Tomphen, pediu para lhe informar que o senhor Turner acordou! – a enfermeira sorriu simpática

- E como ele está? – ela sorriu, secando as lagrimas de felicidade – Eu posso vê-lo?

- O estado dele é estável, como já lhe foi dito! – a enfermeira examinou a paleta cheia de folhas que carregava em um das mãos – Quanto ao ir vê-lo, a senhora terá que esperar mais alguns minutos – Maura a interrompeu

- Mas por quê?

- Bom, o senhor Tomphen esta terminando alguns exames com o seu filho, mas garanto que logo a senhora poderá ir vê-lo – ela fitou Maura – Enquanto isso peço que a senhora fique aqui na sala de espera! O senhor Tomphen vira avisá-la quando puder ver o seu filho, tudo bem?

- Claro! – Maura disse animada.

Depois de alguns bons minutos de espera. O senhor Tomphen chegou. Informando a senhora Turner de que Peter já poderia receber visitas. Maura seguiu o médico pelos corredores iluminados do hospital. Ele parou, e adentrou em uma sala, era o quarto onde Peter estava. Ao ver o filho em uma maca. Maura não conteve o choro, pois era uma mistura de tristeza, com alegria, e emoção. Peter apenas sorriu ao ver a mãe.

- Meu querido! – Maura aproximou-se, e sentou sobre a maca – Você esta bem? – ela dizia aos soluços.

- Estou! – ele sorriu fraco - Meio dolorido, mas estou!

- Que bom! – ela sorriu em meio ao choro.

- Mãe, não precisa chorar! – ele fitou a mãe – Estou aqui e estou bem!

- Me diga? – ela limpou as lagrimas mais uma vez – Quem lhe fez isso? Não minta para mim?

- Acho que essas perguntas cabem á eu perguntar senhora Turner! – Maura virou-se para a voz, e viu o Xerife encostado a porta.

- O que faz aqui? – Maura pôs sua atenção para o Velmonte

- Faz parte da política do hospital – Roy disse – Não quero ser grosso senhora Turner, mas peço licença para poder falar com o Peter sobre os ocorridos da noite passada.

- Ele acabou de acordar! – Maura fitou o Xerife seria - Você não tem o direito de chegar aqui e dizer o que quer! – ela disse ríspida

- Eu entendo, mas senhora Turner tente entender, é o meu trabalho!

- Desculpe decepcioná-lo Xerife – o médico fitou Peter – Mas posso afirmar que o senhor Turner não poderá responder nenhuma das suas perguntas!

- Mas por que não? – Roy perguntou intrigado.

- Não me lembro de nada da noite passada! – Peter interferiu na conversar – Na verdade, lembro apenas de chegar até a casa dos Parker, depois disso não me lembro de nada!

- Doutor você disse que meu filho não sofreu nenhum dano! – Maura dizia alterada.

- Sim, e não sofreu nenhum dano grave, apenas um distúrbio, que causou a perda da memória! – o doutor encarou Maura.

- Você tem certeza que não se lembra de nada Peter? – Roy se prontificou.

- Tenho! – Peter disse convicto.

- E o que acontece agora? – Maura perguntou referindo-se para o Xerife

- A nossa única testemunha seria o Peter, só ele poderia dizer o que aconteceu – ele fitou o garoto – E já que ele não se lembra de nada da noite passada, o caso é automaticamente arquivado!

- Arquivado? Olhe para o estado dele Roy! Isso não pode ficar assim! – Maura levantou-se da maca.

- Não há nada que eu possa fazer, não temos outras testemunhas! Sinto muito! – o Xerife fitou o chão.

- Sente muito? Diz isso por que não é o seu filho! – Maura já começava a alterar novamente a voz.

- Não vou tolerar esse tipo de comportamento no meu hospital – o senhor Tomphen alertou Maura – Senhora Turner se não acalmar-se serei obrigado a retirá-la do quarto!

- Desculpe! – Maura se recompôs, e voltou dar atenção ao filho.

- Talvez queira me acompanhar a um café Xerife? – O médico disse a fim de deixar mãe e filho a sós.

- Claro, vamos! – o Xerife concordou e ambos saíram rumo à lanchonete do hospital.

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A garçonete entregou os cafés para os dois senhores sentados á mesa.

- Não há nenhuma chance dele recuperar a memória doutor? – Roy perguntou tomando um gole de seu café.

- Isso que está me intrigando caro amigo! – Roy o olhou curioso.

- Do que você esta falando Ciro? – o Xerife questionou o médico.

- Por mais que a tomografia mostre que não há nenhum dano ao cérebro, o senhor Turner ainda afirma que não se lembra dos ocorridos da noite anterior!

- Você esta me propondo então, que ele pode estar mentindo sobre essa falta de memória? – o Xerife mexia o café com uma colher de plástico

- Talvez!? – o médico fitou o amigo – Mas por que ele faria isso?

- Talvez ele esteja querendo acobertar alguém, ou está com medo de dizer que lhe fez tal mal!

- Bom de qualquer modo, eu vou mandar que façam uma nova tomografia! – o rádio do Xerife chiou.

- Tenho que ir! – Roy disse enquanto levantava da cadeira – Mantenha-me informado!

- Pode deixar Xerife! – os dois trocaram comprimentos de mãos, e Roy partiu para fora do hospital – Hey Sanderson? – o senhor Tomphen chamou um dos internos do hospital – Quero uma nova tomografia tirada do senhor Turner, pronta na minha mesa até amanhã! – ele fitou o rapaz – Entendido?

- Entendido! – o interno disse.

- Se precisar de ajuda chame a enfermeira Kary!

- Algo mais? – o rapaz perguntou para o medico, que terminava o seu café.

- Não, apenas isso!   

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