Nas profundezas das águas gélidas da costa de Permafrost, a aeronave Jorogumo ligou os seus motores e saiu do local em que estava durante alguns dias. Por ordem da Viúva-Negra, a Equipe Kumo estava pronta para agir na cidade a fim de obter o cristal de qualquer maneira. O objeto em forma de Ariados passou por alguns pokémons aquáticos e emergiu no meio do oceano.

Os soldados na sala de comando controlavam o objeto, enquanto Lady Kumo assistia logo atrás. Ao seu lado, Onodera, Tarantudo e Piero. Todos estavam preparados para a invasão.

Jorogumo foi até o céu e sobrevoou toda a água. Os vilões estavam a poucos minutos de Moscold. Era só uma questão de tempo.

...

O tão aguardado duelo entre Charizard e Kyurem começou. E o público ficou em silêncio a fim de ouvirem os comandos dos treinadores a seus pokémons. O primeiro a demonstrar força foi Pyro, que soltou uma rajada de fogo da boca na direção de cima. A temperatura corporal estava aumentando.

Enquanto isso no camarote, Simon e Luiza ficaram calados e apenas assistiam à disputa começar.

— Pyro já está preparado — falou Jason.

— Você consegue controlar o mutualismo, não é? — falou Elza. — As chamas do seu Charizard não o queimam. Sinto um calor enorme aqui, mas você nem se altera.

— Pyro e eu temos uma conexão forte.

— Falo também por mim e Kyurem. Eu não sinto frio com o ar congelante dele. Também controlo o mutualismo. Kyurem!

O dragão de gelo soltou uma onda de choque congelante que cristalizou as superfícies da arena. O casaco de Jason ficou duro por conta do congelamento. Elza, porém, não sofria com o ar gélido.

— Incrível. Alem de mim, apenas Dark Ling conseguia o mutualismo. Talvez essa técnica seja mais comum do que eu imaginava.

E o vento frio passou pelo campo de força e chegou às pessoas. As cadeiras começaram a congelar, assustando todos. Fora do estádio, o vento esfriou ainda mais a noite, que beirava os 9 graus antes de descer para -2.

...

Na vila dos chalés, Glaceon e Delibird vigiavam o lado de fora do chalé principal. Lorelei deixou os seus pokémons à vontade enquanto conversava com Nikita sobre a desconfiança de Elza.

— Obrigada — Lorelei aceitou o chá. Ambas sentaram no sofá do hall de espera.

— Minha filha voltou mudada, pegou todos de surpresa, sobretudo na aparência. Mas o que não mudou foi a sua intuição. Desde que aquelas pessoas surgiram em Permafrost, ela sempre esteve desconfiada. E não parou desde que havia saído de férias.

— É por isso que ela me chamou. Mas sinceramente... Não vejo tanto perigo assim. Esses bandidos, sobretudo os remanescentes da Rocket, sempre causaram problemas. Não vejo motivo para uma preocupação tão grande.

— Ela desconfia que alguém esteja por trás da chegada dos bandidos. Os ataques que vocês tiveram nesses últimos tempos também.

— E é por isso que ela pediu para trazer o cristal? Mas o que tem demais num simples cristal?

— Radiação. O cristal possui uma energia quase infinita, mas que nunca foi utilizada. Não temos tecnologia suficiente para extrair essa energia de forma sustentável. E é aí que Elza tem medo. Os bandidos podem ter tal tecnologia e usarem para fazer alguma arma.

Lorelei escutou as palavras da matriarca Romanov. Nunca havia sabido acerca de cristais com tamanho potencial, apesar do mesmo princípio se aplicar às pedras evolutivas.

— Elza não sabe ao certo de quem se trata, mas eu tenho uma desconfiança numa pessoa. Um dia, escutei escondida a pessoa falar algo no celular sobre uma operação na vila dos esquis dias antes do que ocorreu ontem.

— Senhora Romanov, não contou a ninguém?!

— Não.

Nikita abriu a boca para falar o nome da pessoa que ela desconfiava de ser o traidor. Lorelei ficou em choque ao saber.

...

— Incrível. Kyurem não é qualquer pokémon. Acho que ele se iguala ao Thundurus — disse Jason ao continuar sendo impressionando com o vento gélido do lendário.

O vidro do camarote em que Simon, Luiza e Shingo estavam congelou e esbranquiçou. Eles ficaram sem ver a melhor parte.

Kyurem e Charizard voaram pela arena e competiram no alto. O dragão utilizava o seu Dragon Pulse, enquanto o de fogo usava o Fire Blast. Os golpes iam na direção das pessoas, mas o campo de força protegia todos.

Elza dava todas as instruções para o seu parceiro utilizar o combo Hail mais o Glaciate, um golpe que utilizava o granizo para formar uma tempestade de gelo. E assim, Pyro passou por um péssimo momento.

— Isso não pode continuar. Pyro não vai ter energia suficiente para se livrar daquele ataque contínuo.

Jason estava num dilema, haja vista o seu pokémon precisava evoluir para a forma mega. E Kyurem era uma criatura bastante poderosa.

O dragão de gelo estava mais rápido do que Charizard. Jason não entendia o porquê do pokémon não desviar das cabeçadas do oponente. Foi quando viu as asas com gelo. Não derretia nem com o fogo que Pyro produzia!!

— Charizard não consegue derreter o gelo em parte das suas asas. E agora? — comentou Nicolau ao microfone.

O frio causado pelos ataques de Kyurem fizeram uma camada de neve que não derretia. Deixou Charizard mais lento.

As asas de Kyurem armazenaram energia fria, fazendo o lendário soltar uma rajada pela boca logo depois. Seria o fim de Pyro... se não fosse o fato dele involuir para Charmander.

— Incrível. Escapou por pouco — falou Nicolau.

Era a primeira vez que Pyro regressava a sua forma base desde o treinamento do outro mundo. Caiu no chão, cambaleando um pouco.

— Vai desistir? — falou Elza.

— Essa palavra não existe no nosso vocabulário, tia — respondeu o guri.

— Que tia o quê!!

— Pyro, está na hora de usar a sua força máxima. Faz o que aprendeu na luta de Cacau.

O bracelete de Jason brilhou. A charizardite dentro do peito do pokémon brilhou. As duas pedras permitiram que as duas evoluções ocorressem simultaneamente. E assim, Pyro surgiu diante de todos como MegaCharizard Y. O fim da batalha pela insígnia se aproximava.