Sophia escrita por Ana Carol M


Capítulo 15
Capítulo 15




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– Então vamos – Saímos do quarto e seguimos em um corredor mais escuro, o chão era de madeira polida e eu jurei ter visto uma armadura em um quarto com porta entreaberta, o que mais chamava a atenção era o espelho no final deste corredor. Todo detalhado, mas não havia reflexo. Na verdade nós não refletíamos. Podíamos ver o corredor, mas os nossos corpos estavam invisíveis.

Sr. Ramsés chegou bem perto, com um canivete de bolso ele furou o dedo e passou na borda do espelho que pegou fogo instantaneamente. Muito delicadamente o vidro, se é que se pode chamar o refletor de vidro, desapareceu.

Então nós escutamos a porta lá de baixo explodir, e várias pessoas entrarem na casa. Na qual deveria estar completamente escura como quando nós a invadimos na outra noite. Ficamos sem reação por alguns segundos. Então Sir Ramsés fez com que nós entrássemos em um cubículo que havia sido aberto pelo desaparecimento do espelho. Ele selou a borda da porta com sangue e o vidro voltou a aparecer extremamente forte. O homem começou a murmurar coisas sem sentido. Pude sentir um solavanco no aperto em que estávamos, depois fomos sacolejados e o espelho foi aberto novamente.

Estávamos em um castelo, ou em um corredor do castelo. Era amplo, podíamos ver os jardins, e os raios solares invadiam as paredes do castelo. Estava amanhecendo. As paredes tinham aberturas para o jardim e de algum modo me confortou. Eu já sabia onde eu estava.

– Rápido, saiam e não façam barulho. Como eu disse, pode haver guardas – disse sir Ramsés.

Nós obedecemos e novamente o homem selou o espelho com sangue. Como se estivesse apenas se prevenindo.

Mas naquele cômodo era diferente, o espelho era quase cem vezes maior que o da casa do homem. Embora ele só tenha passado seu sangue na parte de baixo do espelho.

Ele se virou risonho para nós, que o olhavam, ele olhou o castelo destruído por um momento, então com muito cuidado nós saímos do lugar seguindo Sir Ramsés.

Descemos uma escada enorme e chegamos ao que parecia era a antiga cozinha. Como todo o castelo estava suja e destruída.

– Me ajude aqui rapaz. – eles arrastaram uma pedra enorme, onde antigamente ficava a pia. Havia uma escada bastante grande indo para o subterrâneo do castelo. Sir Ramsés fez com que nós descêssemos primeiro e depois com um mínimo aceno a pedra grudou em seu antigo lugar.

– Por que não usamos magia para arrastar a pedra antes? – perguntei.

– Os guardas sabem que usamos magia na cozinha, e devem estar chegando neste exato momento ali, mas não vão encontrar nada.Se tivéssemos usado antes talvez não tivéssemos tempo de descer e fechar – falou o homem rindo gostosamente, enquanto nós descíamos as escadas, da qual havia pedras verdes nas paredes lembrando luzes. Iluminavam tudo fantasmagoricamente.

Descemos varias e varias escadas, cada vez ficando mais frio conforme descíamos. Dobramos em corredores que eu não havia notado até o momento de andar nele. Meu tio- avô sabia exatamente aonde ir, como se fosse seu lugar favorito em um passeio. Passaram quase duas horas enquanto andávamos no subterrâneo do castelo

Chegamos a mais uma sala escura e gélida. Eu já estava com medo, e Peter não parecia muito satisfeito. Havia ratos, aranhas e baratas em alguns cantos. E por instinto me aproximei mais de Peter.

O homem empurrou um armário com muita dificuldade enquanto era observado. Havia uma passagem pequena e nós passamos por ela e com a ajuda de Peter o homem empurrou o armário para o local anterior.

– Não façam magia – sussurrou o sir. Ramsés.

– Por que?

– o Conde pode achar que são os soldados.

De repente ele acendeu uma vela que estava em algum lugar atrás do armário. Nós estávamos em mais um corredor, mas esse era de pedra bruta e logo depois mais uma enorme escada só que esta subia.

– Este era o castelo da sua família Merit. Antes de ser invadido obviamente. Seria muito interessante se me permitisse mostrar o seu quarto, mas isso faria com que corrêssemos grave perigo e não é esse meu desejo – disse o homem tristonho enquanto andávamos. Depois de várias horas de silêncio.

