Santuário dos Dragões

Casa Dramione e Dragono

O maior santuário de pokémons dragões do mundo ficava em Hokkaishin e tinha uma área bem maior que toda a ilha de Celestial e Cocconut juntas. Ficava numa península ao nordeste do país e ao norte do distrito que abrigava o ginásio tipo aquático. Era o lar de quase 50 mil dragões de diversas espécies que imigravam de outros locais do mundo. O local era vasto o suficiente para haver sociedade humana organizada como se fosse o próprio estado, apesar de não haver governos eleitos como nos demais distritos (Sahaarian era o único que não havia eleição antes da queda da dinastia Sandstone). Portanto, os humanos eram divididos nas chamadas "casas dragonianas", que eram comunidades com algumas dezenas ou centenas de moradores.

A Casa Dramione e Dragono era chefiada por Victoria Yamashida com a ajuda de sua melhor amiga. Havia cerca de quase 200 pessoas vivendo na comunidade. As casas eram bem coloridas e de madeira resistente aos intensos vendavais que vinham do mar. Dramione era o nome da Dragonite campeã de Hokkaishin, Dragono era o nome do Haxorus macho da sua amiga.

Perto da Taverna da Senhora Chá, Gary pousou com o seu Salamence. O homem recebeu uma chamada de Vicky sobre um assunto importantíssimo e decidiu conhecer finalmente o santuário.

— Que lugar calmo e exuberante — disse o homem ao ver a rua de paralelepípedos da comunidade. Alguns treinadores estavam com seus pokémons (apenas dragões) na rua.

Vicky apareceu com um Gible a seu lado e cumprimentou o professor. Todos entraram na taverna.

Dentro do estabelecimento, uma senhora idosa de cabelos brancos amarrados num coque-bola, olhos bem puxados e sempre vestida num avental rosa, atendia a pouca clientela. Era baixinha, por isso que vivia subindo em banquinhos de madeira para pegar algum produto ou ficar atrás do balcão. Fazia chá como ninguém.

— Hahahaha! Acreditou mesmo que eu era o Dragonite. Olha, vovó! São um bando de ingênuos — dizia uma garota sentada em frente ao balcão. Ela tampou o microfone do headset que usava.

— Tadinhos. Melhor revelar que a voz era sua desde o princípio. Olha ali. Chegaram.

Victoria e Gary foram recebidos por Chá e a moça que gargalhava. Era a segunda em comando da casa. Seu nome era Viviane.

— Que houve com ela? — Vicky indagou ao ver a amiga se tremer de tanto rir.

— Eu enganei... teu irmão dizendo que era a voz da Dramione. Desculpa, amiga.

Viviane era morena com cabelos volumosos e ondulados de cor prateada. Andava vestida com o uniforme do santuário que mais parecia uma jaqueta esportiva laranja.

...

Moscold

A farsa havia sido revelada. Dragonite não falava a língua humana, mas era uma boa atriz. Mexia a boca e fazia gestos. O fato era que havia um gadget como se fosse um bracelete no braço esquerdo do dragão por onde saía a voz de Viviane.

— Jason, está bem? Desculpa. A minha amiga gosta muito de pregar peças. E Dramione concorda em fazer essa pegadinha.

— Nossa! Eu fui enganado direitinho — Jason conversava com Victoria. — Mas a outra moça disse que havia uma mega-pedra para mim?

— Sim. Foi um achado meu por essas andanças. Dramione, já pode entregar.

A Dragonite mexeu na mochila e deu uma caixa amarela pequena. O garoto agradeceu e abriu. Dentro do interior macio branco, havia uma bolinha escura idêntica a charizardite.

— Uma mega-pedra!

— Essa é também uma charizardite. Soube de alguém que vive em Kalos que Charizard possui 2 formas na forma mega. Você tinha a primeira forma. Essa pedra transforma na segunda. E o melhor: transformará Charizard em um dragão temporariamente. Ele terá mais resistência aos tipos elétricos.

Jason ficou embasbacado com as palavras da sua irmã. Seria mesmo possível transformar Pyro num dragão?

— Quero que um dia você e seus amigos venham para o Santuário dos Dragões. Temos muito o que conversar. Por ora, um breve adeus.

Jason e Victoria se despediram. Era a segunda vez que os dois conversavam desde que se conheceram.

...

Algum tempo depois, Dramione foi embora.

Pyro e Kyurem foram levados para o pokécentro do ginásio para serem curados. Seria preciso, pelo menos, umas duas horas.

— Droga. Aquele canalha do Iceburgh ameaçou Nikita e Lorelei. Levou o cristal. Agora os bandidos estarão em vantagem — disse Nicolau após a ligação da sua esposa.

— Mamãe está bem? — perguntou Natasha.

— Sim, filha.

Todos esperavam no salão de espera do centro. Simon e Luiza surgiram.

— Estamos aqui para ajudar. Conversamos com Jason. Ele topou ajudá-los nessa luta — disse Simon bastante confiante.

— Obrigado.

— Senhor, tem alguma ideia para onde levaram a senhorita Elza? — perguntou Luiza.

Nicolau assentiu. Dentro da Montanha Koju. Um vasto local gélido. A Equipe Kumo se beneficiou por estar numa aeronave, mas o mesmo não aconteceria com eles. O frio era intenso. O único que aguentaria era Kyurem, mas a pessoa em suas costas não. Havia um caminho seguro a percorrer pela floresta fria.

— Eu guio vocês. Sou o único Romanov vivo que já foi para a montanha. Uma única vez na minha adolescência. Talvez eu recorde o caminho.

As horas passaram. Jason recebeu a boa notícia de que Pyro havia sido totalmente recuperado. O Charmander apareceu feliz sobre a maca. E Kyurem estava dentro da pokébola.

Lorelei e Nikita apareceram. Lorelei jurou que lutaria contra Kumo e salvaria a amiga. Antes, porém, precisavam criar todo um plano de resgate.

— Já passa da meia-noite. Mais de duas horas após a invasão no ginásio. Os criminosos possuem horas de vantagem sobre a gente — comentou Nicolau.

Jason afirmou que estaria dentro. Não pensou duas vezes e logo foi o primeiro a querer ir.

...

Ainda na taverna, Vicky falou sobre os acontecimentos envolvendo Robert, Poirrot e a sua irmã. Um dos três estava exatamente no santuário.

— Pode aparecer — falou Vicky.

De repente, Robert surgiu diante de Gary. Era o pai do Jason pela primeira vez após ter sido sequestrado. O homem emagreceu e ficou com uma bela barba.

— Robert...?

— Senhor Gary, quero pedir um favor. Quero falar com o meu filho.

ROBERT TINHA ALGO A DIZER!!!