Dramas De Uma Obsessão escrita por Tricia


Capítulo 12
Amargura


Notas iniciais do capítulo

Oii, pessoal! Esse capítulo é todinho do Edward! Tentei mostrar um pouquinho como foi a vida dele depois da suposta traíção.
Eu gosto de colocar músicas nos capítulos, e a que eu encontrei depois de muito procurar, que achei dar certo, é linda, mas bem antiguinha...Me digam depois se gostaram ou acharam muito ruím.
E para terminar, por favor não me matem, prometo que daqui dois capítulos explico tudo ok? Beijos e comentem!



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Narrado por Edward




Virei o último gole do whisky que estava no copo e suspirei irritado. Eu já tinha acabado com uma garrafa inteira, sentado na sala e Victória ainda continuava no quarto, chorando.  Caminhei irritado até lá, abrindo a porta com estrondo.

-Eu te dou mais dez minutos para arrumar essa mala, ou eu te coloco pra fora com a roupa do corpo! -rosnei.

-Ed, por favor, me desculpe! Vamos conversar! - implorou ela com os olhos inchados de tanto chorar.

-Dez minutos! - rebati seco e saí batendo a porta.
 
Victória e eu  tínhamos um "caso" há uns dois anos, mas há um ano pelo menos ela tinha praticamente se mudado para meu apartamento, sem ser convidada, diga-se de passagem. Eu não tinha me importado muito na época, pois eu estudava e estagiava, assim como Victória, mal tendo tempo para ficar em casa. Agora já formado trabalhava em um hospital dando plantões e me especializava em um curso noturno, então quase não nos víamos. Era até conveniente parar mim. E nunca, nunca mesmo, tinha feito promessas. Se ela tinha se iludido, o problema era apenas dela.

Dez minutos depois, ela saiu do quarto arrastando as malas, parou na porta me olhando esperançosa.

-Eu não vou pedir para você ficar Victória! - falei seco -Não se iluda ainda mais!

Caminhei decidido para abrir a porta pra ela, mas antes que eu o fizesse ela estapeou meu rosto com força.

-Você é um imbecil Edward! - gritou.

Com raiva, segurei seu pulsos e a encostei na parede com força.

-Eu sou um imbecil ? Você se iludiu porque quis Victória! -rosnei - Eu nunca te prometi casamento, filhos, finais de semana em família... Nem mesmo menti pra você! Você sempre soube que nunca teria isso comigo! Eu nunca te amei! Sempre foi apenas sexo! Agora,  parar de tomar o anticoncepcional, sem que eu soubesse, para tentar engravidar e assim me forçar a casar, foi demais não é mesmo?

-Mas não deu certo Edward, você podia me perdoar....

Ela deixou a frase morrer, provavelmente vendo a incredulidade estampada em meu rosto.

-Ainda bem que não deu certo! Eu odiaria você se tivesse acontecido! Eu não pretendo ter filhos com ninguém! Fui claro? Agora some daqui e fique feliz por eu não devolver essa bofetada! Mulheres aproveitadoras como você me dão nojo! -falei feroz.

Agora ela me olhava com ódio.

-Eu vou! E você vai continuar aí sofrendo por aquela vadiazinha da sua adolescência! Outra coisa, faça um exame, talvez Deus tenha ouvido suas preces e você não seja capaz de gerar um filho. Só para que você saiba, não foi agora que parei de tomar a pílula, na verdade eu nunca as tomei. Seja muito infeliz Edward! - e saiu batendo a porta.

Eu ri, amargo. É claro que ela usaria aquilo para me atingir. Uma vez, bêbado e infeliz demais para ficar de boca fechada, eu tinha contado tudo sobre Bella para Victória. Se arrependimento matasse! O pior é que aquilo ainda me atingia de verdade, tantos anos depois e o assunto ainda era difícil pra mim.

Abri outra garrafa de whisky e nem me importei em pegar um copo. Eu não tinha me tornado um alcoólatra, mas no começo, tinha sido por pouco. Agora eu deixava a bebida para momentos como esse. Quando a saudade doía, a raiva a tomava conta, ou quando ficava díficil demais suportar a realidade!

Passei as mãos no cabelo, hábito que eu tinha quando estava muito nervoso. Meu Deus, será que aquele sofrimento nunca teria fim? Às vezes eu pensava que ia enlouquecer!

