O fogo de Talonflame se espalhou pela tubulação de gás do quinto andar. A fumaça tóxica impediu que os aliados ficassem ali por muito tempo. Luiza arrastou Bruno.

— Temos que subir depressa. O fogo tá chegando no quarto andar — disse Khan.

Até mesmo o Dusknoir fugiu dali. Antes, porém, cuspiu Faisal.

— Também quero fugir!!

Segundo Luiza, era tarde demais para salvar Jason. Não se sabia a profundidade do buraco nem se suportariam o fogo.

— Vamos torcer para que ele esteja bem e encontre uma outra saída — falou ela.

Todos os pokémons saíram após os humanos. Stone, Simon, Robert, Nikky, Joe e Sophia ajudaram na evacuação.

— Você está bem? — Stone perguntou a Graveler, que afirmou.

Robert não se sentia bem com a ausência do filho.

Pouco tempo depois, viaturas da policia entraram na propriedade da mina. Explicou-se que estavam ali para prender Faisal e a Equipe Black.

...

No mais profundo local, longe do calor do fogo, vivia uma criatura aprisionada por um selo em forma de correntes mágicas. Era um cachorro grande, com belos cabelos e olhos penetrantes.

Gotas insistiam em cair na água ao lado de um Jason desmaiado. Ele sentiu um calor perto do rosto. Charmander aqueceu o rapaz com a chama da sua cauda.

— Humpf... onde estou?

Ele abriu os olhos e viu todos os seus quatro pokémons ao seu redor. Tentou se levantar, mas estava um pouco tonto.

Havia ruínas com paredes de pedra perfeitamente encaixadas. Um córrego subterrâneo e uma porção de terra que ficava ao lado. Jason estava deitado sobre pedaços de jornais e plásticos que caíram após o terremoto.

— Pyro? Volty? Eevee... Tyrantrum! Vocês estão bem? Pensei que seria o nosso fim. Mas onde estou?

Não dava para ver o teto de tão alto que era.

Durante a queda, Jason caiu no córrego e foi levado pela correnteza. Mas num certo ponto foi salvo por seus próprios pokémons.

— Minha mochila... ok. Minha pokédex... também ok. Tá tudo aqui. Vamos lá, pessoal. Encontrar um novo caminho.

Jason e os seus pokémons caminharam pelo vasto corredor. Sempre à margem do córrego. Estátuas, bustos e tochas apareciam conforme caminhavam.

Do outro lado, havia uma passagem que dava para um salão cheio de pilares. A única forma de atravessarem era por uma ponte quebrada de concreto. Ele subiu em Tyrantrum e pediu para ela dar um pulo bem alto. E assim o fez. Eles foram para o outro lado.

— Esse lugar... é grandioso.

Era como um santuário cheio de pilares e estátuas de pokémons lendários. No meio, um lago artificial com a estátua gigante de um pokémon canino. Era muito bonito e elegante.

— O que será isso?

Um barulho de broca surgiu no recinto. Rhyperior abriu um buraco na parede e encontrou Jason.

— Voltamos a nos encontrar, Jason. E aparentemente você achou algo muito importante.

— Droga. Tinha que ser esse velho.

Noah se aproximou do lago artificial e admirou a estátua.

— Não sabe o que é isso, sabe? É a figura de um pokémon lendário chamado Suicune. Dizem que essa espécie é muito rara, por isso poucos treinadores no mundo conseguem domá-los. Ele faz trio com Raikou e Entei. São chamados de cães lendários.

— E o que a gente tem a ver com isso. Só quero achar uma saída para fora daqui.

— Garoto tolo. Não sabe o que tá perdendo. Finalmente poderei capturar um lendário e subjugar Dark Ling. Assim a minha vingança será plena. E você vai me ajudar a despertar o Suicune.

— Eu? Se você o quer, faça você mesmo.

Rhyperior destruiu a entrada.

— O que você fez?

— Aquela porta de pedra é a única saída. Rhyperior destruiu a entrada do santuário e também a abertura que fez na parede. E eu não vou me arriscar. Abra aquela porta.

Jason deu a volta no lago, subiu a escadaria e caminhou até a maciça porta.

— E por que você não usa a broca do seu pokémon para abrir?

— Silêncio! Acha mesmo que eu já não tentei isso antes? Agora abra essa porta.

Jason caminhou até o lado e puxou a alavanca. Uma corrente grande se moveu, abrindo a porta em duas partes.

— Veremos agora o que nos aguarda. Suicune será meu. Poderei ser promovido dentro da Equipe Black depois de derrotar aquele fedelho do Dark Ling.

Assim que a porta abriu, um vento gélido saiu da câmara até onde os personagens estavam. Uma neblina pairou em todo o lugar. Havia algo volumoso no meio da câmara.

— Vamos todos entrar. — Disse Noah.

O menino e o seu Charmander caminharam para dentro da câmara. Correntes energizadas seguravam algo no meio.

— Isso deve ser algum tipo de magia lendária. Assim o pokémon não teria como escapar. Use os seus pokémons para destruir as correntes fincadas no chão.

Noah usou Rhyperior para perfurar algumas correntes. Tyrantrum mordia outras. Logo a criatura no meio da câmara foi liberta.

— E agora... é a minha vez de capturar essa maravilha. Rhyperior, ataque.

O pokémon pedregulho lançou uma pedra bastante pesada na direção da criatura. Entretanto, ela saiu debaixo das correntes e desviou no mesmo instante.

Jason ficou assustado. Era a primeira vez que via um pokémon tão rápido assim.

— Ora... Rhyperior! Não fique parado. Ataque esse pokémon. Agora!!

Rhyperior usou o ataque Horn Drill para atingir o pokémon lendário. Este, porém, abriu a boca e soltou um eco com a própria voz que desestabilizou a furadeira.

— O quê? Como ele fez isso? — Perguntou Noah.

O pokémon soltou uma rajada de ar congelado. Rhyperior ficou com tanto medo que fugiu dali.

— Volte aqui, seu pokémon covarde. — Mas Rhyperior saiu furando as paredes e indo embora.

A neblina cessou. Era notável a aparência do cão lendário. Estava frente a frente com Noah.

— Então você é o famoso Suicune, hã? Que tal se eu te capturar?

Noah jogou uma ultrabola, mas perdeu a chance. Não conseguiu sequer fazer o lendário entrar por um segundo na bola.

Suicune, imponente, fez o capitão Noah sentir medo pela primeira vez em sua vida. Era um monstro além do seu alcance.