Um castelo dentro do Monte Koju. Era a informação que Nicolau tinha, mas que não dissera antes. Isso deixou Jason indignado e curioso ao mesmo tempo. O fato era que o patriarca Romanov havia entrado na montanha apenas uma vez na vida com o seu falecido pai e que havia encontrado as ruínas do castelo de gelo.

— Entramos naquele lugar quando eu era adolescente. Estávamos papai, eu e um homem bem conhecido da Liga Pokémon.

— Quem é?

— Samuel Oak. Ele foi o responsável pela entrada da nossa família no cenário dos pokémons.

Jason nunca vira o famoso professor de Kanto, mas sabia quem era por ser famoso e avô de Gary.

— Ficamos 2 dias dentro da montanha pesquisando tudo o que achávamos. E por mais que progredíssemos, aquele lugar tornava-se cada vez maior. Aquele castelo deve ter pelo menos uns 500 metros de altura.

Jason ficou intrigado com a revelação sobre o castelo de gelo. Não seria a primeira vez que conhecia um local nas profundezas. O primeiro havia sido abaixo das minas de Rock'atown quando libertou Suicune. O segundo foi abaixo do deserto quando Raikou havia fugido. Seria esse o local de um terceiro pokémon lendário?

Arcanine parou de repente e percebeu dois caminhos iguais. Mas o canino tinha o olfato apurado e logo sentiu cheiro do lodo do lago ali perto.

Logo atrás, Lorelei, Simon e Luiza pegavam carona na cernelha da imponente Aurorus, um pokémon do tipo pedra e gelo que lembrava um dinossauro do pescoço comprido e membranas ao redor da cabeça e pescoço que lembravam um véu amarelo e branco.

— Hey! Eu também tenho um pokémon fóssil — disse Simon com a maior satisfação.

— Aquele inseto asqueroso?

— Não fala assim do Anorith, Luiza. Vai magoar os sentimentos dele.

A guria revirou os olhos. Lorelei pediu desculpa pela demora, mas Aurorus não era tão rápido quanto um Arcanine.

— Você nunca foi até a montanha, senhorita Lorelei? — perguntou Luiza após dar um cascudo em Simon.

— Nunca. Eu adoro viajar para lugares gélidos e de inverno, mas tudo nessa vida tem um limite. Dezenas de pessoas já morreram tanto nessa floresta quanto na montanha.

— Isso não é conforto nenhum para a gente. Cara... saber que morreu gente nesse inferno gelado é de dar frio na barriga — comentou o ruivo.

...

Cume do Monte Koju

O grupo que foi na frente caminhou lentamente pela neve. Os ventos eram intensos, a sensação térmica de -60 graus. Um absurdo. Estava congelando a roupa térmica deles.

Iceburgh havia se algemado com Elza. Ambos logo atrás dos grunts.

Onodera fez um gesto com a mão como se dissesse para pararem. Apontou logo à frente. Havia um cemitério de cadáveres humanos espalhados e bem preservados. Era horrível. Cerca de uma dúzia.

— Que merda foi isso? — indagou Piero.

— Não é só aqui. Há cadáveres em todo lugar — disse um soldado, apontando.

Havia muitos. Centenas agrupados sempre em 12 membros. Com certeza foram sacrificados por algo no passado.

— Isso é estranho. Esses cadáveres usam roupas bem felpudas. Como se fossem pessoas de um tempo muito longínquo no passado. Não são dessa era moderna. Isso me deixou mais motivado a seguir com o plano. Vamos andando.

— Pe-peraí, Onodera. Vamos mesmo seguir com isso?

— Piero, meu caro. Andando!

O Aranhudo estava com muito medo e preferiu não olhar para os corpos.

Durante a passagem, Elza e Iceburgh viram as pessoas mortas. Nunca havia escutado nada acerca disso. Nem mesmo o seu avô era conhecedor dos mistérios da montanha.

...

A floresta Ice Orion era quase que totalmente branca tanto pela neve constante quanto pelas folhagens de algumas árvores que eram brancas. Uma adaptação evolutiva! E isso deixava a floresta mais sinistra. Também havia alguns pokémons que viviam na floresta e que mudaram suas tipagens por causa do clima. Era o caso do Vulpix branco ou um Aipom peludo, ambos do tipo gelo. Eram formas regionais encontradas em Permafrost.

Arcanine parou de correr. Havia um grande lago congelado bem à frente. Era o limite que a família Romanov ia. De vez em quando faziam piquenique no lago em meses menos frios quando a água descongelava.

— O gelo brilha! — Jason ficou encantado com o lago que emanava um brilho muito belo.

— Lindo, não é? A água daqui tem as mesmas propriedades do diamante frio. Por isso que tem esse aspecto como se tivesse purpurina.

Arcanine caminhava vagarosamente sobre o gelo. O pokémon canino esquentava as pessoas em suas costas com a sua temperatura corporal.

— Espere! O que é aquilo?

Jason apontou mais para frente e viu um tipo de rocha pontuda de gelo. Pyro deu um pulo e correu até o objeto. O réptil farejou.

— Volta pra cá, Pyro!

— Isso deve ser...

— O quê?

Pyro soltou uma bola de fogo no objeto. Logo surgiu uma criatura que lembrava uma rocha de gelo pontuda. Dois olhos redondos amarelos apareceram chorando por causa da queimadura.

— É um pokémon!

— Isso é um Bergmite, Jason. São raramente vistos. Olhe!

Vários outros Bergmites surgiram ao redor deles e fizeram barulhos. Aquele que Pyro queimou foi acudido pelos outros.

Nome: Bergmite

Designação: Pokémon pedaço de gelo

Número: 712

Tipo: Gelo

Sexo: Macho

Grupo de ovos: monstro / mineral

Peso: 1 metro

Altura: 90 kg

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Defesa

— Precisamos sair daqui rápido, Arcanine.

Pyro voltou para o colo de Jason e levou uma bronca. Não era para ter atacado Bergmite daquele jeito.

Antes de Arcanine chegar ao outro lado do lago, algo quebrou o gelo e surgiu da água. Um monstro totalmente igual a um iceberg.

— Mas o que é isso? — perguntou Jason.

O desvio que o cachorro fez derrubou Jason, Nicolau e Charmander.

...

Nas profundezas além do lago, dois garotos vestidos com roupas brancas observavam o movimento. Eram integrantes da tribo indígena da geada.

O xamã olhou para as estrelas e percebeu algo de errado com o brilho de uma. Havia sempre um pequeno pássaro verde e com agasalho branco pousado em sua cabeça. Era Natu.

Os dois garotos entraram aos atropelos na aldeia e informaram da aparicão das pessoas da cidade.