E saber que Bella e Jacob viviam bem com o filho, só piorava a situação. Não conseguia me conformar com aqui!

Liguei o rádio e ironia do destino, a música antiga que tocava se enquadrava bem em  minha vida. Enquanto ouvia a música e bebia, me permiti relembrar alguns momentos daqueles anos...

http://www.youtube.com/watch?v=qGa912H5eDo

Me lembrei do dia que fiquei sabendo que eles tinham se casado, da condescendência da minha família àquele fato, Rose querendo me convencer que era um casamento de mentira, a raiva, a revolta,  a bebedeira para tentar fugir da  triste realidade.

Nos dias ou meses, eu não me lembro bem daquela época, que se seguiram, eu tinha praticamente desistido de viver,  ia da faculdade ( que meu pai me obrigava a frequentar)para casa e depois para o bar onde eu enchia a cara diariamente. Minha mãe chorava, meu pai tentava conversar e eu não dava ouvidos. Foi Rose quem me tirou do torpor em que eu vivia.

Um dia, assim que cheguei da faculdade, minha mãe já chorava sabendo que logo eu sairia para o beber. Rose entrou no meu quarto carregando um monte de garrafas de bebida que jogou sobre a minha cama. Eu a olhei sem entender.

-Sente-se Edward - mandou  séria - eu vim te dar uma notícia e já trouxe as bebidas para que você se mate de tanto beber! Aliás eu acho mesmo que a morte é o melhor caminho. Você pára de sofrer e nós não teremos mais que ver você se destruindo. Você tem se olhado no espelho?

Eu bufei sem paciência.

-Fala logo Rose que estou sem paciência para enrolação - falei grosso.

-Está bem, eu sei que você não quer mais saber dos dois, mas eu vou dizer assim mesmo. Alice me ligou e disse que Jake e Bella finalmente resolveram ficar juntos e vão ter um filho  - bateu palmas debochando - parabéns irmãozinho, você conseguiu.  Jogou um nos braços do outro quando não acreditou que foi tudo uma armação! Pronto. Agora afogue-se na bebida, mas aproveite porque é o último dia que vai fazer isso, ou você entra em coma alcoólico e morre de uma vez, ou vai deixar de ser infantil e passar a encarar a vida de frente! Você não é o único a sofrer com tudo isso Ed!

-Cala a boca Rose! E sai daqui! - gritei me descontrolando com a notícia.

Ela me estapeou com tanta força no rosto que eu quase caí.

-Você é um maldito egoísta Edward, está tão preocupado com a sua própria dor que não se importa com mais nada! Nem com a mamãe ou com o papai ! Nem com Bella e Jacob que eu acredito serem inocentes!

-Eu não acredito Rose! -gritei - Eles se casaram, porra!

-Então que se dane - gritou ela de volta - mas você é uma vergonha! Devia pelo menos ter um pouco de dignidade! - e saiu batendo a porta.

Naquela noite eu bebi tudo o que podia, mas no fundo sabia que Rose tinha razão sobre os meus pais, eles não mereciam um filho bêbado. Eu não lhes daria mais desgostos.

Parei de beber, passei a estudar com vontade, mas para esquecer Bella, passei a sair com várias garotas, mas nunca consegui me envolver com ninguém. Incapaz de amar novamente, mudei. Me tornei frio, amargo, sarcástico. Saía com muitas mulheres e as usava, só sexo me importava. E foi assim com Victória também, sem sentimentos.

Só no trabalho eu me permitia um pouco de envolvimento. Tinha optado por medicina, quando música deixou de ser atraente por me trazer muitas lembranças, e agora me especializava em pediatria. Eu gostava de crianças, eram inocentes e sinceras, diferentemente dos adultos.

Pisquei, sentindo minha cabeça rodar, já meio embriagado. E então, Bella estava diante dos meus olhos, linda como sempre, sorrindo para mim. Eu sabia que não era real, uma ilusão causada pela bebida. Tinha acontecido algumas vezes e eu não me importava... às vezes até gostava.

-Bella! - conversei com a ilusão, a voz enrolada - Você é a culpada por tudo isso! Por essa merda de vida que eu tenho! Até os filhos que eu sempre quis, não os terei. Porque eu queria tê-los com você Isabella! Só com você! Mas você... você tem um filho dele! Daquele traídor! - cuspi as palavras, amargurado -  Saia daqui! Não quero vê-la!

