Nikita, Natasha, Alexey e Dimitri deram novas boas-vindas a Jason, Simon e Luiza na Vila dos Chalés. Também houve uma recepção por parte dos funcionários e até alguns hóspedes.

Um tapede verde de grama descongelou e fez com que a paisagem dentro da vila ficasse bem diferente de quando os heróis chegaram. A camada de gelo derreteu em algumas partes e até o sol iluminou um pouco. 

— Até parece que Permafrost descongelou desde que vencemos — falou Luiza às proprietárias.

— Mas ainda nem estamos no período de verão. Logo a neve volta a cair — respondeu Natasha.

— Essa semana será por conta da casa — Nikita deu a boa-nova, que logo foi comemorada pelo trio.

Jason quis o melhor tratamento possível e mergulhou na piscina com água morna. Os pokémons eram autorizados a nadar com os humanos. Charmander, Tyrantrum, Sylveon, Cofagrigus, Pancham e Breelom fizeram companhia ao seu treinador. 

— Há quanto tempo não nos banhamos com os nossos pokémons — comentou Simon. Ele era acompanhado por Zoroark, Ludicolo, Hitmonchan, Houndour, Staravia e Anorith.

— Isso que é vida.

Alguém se aproximou da piscina e chamou a atenção. Luiza surgiu apenas de maiô, deixando a dupla de rapazes com rubor em suas bochechas.

— Menina! Não tem o lado das mulheres?! — gritou Jason.

— Ai que escandaloso. Qual é o problema de eu tomar banho junto com os meus amigos? Trouxe os meus pokémons também.

Lucario, Mienshao, Drampa e Poliwag surgiram.

— Eu sei, mas você mulher. Deve existir separações e limites entre gêneros.

— Jason, você já devia me ver como um irmã mais velha — Ela mergulhou. — Que maravilha. Nem em meus sonhos pensei em ter tratamento assim.

— Amigo... cê tá bem? — Simon viu Jason mergulhar metade do rosto e fazer bolhas.

— Sim.

— Deve ser a puberdade. Eu também estou desconcertado, mas prefiro ser discreto.

Os dois viram Luiza brincando com os pokémons. A guria já tinha um pouco de corpo em desenvolvimento.

...

Dakota se encantou com as lojas no centro de Moscold, as luzes e a população. Muito mais pessoas andando nas calçadas do que na sua própria aldeia.

— Olha, papai. Uma árvore iluminada.

— Que tipo de fruta é essa que brilha?

Nicolau riu da pergunta de Cheyenne e explicou que não eram frutas, e sim luzes de lâmpadas.

Cheyenne e Dakota aceitaram o convite para uma visita a Moscold pela primeira vez. 

— Vamos comprar roupas? Vocês só vestem esses tecidos de pelo. Nunca vestiu roupas de marca? — perguntou Elza aos dois, que negaram.

O carro parou na frente de um shopping. Eles entraram e visitaram muitas lojas. Nesse dia, Dakota conheceu loja de roupa, loja de brinquedo e cinema. Todos estavam se divertindo, exceto as pessoas que ficaram amedrontadas com o tamanho do homenzarrão que era Cheyenne.

...

No 5° dia após o fim da guerra, Simon tomou uma decisão que mudaria o rumo da jornada de Jason. O ruivo declinou da ideia de seguir o protagonista em sua viagem para salvar Robert. Seu intuito era retomar a sua vingança contra El Charco e a Equipe Black. A decisão tomou todos de surpresa. Luiza reclamou e pediu que ele reconsiderasse, mas não conseguiu. 

— Pensei que te seguir faria o meu coração esquecer a minha vingança, mas não, Jason. Eu apenas adiei o inevitável. E sabe o que me deixou irritado? Ele disse certo. Ele acha que eu amoleci.

— Mas Simon! Você ficou tanto tempo do nosso lado. Foi pra Sahaarian pra me salvar. Conhece o Jason há mais tempo do que eu.

Jason pediu a Luiza para não insistir. Desde o início, Simon havia deixado claro que os acompanharia por um período de tempo limitado.

— Muito obrigado pela ajuda, amigo. Se precisar de uma mãozinha, entra em contato comigo. 

— Valeu, Jason.

Naquela noite, Jason e Luiza se despediram de Simon da maneira que sabiam melhor: comer e se divertir. Era tudo de graça. As crianças aproveitaram a noite toda e falaram das aventuras que tiveram.

Simon conheceu Jason no Pântano das Aranhas e Luiza em Rock'atown. Todas as jornadas que fizeram juntos, de Rock'atown à Permafrost, foram inesquecíveis. E assim, os três se abraçaram.

— Amanhã cedo vou embora. Tenho que correr atrás do meu destino.

As palavras do ruivo deixaram Luiza triste e quase chorosa. Pediu ao amigo que parasse com despedidas muito melosas.

— Jason, posso falar contigo um pouco? Sozinho.

— Claro.

Ambos saíram do chalé e enfrentaram um frio da neve que insistia cair.

— Sobre a minha relação com o El Charco.

— O que tem?

— Tentei guardar isso pra mim. Sou da tribo do fogo, meus olhos ficam vermelhos quando me irrito e sou muito bem treinando pokémons de fogo. Sabe quem também é um bom treinador de fogo?

— El Charco?

— Jason, nunca se perguntou o motivo de eu odiar tanto aquele homem?

O garoto deu de ombros. Pensou que El Charco fosse apenas um algoz genérico de Simon.

O ruivo contou algo para Jason bem no momento que um vento assobiou. Cada palavra que saía da boca do ruivo deixava o protagonista estarrecido. Era o segredo de Simon e o seu envolvimento com o El Charco.

— Então era isso o tempo todo! Nem nos meus maiores palpites acertaria. Agora entendo melhor a sua decisão de ir atrás dele.

— Não é? Talvez eu nunca volte, talvez volte. Tudo depende de como será a minha vingança.

— Argh! Queria te ajudar!! Ir contigo nessa empreitada.

— Calma, Jason. Você precisa achar o Robert, não é? Nossos caminhos se separaram — os olhos de Simon ficaram vermelhos bem intensos. Ele observou o céu.

— Que droga, mano. Se aquele El Charco não tivesse feito essas merdas...

— Se ele não tivesse feito, nunca que eu iria para Celestial e a gente se conheceria. Foi um golpe do destino. Quem sabe?

— É... tem razão. Mas dá um abraço, mano.

No dia seguinte, Simon pegou um avião para um outro destino.

Simon pensou que seria uma despedida sem volta, mas logo descobriria que Jason retornaria à sua vida tão cedo quanto imaginava. Não era um "adeus", e sim um "até breve".