A psicografia de Bruno espantou até mesmo Faisal, Bonney e Jack. Eles sequer imaginavam que existia um ser humano capaz de fazer tal coisa. A criança entrava num transe. Uma mão tocava a vítima e a outra escrevia com tamanha destreza. Era como se houvesse uma força motriz por trás daquela ação. Por fim, Bruno acordava cansado.

— Não cansa, moleque. Ainda tem mais uns quinze pra você trabalhar — disse Jack. De todos ali era o que mais maltratava o garoto.

Os compradores que tiveram as suas mentes invadidas ficaram em desespero quando souberam que as suas senhas bancárias foram expostas.

— Ninguém vai sair daqui enquanto eu não transferir vossos patrimônios para o meu banco nas ilhas Salomão.

O árabe riu da cara de cada um dos compradores. Abriu uma garrafa de champanhe e comemorou o roubo dos patrimônios.

Enquanto isso, Noah acompanhou os seus subordinados até a superfície a fim de se encontrar com o intruso. Viu uma rodinha de seguranças armados e no meio estava um homem algemado.

— E não é que ele veio mesmo? Que louco.

— Capitão?

Marshall estava no meio daquele grupo.

Havia alguns refletores que iluminavam o lado de fora da caverna, perto onde os carros foram estacionados.

Noah se aproximou de Marshall e analisou-o dos pés à cabeça.

— Nunca pensei que ainda estivesse vivo e teria coragem de aparecer aqui. Achou que salvaria o seu filho? Achou que faria algum tipo de ato heroico? Ledo engano, piratinha.

Marshall continuou calado.

— Não vai dizer nada? Não vai me perguntar como era a minha relação com o seu pai? O patético do seu pai.

A atitude incólume de Marshall acendeu um sinal de alerta em Noah. Aquele homem pularia em seu pescoço se escutasse tais palavras acerca do seu pai, mas estranhamente estava calmo.

Repentinamente, as luzes dos refletores apagaram. Tudo ali ficou tão escuro que não dava para ver um palmo à frente do rosto. Logo Noah perdeu Marshall de vista e escutou os seguranças serem golpeados um por um. Para se proteger, deitou-se ao solo. Viu a figura de Marshall atacando com as próprias mãos os homens. Livrou-se das algemas.

— Atirem nele!!

Noah e os blackers atiraram. Marshall se revelou como Zoroark disfarçado. Ficou atrás de alguns seguranças, que morreram ao receberem os tiros. A raposa negra correu para dentro da mina.

— Vamos, rápido!! — gritou Noah.

As portas do elevador se fecharam. O capitão viu o pokémon ir embora. Havia uma escada de emergência contruída por ali.

A energia caiu somente na superfície graças a Simon que havia desligado a caixa de energia. No entanto, a energia das minas e da cerca precisava ser desligada da sala de operações no terceiro andar.

Noah e os capangas correram com tudo.

Zoroark se passou por Noah e caminhou pelos corredores do subsolo até chegar a sala de controle. Nocauteou todos os blackers e fechou a porta automática. O primeiro passo era destruir o alarme de toda a mina. Assim nenhuma ajuda será chamada. Depois era só destruir a energia do local.

Noah e os blackers chegaram na frente da porta da sala de controle. Atiraram com as suas armas, mas a porta era de aço blindado.

— Peguem alguns explosivos. Abram imediatamente essa porta!!

O sistema de energia foi destruído e todas as minas ficaram no escuro.

No recinto do leilão, Faisal interrompeu tudo e pediu que Jack ficasse com Bruno.

— Esse garoto é o mais valioso aqui.

A notícia da invasão se espalhou. O árabe estava disposto a fugir com Bruno.

Os compradores ficaram desesperados, mas continuaram impedidos de saírem.

Pequenos explosivos foram colocados na porta automática. Explodiram. Noah entrou com tudo, mas não viu o pokémon ali. O painel com os botões, controles, monitores estavam destruídos.

— O que faremos? — perguntou um blacker.

— Acenda a luz de emergência. Vai funcionar por algum tempo, mas é melhor do que nada.

Mal sabiam que Zoroark se passava por um blacker desmaiado.

...

Em uma outra localidade da mina, mais ao norte, os blackers foram informados via rádio sobre a invasão.

— Todos nós iremos à mina principal e acabaremos com os invasores.

Os bandidos entraram em carros a fim de pegarem uma estrada interna até o epicentro da invasão. Entretanto, um dos carros capotou.

— Que foi isso?!!

— Ahhh... que maravilha. Fazia tempo que não sentia esse espírito aventureiro. — Disse Joe Stone.

— Querido, vai conseguir dar conta do recado? — perguntou Sophia Stone.

— Claro que sim, querida. Bastiodon ainda dá um caldo nas lutas.

Os dois estavam montados no Bastiodon de Joe. Era um pokémon encouraçado com uma pele de aço e um corpo quase indestrutível. Parecia um zunicerátops.

Nome: Bastiodon

Designação: Pokémon escudo

Número: 411

Tipo: Pedra/Aço

Sexo: Macho

Grupo de ovos: monstro

Peso: 690 kg

Altura: 2,17 metros

Razão de gênero: 87,5% masculino e 12,5% feminino

Estado: Defesa

Mais outro carro foi capotado pela força descomunal do pokémon fóssil.

— Atirem neles!!

Joe e Sophia ficaram atrás de Bastiodon para se protegerem das balas. Os blackers atiraram, mas a pele extremamente dura do pokémon serviu como um escudo. As balas caíram ao chão sem causar um arranhão ao dinossauro.

Joe pediu que Bastiodon soltasse uma bola de fogo. O dinossauro assim o fez, queimando todos ali.

— Daqui ninguém passa.

— Isso mesmo, querido.

Joe, Sophia e Bastiodon conseguiram impedir que os blackers das outras minas fossem ajudar na mina principal.

...

A invasão começou. Simon estudou todos os locais possíveis enquanto estava disfarçado. Ninguém soube da sua verdadeira aparência durante a ilusão de Zororark. Aguardou ansiosamente a chegada dos aliados. Após a queda de energia por parte de Zoroark, a eletricidade da cerca se desfez. Um ataque combinado destruiu a entrada da mina.

Jason apareceu com Pyro. Os demais chegaram depois.

— Há quanto tempo, amigo!! — Falou Jason, devolvendo as pokébolas dele.

— Calma. Foi só um dia.

— Mas seu plano deu muito certo — retrucou Jason.

Marshall não agradeceu a ajuda e se despediu dos outros. Stone pediu que ficassem juntos, mas o pirata rechaçou a proposta.

— Por que me segue?

— Somos os únicos foras da lei aqui. Prefiro ficar contigo — disse Luiza.