A ilusão desapareceu. Eu ri. Aquilo não era verdade, muitas vezes tinha desejado ver  Isabella de novo, nem que apenas por um momento. E me odiava verdadeiramente por ser tão fraco.

Como  ela estaria hoje em dia? E como era possível eu ainda amá-la, depois de tudo? Talvez o amor também fosse só uma ilusão, causada pelo fato de nunca mais tê-la visto...

Meu pai pensava em voltar para Forks. Quem sabe eu deveria ir junto? Sabia que Bella nã o morava lá, mas Charlie sim, então eles deviam visitá-lo. Talvez se eu apenas a olhasse de longe,  eu percebesse que era mesmo só uma ilusão, que eu não a amava mais e conseguisse seguir verdadeiramente com a minha vida.

 Provavelmente, porque eu já estava bêbado demais, me senti animado com a idéia de voltar para Forks. Antes de cair no sono, os pensamentos  se misturando, ainda pensei que Victória tinha razão, eu devia fazer um exame.

.......................................


Acordei no dia seguinte, com o som estridente da campainha. Era domingo pelo amor de Deus! Eu precisava e merecia dormir mais um pouco!

A campainha soou de novo e eu me levantei contrariado, tinha dormido no sofá mesmo. Caminhei até a porta tentando desamassar um pouco as roupas com as mãos. Abri a porta sem me incomodar em ver quem era e imediatamente fiquei constrangido.

Meu pai como sempre muito alinhado, estava ali e me mediu de cima a baixo fazendo uma careta. Dei passagem para que ele entrasse.

-Voltou a beber Edward? - o desgosto na voz.

-Não pai, só de vez em quando. - ele tinha que aparecer logo hoje?

Ele assentiu e mudou de assunto.

- Eu liguei, mas como você não atendeu resolvi vir pessoalmente. Sua mãe quer que você vá almoçar lá em casa hoje, filho. Onde está Victória?

-Foi embora e não vai voltar - respondi brusco.

Ele respirou aliviado, minha família não gostava dela.

-Você vai? - ele perguntou.

-Claro pai, espera apenas eu tomar um banho está bem?

..................................

No almoço correu tudo bem, mamãe e Rose me abraçaram felizes por eu ter terminado com Victória e eu me diverti naquele dia em família. Rose ainda morava com nossos pais, mas eu assim que tinha começado a ter meu próprio dinheiro, dando plantões, tinha resolvido alugar um apartamento.

Na hora do café da tarde, eu colocava Rose e minha mãe a par dos últimos acontecimentos com Vitória, porque era impossível esconder alguma coisa delas.

-Foi melhor meu filho - disse minha mãe - nunca gostei muito dela... e você também não!

-Eu sei mãe. Aliás, eu estou querendo saber de uma coisa, vocês estão mesmo pretendendo voltar para Forks?

Eles se assustaram com o assunto, normalmente eu fugia de falar sobre aquilo.

-Sim, meu bem - minha mãe estava hesitante - não fomos ainda porque vamos sentir muito a sua falta! Mas porque esse assunto agora?

-Não sei mãe...Estava pensando que talvez, eu pudesse  ir também. A especialização está terminando e não há nada que me prenda aqui!

-Isso seria ótimo, filho! -falou me dando um sorriso enorme.

Se ela soubesse a verdadeira motivação por trás daquilo, provavelmente me daria uma bronca.

-Então quando decidirem, me avisem para que eu possa organizar as coisas, ok?

-E o espermograma Ed, vai fazer? - minha irmã falou querendo me zoar.

-Vou sim, Rose. Se o que Victória disse for verdade é melhor eu investigar. - eu tinha mesmo ficado incomodado com aquilo.


Alguns dias depois, estava sentado em minha cama, com o resultado do exame nas minhas mãos e uma palavra,  "Oligospermia" , aterrorizando o meu cérebro.

Aquela palavra medonha se resumia a isso: eu não produzia espermatozóides suficientes para engravidar uma mulher, ou seja, eu nunca teria filhos.

Não aguentei e chorei desesperado. Pensei em Bella. No fim, ela tinha feito a escolha certa ficando com Jacob.










 


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