De Volta Ao País Das Maravilhas escrita por Kremer


Capítulo 8
Capítulo oito: A guerra das torres


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, finalmente dei continuidade à história. A criatividade me deixou um pouco na mão, mas fiz o melhor que pude. Agradeço a JuuSmile que se manteve fiel a minha fanfic. Isto é tudo! ;*



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- Torres, por favor. - Disse a Rainha Branca, com sua voz melodiosa. Mary Ann, por um momento, perguntou-se como as torres iriam se mover, quando foi surpreendida por elas, que mostraram suas pernas de flamingo e foram caminhando até o espelho. A menina deu de ombros e as acompanhou, pois aquilo lhe parecia mais uma solução do que um problema.

Não que eu tenha me acostumado com as maluquices deste lugar, pensou, mas me acostumei a fingir que estou acostumada.

Ao atravessar o espelho, Mary Ann deu por si naquele encantador jardim de doces novamente. Mas desta vez, o jardim parecia um campo de batalha: duas torres brigavam, arremessando coisas umas às outras, e o jardim estava um caos.

Os braços das torres eram braços humanos, mas feitos de pedra. Mary Ann foi surpreendida quando uma das torres a ergueu do chão, pronta para arremessá-la. Mary Ann gritou, apavorada, mas por sorte a torre a ouviu. Neste momento de distração, a torre inimiga arremessou uma tigela de pudim, que respingou em Mary Ann.

- Veja só! És tão desmiolada que quase causa um desastre! - Disse a torre.

- Como você sabe que eu estava prestes a arremessar a calda de chocolate? - Perguntou a torre que segurava Mary Ann.

- Pensa que não vi você tirar um balde cheio de chocolate do poço? Francamente!

E as torres recomeçaram a briga, arremessando todos os doces que suas mãos tocavam. Mary Ann, ainda presa na mão de uma das torres, já estava farta disto, e gritou ainda mais alto, mas, ninguém a ouviu.

E então, Mary Ann viu algo inesperado: uma figura começava a se formar no ar, pairando tranquilamente à sua frente. Esta figura tinha um número respeitoso de dentes, e garras também respeitáveis. O gato de Cheshire dirigiu-lhe um sorriso – que Mary Ann já não sabia dizer se era amigável ou não, pelo fato de o gato estar sempre sorrindo. Talvez ele não possa fechar a boca. Deus, que horror! Pensou. No entanto, Mary Ann implorou, na voz mais respeitosa que podia produzir:

- Senhor gato! O senhor tem que me tirar daqui!

- Tenho? Deixe-me consultar minha lista de "coisas que tenho que fazer". - O gato, de fato, tirou um papel meio amassado, meio amarelado de seu pelo. - Desculpe-me, mas aqui não diz nada a respeito disso.

- Gatos tem uma lista de obrigações? - Perguntou Mary Ann. A curiosidade da menina não a deixava nem mesmo em situações como aquela.

- Não, nós fazemos o que queremos. - Sorriu-lhe o gato.

- E então por que consultou essa lista? - Disse Mary Ann, já rabugenta.

- Para mostrar que não tenho obrigações. Agora, tchau! - E ele já ia sumindo, quando Mary Ann implorou novamente.

- Não! Espere! Eu realmente preciso de ajuda! - Disse a menina. O gato reapareceu, com mais interesse.

- Vejamos... já que eu, aparentemente, não tenho nada para fazer, decidi ajudar.

As torres continuavam ofendendo-se e arremessando doces umas nas outras, quando o gato interviu:

- Você, feita de pedra! Está segurando uma humana, e esta humana é minha. - Disse o gato, pairando suavemente na frente da torre que segurava Mary Ann.

- É claro que está, essa torre adora ficar com o que não lhe pertence! - Disse a outra torre. - Ela roubou meus flamingos! - e arremessou bombons de chocolate na torre.

- Seus flamingos? Uma ova! Você que pegou meus ouriços! - Disse a outra torre, arremessando um bolo de chocolate na rival.

- Flamingos? ... ouriços? Mas... o que...  - Aquela situação estava deixando Mary Ann tonta. E com fome. Ou talvez, só com fome.

- Ora, os seus flamingos e ouriços fugiram a noite, assustados com o ronco de vocês. - Disse o gato. As duas se calaram.  - Mas vocês podem achar mais na temporada de caça a flamingos e ouriços, que começará daqui a... - E fez uma pausa, tirando um relógio de bolso de algum lugar de seu espesso pelo - dois dias!

As torres não disseram nada. A outra torre simplesmente soltou Mary Ann no ar. Por um segundo, Mary Ann achou que iria levar uma queda e tanto...

Mas no outro segundo, já estava em seu lugar, do lado da Rainha Branca.

E agora, era vez da Rainha Vermelha. 


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