Sophia escrita por Ana Carol M


Capítulo 7
Capítulo 7




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– Eu quero voltar para casa. Quero ter uma vida normal. Não vou colocar toda minha vida fora por causa de uma suposição de paz de um cara que eu não conheço – falei.

– Você não entende não é? Seu pai quer uma vida melhor pro nosso povo, você nunca esteve em uma de nossas cidades, não em uma dominada pelo Conde Hórus. È tortura ver aquelas pessoas. Ele te colocou pra fora da história pra te proteger, mas pra acima de tudo quando voltasse lutasse pelos mesmos direitos que ele. Ele quer dar liberdade para as pessoas. As coisas não são sempre sobre você - ele gritou raiva nas ultimas palavras.

– Eu não posso. Isso não é justo. Eu não pedi pra isso acontecer. Eu tenho uma vida feliz na minha cidade.

– Você vai ter coragem de colocar todos em perigos por que você quer uma vida normal? Qual o seu problema?- ele parecia indignado.

– Não fale desse jeito. Até semana passada eu era uma pessoa comum. Agora eu sou herdeira de um Conde, tem pessoas me caçando e meu avô quer que eu morra. Porque ele quer que eu morra?

– Você é o símbolo da desonra. Sem você ficaria mais fácil de trazer o filho de voltar pra casa.

Suspirei. – Porque o Conde quer que eu volte? Me diga, sinceramente.

– Isso você vai ter que perguntar para ele, pessoalmente. Vou mandar um recado e nos encontramos com ele essa semana mesmo. Você concorda?

– Eu não tenho mais nada pra fazer mesmo. Ah não, eu ainda tenho que me manter viva e olhar pra sua cara – reclamei.

– ótimo – disse ele com ironia.Vou tentar localizar seus pais. Você pode ligar para os seus pais adotivos – Peter foi até o balcão e pegou um mapa muito velho. E ficou esperando que eu ligasse.

Fui até minha mochila e peguei o celular.

– Mãe? – perguntei inocentemente – É a Sophia, Tia Penélope o que você faz ai?

Sei que minhas feições mudaram e eu senti todo o resto desaparecer. Desliguei o celular e corri para o banheiro. Eu simplesmente não aguentava pensar naquilo. Meu corpo todo doía e gritava para que o que eu tinha escutado fosse mentira. Fui resvalando na parede até sentar ao chão e abraçar minhas pernas com medo de que meu corpo inteiro fosse se desmanchar.

– Sophia? Você está bem? Abra a porta – pediu ele delicadamente. E talvez por isso eu tenha aberto. Ele me olhou com pavor, meu rosto estava todo molhado de lágrimas e eu não conseguia quase respirar.

– Estou bem... Mas meus pais estão mo...mortos – gaguejei voltando a me sentar no sofá.

Peter me olhou incrédulo.

– O que disseram? – perguntou ele.

– Minha tia disse que eles sofreram um acidente. Eles estavam vindo para cá, para ficar perto de mim caso algo acontecesse. E... – de repente aquela sensação de lembrar alguma coisa veio até minha mente.

Eu já não estava na sala de Peter, eu estava em uma rodovia, ao lado de um homem bem vestido. A rua estava deserta e nós estávamos parados no meio da rua. Então vi meus pais de carro dirigindo tranquilamente, com a súbita aparição do homem em uma curva meu pai se desviou e caiu barranco a baixo. O homem riu, olhou para baixo tendo certeza de que o carro estava deformado e pegando fogo, então saiu caminhando e cantarolando.

– SOPHIA? – Peter me choqualhava.

– HÓRUS MATOU MEUS PAIS – gritei.

– Como você sabe?

– Eu vi, tenho certeza que era ele – a raiva começava a me dominar. Eu sentia todo meu corpo pulsando, queria gritar, matar aquele homem, arrancar cada parte do corpo dele e velo sofrer cada segundo até a sua morte.

Gritei alto e esmurrei a parede com socos e chutes. Então vi meus olhos com um leve deslumbre vermelho em suas pupilas encarando a mim mesma no espelho. Aquela era eu.

– EU VOU MATAR ELE E VOCÊ VAI ME AJUDAR – gritei olhando pro Peter.


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