De Volta Ao País Das Maravilhas escrita por Kremer
Notas iniciais do capítulo
Capítulo curtinho, logo vou terminar essa fic. Quando acabar, já tenho ideia para mais fics, que serão bem diferentes desta. Isso é tudo!
A Rainha de Copas estava pronta para seu próximo movimento (quando digo pronta, gostaria que você imaginasse o seguinte: um lacaio interrompeu seu trabalho de massagear os pés da rainha, foi empurrado para um canto e outro lacaio surgiu, trazendo algo parecido com um megafone. Foi trazido um espelho até a rainha, onde ela ensaiou por cinco minutos sua postura para dar a ordem), quando um coelho branco, de colete e de relógio, surgiu do meio da multidão, tentando correr com suas perninhas curtas, e vez ou outra tropeçando em seus próprios pés. O pobre coelho estava tentando chegar até Mary Ann, e gritava, afobado:
- Rainha Alice! Está atrasada!
Todos encaravam o coelho branco, exceto o público (o público olhava com vigoroso interesse flamingos e ouriços jogando croqué no tabuleiro de xadrez, já que as peças haviam deixado seus postos). A Rainha de Copas ficou irritadíssima:
- QUEM... SE ATREVE... A INTERROMPER... O XADREZ... REAL? - berrou a plenos pulmões. Dava um passo a cada palavra pronunciada, para chamar mais atenção. No entanto, quando deu uma espiada no público, eles ainda estavam mais interessados no croqué.
- M-majestade... e-eu... tenho que l-levar a Rainha Alice... é de importância volumosa. - Gaguejava o pobre coelho.
Mary Ann olhou, desolada, para a Rainha Branca. Mas até mesmo esta estava mais interessada no croqué dos flamingos e ouriços. Tão interessada, que até mesmo deu a ordem:
- Vamos jogar croqué! Venha, irmã, venha! - E saiu arrastando a Rainha de Copas, que, deliberadamente, anunciou ao público:
- Tive uma excelente ideia: vamos jogar croqué!
O público aplaudiu.
...
Mary Ann não teve escolha senão seguir o Coelho Branco (não que se importasse com isto, qualquer coisa era melhor do que aturar a companhia da Rainha de Copas). Ele dava pulinhos curtos, e seu ritmo estava ficando mais lento do que de costume. Mary Ann estava se irritando, mas percebeu que seu próprio ritmo estava lento.
- Onde estamos, senhor coelho? - Perguntou a menina, olhando em volta. O cenário era o seguinte:
A paisagem era desértica. Haviam árvores que pareciam estar derretendo, o sol parecia estar no auge do seu show (estava dançando no céu com uma bengala e um chapéu), estava ficando insuportavelmente quente e uma pedra usava um leque para se abanar.
- É um atalho para a casa do Chapeleiro - explicou o coelho.
Um pouco mais adiante, encontraram uma árvore totalmente diferente das outras: era grande, com muitas folhas verdes e flores amarelas, e havia um grande buraco nas suas raízes.
Quando Mary Ann se aproximou do buraco, só teve tempo de ouvir o Coelho dizer:
- Ache o Chapeleiro. E não toque nos retratos da parede, eles mordem!
E em seguida, foi empurrada pelo buraco.
Estava caindo. Caindo. Caindo...
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