5 meses atrás...

— Peguem ele. Não deixem que escape!

Vários homens corriam por um corredor dentro do que parecia uma caverna de paredes vermelhas e fiações, e o chão revestido com placas de aço. Eles perseguiam Simon.

Simon McQueen era o alvo desses homens. Eles faziam parte do braço de fogo da Equipe Black. Seus trajes eram macacões vermelhos.

O ruivo escapou da sua prisão na ilha vulcânica no mar de Hokkaishin.

— Onde ele está? Como pode escapar?

— Não sabemos, capitão. Ele simplesmente sumiu das nossas vistas.

— Droga. Nosso chefe ficará furioso.

Havia uma bifurcação que dava para dois caminhos. Os homens se separaram. Na parede, Zoroark retirou a sua ilusão — ele se disfarçava de parede com Simon por trás dele — e fugiu com o treinador.

Enquanto isso numa sala da caverna que servia como escritório, o cavaleiro de fogo se reunia com o famigerado Dark Ling.

— E o que você acha? — questionou o loiro enquanto estava sentado numa cadeira de visita e com os dois pés sobre a mesa.

— Está me pedindo muito. Simon é apenas indisciplinado, mas ele é um ajudante formidável.

O loiro mafioso sorriu. Usava o costumeiro óculos escuros, além do cabelo virado para trás que dava um ar de gângster.

— Bom, não me venha com sentimentalismo. Eu soube que você mesmo matou a mãe do rapaz, e que ele trabalha à força para ti. O doutor Love precisa do cérebro de um jovem inteligente.

O cavaleiro permaneceu calado. O sinal de alarme soou em todo o lugar.

— Fique aqui.

— Não sairei por nada.

Ele saiu da sua sala e foi verificar o motivo do alarme. Descobriu a fuga de Simon da cela. Era a terceira vez que fazia isso, mas por algum motivo a fuga atual foi bem sucedida.

— Imbecis! Por que não me avisaram assim que escapou?

Os capangas ficaram amedrontados. O vilão deu um tiro em pelo menos um, assustando os demais.

Enquanto isso, Simon mergulhou no mar. Enfrentou uma altura de vinte metros e saiu levado pela correnteza.

Um barco pesqueiro há poucos quilômetros dali soltou uma rede de pesca e puxou peixes e Simon desmaiado.

— Por Arceus! — falou um pescador.

— Ele ainda está respirando. Precisamos levá-lo a um centro médico.

E assim o menino foi salvo.

— Muahahahahahaha. Que hilário, meu bom El Charco. Perder uma criança de vista assim. Não é do seu feitio — disse Dark Ling, ironizando.

— Eu não me preocupo com isso. Brevemente nos reencontraremos. Em breve.

O rapaz foi tratado num hospital, liberado. Resolveu que atrapalhar os planos da Equipe Black era o dever da sua vida. Pela sua mãe.

Descobriu sobre um carregamento de uma venda de pokémons traficados zarpando para Rock'atown. Era a sua chance de investigar e atrapalhar os planos dos seus algozes. Entrou clandestinamente no barco.

— Quantas pessoas vão? — O capitão questionou.

Chucky respondeu que apenas ele e Gamb eram os responsáveis pelo carregamento, portanto a dupla e o capitão, os três.

— Vai demorar? Tenho enjoos ao mar agitado — disse Gamb.

— Vambora, frouxo — retrucou Chucky.

Eles embarcaram.

Enquanto isso, Simon ficou escondido numa cabine desabitada, mas que de vez em quando era visitada pelo capitão. Nesse caso era importante ter o Zoroark perto para iludir quem entrava.

Por causa da tempestade, o barco foi para a costa da ilha Cocconut. Nesse ínterim, McQueen preparou um ataque contra a jaula eletrificada em que Licklicky estava. Colocou uma uma bombinha caseira perto da jaula e explodiu, permitindo que o pokémon rosa fosse liberto. Os demais também foram soltos por ele e seu Zoroark.

O capitão desceu as escadas e abriu a porta da cabine dos prisioneiros. Viu uma confusão generalizada. Foi recebido pela língua do Licklicky.

Simon observou escondido atrás do seu pokémon ilusionista.

— Maldito Licklicky. Solte-me!

Chucky e Gamb acordaram sentindo falta do capitão. Desceram para ver se algo estava em seus conformes, porém os pokémons avançaram sobre eles.

Licklicky ajudou alguns últimos pokémons a se soltarem e levou o ovo do Charmander embora. Nesse ínterim, Simon já não estava no barco.

— Brincar com a vida desses pobres inocentes. Eu nunca vou perdoar esses caras.

Ele pegou um bote inflável do barco, enfrentou a tempestade com Ludicolo empurrando o objeto como se fosse um motor de barco.

— Nessa velocidade vamos chegar à próxima ilha mais rápido que eu imaginava.

E foi assim que Simon McQueen chegou ao seu destino atual. Foi nessa ilha que ele passou um mês refugiado antes de Jason definitivamente começar a sua jornada, e mais um mês na cidade Celestial quando Jason treinou no templo Omotenashi.

... 

Ele viu El Charco no alto de um pequeno prédio de três andares, observando a batalha no céu. Seu pensamento era se vingar por todo o sofrimento que passou naquela ilha.

Ainda durante a luta, Mega Gyarados fez com que granizo caísse das nuvens. Agora a tempestade era de gelo.

— Droga. Isso não vai ser bom — lamentou Gary.

Várias luzes surgiram de dentro das nuvens. Uma chuva de raios brancos caiu sobre toda a cidade. Salamence desviava, mas aquilo pegou em vários lugares.

— Maldita. Você tá destruindo a cidade de propósito!

— Fufufu... professor. Melhor se preocupar contigo do que com os outros.

O granizo que caía deixava uma camada de gelo nas superfícies, contudo derretia antes de entrar em contato com El Charco. Um raio se aproximava dele, mas o homem desviou.

— EI!!!

Ele olhou para a calçada e viu Simon observá-lo. Pulou três andares e caiu em pé sem nenhuma sequela.

— Eu sabia que nos reencontraríamos em breve, Simon.

— O que faz aqui?

— Você quer uma resposta contundente? Sabe que eu não sou de dar nada de graça aos outros. Para te responder, você precisa me mostrar o seu preço.

Simon libertou Zoroark, Ludicolo e Hitmonchan imediatamente. Os olhos do menino eram de fúria e ressentimento.

— Eu vou te derrotar. Por tudo o que fez comigo. Eu juro pela minha mãe.

— Pois então aja conforme as suas palavras.

El Charco fez surgir o seu poderoso cavalo de fogo azul com armadura. Um Rapidash Shiny.