Não demorou muito e a porta foi aberta, revelando os alunos novos. Eles teriam que se apresentar a todos e meus olhos se pousaram naquele ser que me irritava completamente, mas que se fazia presente em todos os meus pensamentos há algum tempo. Ele parecia não ter me visto ali, mas era aceitável já que estávamos em uma das últimas carteiras. Assim que a vez dele chegou, ele pareceu me notar ali e sorrindo torto e olhando para mim, disse:

- Luke Andrews.

Capítulo 6 – Ops, detention.

      Em St. Paul’s os alunos tinham dois intervalos, ambos de vinte minutos, de modo que agora eu, Harry, Alice, Lena e Tyler estávamos em baixo de uma árvore no jardim no colégio, conversando e rindo. Harry estava apoiado na árvore e eu com a cabeça em suas coxas enquanto eu mexia em meu celular.

      Depois de se apresentar para turma, olhando diretamente para mim, Luke se sentou ao lado de Brianna, pois era o único lugar vago na sala. O que mais me irritou além do sorriso torto do idiota do americano foi o modo como Brianna deu em cima dele descaradamente e o riso idiota do Tyler e antes que eu pudesse evitar eu já tinha batido nele com meu caderno.

- Posso me sentar com vocês? – pergunta aquela voz tão conhecida por mim.

- Claro – respondeu Tyler.

      Não precisei nem tirar os olhos da tela do celular para saber que ele estava em pé próximo a mim, entendendo o que ele queria – ou quase isso – levantei as pernas do modo que deu por causa da saia e assim que ele se sentou coloquei as pernas em seu colo.

- Annelise sempre sociável – disse Tyler rindo.

- Vá achar alguém para beijar, Ty – resmunguei bloqueando o meu celular e olhando para ele com um sorriso vitorioso no rosto.

- Alice? – levantou as sobrancelhas de modo sugestivo. Segurei uma gargalhada sabendo que o sonho de Ty era ficar com a loira.

- Saí fora, Tyler. Ainda não sei como a Annelise te suporta.

- Porque ele não dá em cima de mim – falei fazendo todos rirem.

- Corrigindo, ele não dá em cima de você desde que eu o ameacei – Harry se manifestou e de novo, todos riram.

- É por isso que você é o melhor irmão do mundo! – disse olhando para cima e mandando um beijo para meu irmão.

- Entendeu, Luke? Se você quer oficializar seu relacionamento com a princesinha Campbell precisa conquistar Harry, seu futuro cunhado – Tyler falou, fazendo todos nos olharmos para ele.

      Tudo bem que Tyler tinha problemas mentais, mas todos, todos mesmo, sabiam do ciúme que Harry tinha de mim e as vezes isso chegava a ser absurdo, mas eu o entendia e também tinha um ciúme obsessivo quando se tratava de, era a forma de proteger um ao outro, de evitar que nos magoássemos.

      Levantei em um salto e sem me importar se isso o machucaria, puxei a orelha de Tyler e saí caminhando enquanto ele tentava se levantar e em certo momento ele conseguiu.

- Que droga, Annelise, essa merda dói – reclamou.

- É para doer. Que tipo de merda você tem na cabeça? Não viu o Harry ali do lado?

- Foi uma piada! – justificou.

- Uma piada completamente sem graça – rebati.

- Desculpa, Lise. Às vezes eu esqueço o quanto Harry é ciumento.

- Tudo bem. Só não faça mais isso. Vamos para aula? – falei ao ouvir o sinal tocar, anunciando que os alunos deveriam voltar para as suas salas.

      Ele assentiu e seguimos o fluxo de alunos que voltavam para suas salas de aula. Tínhamos sido um dos primeiros a voltar, por isso, sentei em cima da minha mesa enquanto conversava com um garoto chamado Joe.

- Ei, você deixou isso cair – ouvi Luke dizer e assim que olhei em sua direção meu celular estava em sua mão.

      Despedi-me de Joe e sorri para Luke pegando meu celular de suas mãos.

- Obrigado, americano – sorri para ele – Vem tirar uma foto comigo – pedi, o puxando pela mão de modo que ele ficasse do meu lado.

      Depois de digitar a senha do celular, liguei a câmera frontal e vendo como ficaria a foto bati três fotos. Ele riu ao ver os resultados e eu me virei para ele, ficando com os nossos lábios a centímetros de distância, sua respiração batendo em meu rosto e meu olhar preso no dele.

      Luke passou seu braço por minha cintura, me levantando alguns centímetros do chão de modo que eu pudesse ficar quase na sua altura, minha mão foi para sua nuca, brincando com os fios cacheados e segundos depois, nossos lábios já estavam colados, antes que pudéssemos aprofundar o beijo, a voz autoritária nos fez saltar.

- Os dois para a diretoria. Agora.