A presença daquela pessoa montada no cavalo era inexplicavelmente imponente. As gotas da chuva evaporavam centímetros antes de encostarem tanto nessa pessoa quanto no animal. Era como se ambos fossem protegidos por um escudo de fogo.

Pela voz, Lola e Trent perceberam que era um homem. Mas a sua aparência física estava sob a densa armadura que cobria todo o seu corpo.

O cavalo era grande, trajado em um tipo de armadura metálica negra. Das costas saía uma crina feita de fogo azul. Havia fogo na cauda e patas da mesma cor. Da testa saía um chifre proeminente e pontiagudo.

O cavaleiro era robusto, aparentemente atlético. Sua armadura era vermelha, ombreiras com uma ponta cada, capa preta. O elmo era da mesma cor que o resto da armadura, completamente fechado e em forma de uma cabeça canina. Os olhos do elmo eram brancos, escondendo os verdadeiros daquele homem. Um par de chifres saía de cada lado do elmo e fazia uma curva em V, da metade pra cima cada chifre se curvava pra dentro dando um formato de losango, e as duas pontas apontando para cima.

Os olhos brancos juntamente com a escuridão da sua capa davam uma aparência sinistra ao intruso.

Os primos perceberam que aquele cavaleiro era alguém com uma índole má e resolveram lutar. Não falariam nada que desse pistas sobre o  paradeiro do Charmander.

Cramorant, Pidgey e Taillow foram postos em campo para uma possível batalha.

O cavalo deu um pulo alto e parou bem em frente aos dois.

— Não acho que esses pokémons sejam capazes de me deter.

Ambos ordenaram que os seus pokémons atacassem o invasor.

Pouco tempo depois...

Todos os pokémons foram derrotados. Trent e Lola ficaram desmaiados na grama.

— Jovens...

Uma outra explosão ocorreu perto dali. O homem deduziu que era Maytsa lutando mais a sério. Ele partiu com o seu cavalo galopante.

...

Após a luta, Charmander desmaiou de cansado e Jason ficou com fome. Ambos foram convidados pela senhora Saito para lancharem na doceria.

— A parte da frente foi destruída, mas tem a parte dos fundos. Ainda tenho doces que estão lá. Se ninguém comer, serão perdidos.

— Oba! Quero um montão de bolo.

Windsor acompanhou o grupo. Ligou para o seu pai e Linda a fim de abortar a procura, pois Jason e Charmander foram encontrados. Entretanto, Lola não atendia ao seu celular.

— Que foi? — questionou Robert.

— Lola não atende as minhas chamadas. Nem mesmo Trent. Estranho.

Ele teve a ideia de mandar Noctowl ir atrás da filha e do sobrinho.

...

A luta entre os megas continuou acima do esperado. Os dois pokémons eram fortes e rápidos. Salamence usava a sua asa em forma de meia-lua para atirar golpes cortantes, Gyarados soltava raios pela boca.

— Se isso continuar assim, pode haver consequências mais graves. Hã? — Algo chamou a atenção de Gary.

Do outro lado, no prédio em que Maytsa estava, o invasor apareceu diante dela. Agora com a capa fechada e sem o cavalo.

— A que devo a honra em tê-lo por aqui? — Ela visivelmente não se intimidava com ele, apesar de ser bem menor em estatura.

— Parece que seguiu os conselhos do chefe à risca. Afinal o seu objetivo era capturar um certo pokémon. Parece-me que você faz tudo, exceto tentar pegar esse pokémon.

— Ai, para! Assim fico magoada. Não tenho cabeça de ficar ouvindo um sermão de alguém como você. Vamos, desembucha. O que você veio fazer aqui? Qual é o motivo da sua intromissão em meus assuntos?

— O chefe está pedindo para que essa missão seja concluída o mais rápido possível ou terei que tirá-la daqui.

— O quê?

— O chefe quer os três comandantes para uma missão ainda mais arriscada. Recentemente ele proibiu a venda de pokébolas e usará a tecnologia das fábricas para fabricar Master Balls.

Maytsa achou a atitude do seu líder estranha. Cruzou os braços e continuou a ouvir o companheiro.

— O que ele pretende?

— Utilizar essas bolas para capturar três pokémons lendários.

Ela se virou, assustada com a revelação.

— Ele tá ficando maluco? Ele sabe pelo menos a localização desses pokémons?

O homem afirmou com a cabeça. Maytsa não esperava por esse avanço do seu chefe.

— Fufufu. Posso saber quais são esses lendários?

— Nem eu sei. Em breve ele entrará em contato conosco.

— Tsc. E você veio aqui só para me dar esse recado? Sinceramente. Não pretendo sair daqui sem o Charmander como prêmio. E você, coroa, fique quietinho aí e veja a minha melhor performance. — Maytsa voltou a se transformar em bruxa do oceano.

...

Noctowl sobrevoou uma parte da cidade. Encontrou os dois caídos na praça. Tentou acordá-los, porém em vão. Também viu os outros pokémons desmaiados. No retorno, avisou por meio de sua linguagem sobre o que viu. Windsor obviamente não entendeu, mas seguiu o pássaro.

— Filha! Filha, está bem? — Ele dava uns tapinhas no rosto de Lola.

— Pa... papai...

— Quem fez isso com vocês?

O grupo de Jason chegou próximo à colina Kazoku. Logo a doceria Saito surgiu.

— Aff... os bolos estão estragados — lamentou Jason ao ver as prateleiras quebradas.

— Não, querido. Tem ainda lá na cozinha. Fiquem aqui e trarei algumas toalhas para enxugá-los.

O menino se lembrou do professor.

— Espera! A gente se esqueceu do professor Gary.

Robert ficou na entrada.

— Nem a pau, Juvenal. Não vou deixar você sair daqui. O professor é forte suficiente para lutar.

— Ah... papai.

...

Ainda na luta, Maytsa ficou sobre Gyarados, e o Gary sobre Salamence. Ambos cara a cara.

Um raio atingiu Gyarados e Maytsa, mas não os feriu. Ela riu e falou que venceria a luta o mais rápido possível.

O Mega Gyarados entrou nas nuvens.

— O que eles vão fazer?

De dentro das nuvens, vários trovões. A chuva por fim parou. Algo não estava bom.

Aos poucos blocos de granizo caíram do céu. De repente, uma tempestade de gelo.

— Não pode ser! — falou Gary.

Perto dali, o intruso apenas assistia sem intromissão. E atrás de um poste estava Simon, impactado com o tal intruso.

— O que ele faz aqui?

Continua...