– Tudo bem, ainda voltaremos aqui e dessa vez não vamos fugir – falei, batendo no ombro gorducho dele.

Peter nada disse, talvez até fingisse que não estava escutando, ele parecia apreensivo, na verdade parecia com medo. Eu não fazia ideia do que. .

Já havíamos chegado ao final das escadas e continuamos a andar reto, eu desejava que o homem não tivesse se perdido com a quantidade extraoriginária de corredores naquele lugar.

Depois de mais de quinze minutos nós começamos a subir uma escada de madeira, e saímos atrás de uma enorme pedra em uma aldeia, puxamos nossas capas tapando nossos rostos e seguimos Sir. Ramsés. Aparentemente ninguém tinha nos notado.

Entramos em uma floresta e começamos a andar e andar. Era mais agradável do que o castelo, havia borboletas e as arvores estavam floridas. Nós três já estávamos cansados, mas seguimos mesmo assim. Fomos até uma cachoeira em que atrás havia uma passagem secreta. Nós pulamos lá para dentro e encontramos do outro lado uma casa enorme. As árvores haviam criado barreiras na volta da casa com uma enorme clareira, fazendo um círculo na volta da mansão, de forma que a única entrada era a da cachoeira.

Um homem alto e familiar abriu a porta e os observou desconfiado.

– Eu não acredito – disse ele transbordando de felicidade.


Ele correu e me abraçou, foi um abraço carinhoso e com certeza estava matando a saudade, e de alguma forma matava a minha saudade. Embora não conhecesse bem o homem, eu já sentia um enorme afeto e carinho por ele.

– Minha Merit– disse ele enquanto me abraçava mais forte.

Eu ri, ele me soltou com um enorme sorriso no rosto e cumprimentou os outros. Agradecendo por tudo. .

Ele nos levou para dentro da mansão. Não havia muita gente como eu esperava.

Havia seis pessoas. O conde, a condessa – que me abraçou tão forte que achei que fosse sufocar -, uma mulher com cabelos negros e pele tão branca quanto a de Peter, e foi ai que eu vi a semelhança. Era a mãe dele.

A mulher correu em direção ao filho e o abraçou, Peter a abraçou com força e sorriu brevemente. Como se tivesse se livrado de uma grande carga nas costas.

Havia mais um casal, de mãos dadas. Que se olhavam com carinho.

– Estes são nossos amigos. Esta é Isis e este é Mênphis, marido e mulher – ele apontou para a ruiva que acenou com a cabeça, e o homem ao seu lado sorriu. – E Cleópatra, mãe de Peter.

Eu sorri com tanta felcidade, mas não aguentei por muito tempo – Meus amigos foram seqüestrados. Preciso encontrá-los. - falei já desesperada..

– Bom, não vamos perder tempo. – disse o Conde com coragem. Ele estalou os dedos e uma mochila de pele de veado voou para suas mãos.

– Espere. O que o Senhor pretende fazer? - Perguntou Peter uma linha de preocupação já se formava na testa dele.

– Os Mumianos pegaram os amigos de Merit, temos que ir salvá-los. Ela agora voltou para o seu lugar, estamos fortes de novo. Ora, o que estamos esperando? – perguntou o Conde indignado.

Peter suspirou profundamente – Os Mumianos levaram os amigos dela para a pirâmide mestra. Deve ter centenas deles lá dentro, como o senhor pretende salvá-los com apenas um feitiço de repelir? – agora era Peter que estava incrédulo.

O Conde corou. Nós sentamos em uma enorme sala para pensar o que faríamos. E por um longo tempo ficamos ali em silêncio, olhando para lugares pouco interessantes, em busca de uma ideia.

– Espera, Jude contou que nossa família é a única que tem o feitiço para destruir definitivamente os Mumianos. Porque não o fazemos?- perguntei

Naquele momento todos fizeram cara de espanto e dor. Era como se eu tivesse dito algo incrivelmente idiota. Mas percebi que saberia o que Peter a tanto tempo me escondia.

– Merit tem certa razão, mas é exigir demais. Bom, da situação – disse Isis com a voz fina e delicada.

– Me chame de Sophia – pedi. E eles assentiram.

– Não vale à pena – murmurou Peter, vi que ele se remoia de raiva.

– E por que não? – eu o olhava sem entender. O que eles precisavam tanto? Por que todos estavam tristes? Afinal era eu que estava com os amigos com múmias, não eles.


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