Elza adorou ser derrotada. A maioria daqueles que chegavam até ela paravam no Beartic. Apenas alguns sortudos seguiam para a próxima batalha e pouquíssimos levavam a insígnia.

— Como era de se esperar daquele que revolucionou Sahaarian. Eu soube das notícias. Você foi excepcional.

— Quem te contou? — Elza apontou para Shingo.

— Enfim, espero que esteja preparado para amanhã. Será apenas uma batalha única entre mim e você.

Nicolau surgiu com um travesseiro vermelho com uma pokébola em cima. A bola tinha a parte superior roxa com duas partes circulares rosas e uma letra M bem no meio. O patriarca Romanov explicou que era uma Master Ball.

— Esse é o meu pokémon que deixei sob os cuidados do meu pai. Como ele está?— indagou a líder.

— Está bem. Filha, vai mostrá-lo a Jason? Logo agora?

A líder de ginásio segurou a bola mestre e pediu que Jason e Pyro prestasse bem atenção no pokémon guardado. Seria o próximo oponente de Pyro.

A criatura saiu do recipiente. Era grande, maior até que Beartic. Tinha um corpo dracônico, bípede, com braços bem curtos, asas azuis parecidas com gelo ou semelhante e na ponta havia 2 espinhos de gelo que armazenavam energia. A cabeca da criatura era projetada para frente, olhos amarelhos, dentes afiados de fora da mandíbula e uma espécie de crista azul com dois apêndices. O corpo do dragão era, na maior parte, cinza. No lado direito, tanto a asa quanto o apêndice na cabeça eram menores que do lado esquerdo.

As pessoas viram a criatura mais famosa da cidade. O cartão-postal da família Romanov: Kyurem.

Nome: Kyurem

Designação: Pokémon fronteira

Número: 646

Tipo: Dragão/ Gelo

Sexo: Indefinido

Grupo de ovos: desconhecido

Peso: 600 kg

Altura: 3,44 metros

Razão de gênero: Indefinido

Estado: Energia/ Ataque/ Ataque Especial

A pressão que Kyurem causava era grande. Fez até mesmo Charizard a voltar para Charmander.

Enquanto isso, Aranhudo e Tarantudo ficaram impressionados com Kyurem. De fato, era um pokémon lendário ao vivo e a cores.

— Será que vai dar certo? Aqueles pokémons são muito fortes — falou Aranhudo.

— Não seja pessimista. Falaremos com a nossa rainha sobre isso. Amanhã a invasão ocorrerá sem falhas. Vamos embora — disse o baixinho.

Os dois saíram do estádio.

Elza passou a mão sobre o rosto de Kyurem e revelou que era um pokémon bastante antigo da família. Estava com os Romanovs há pelo menos 20 anos. E sempre era o escolhido para ser o desafio da insígnia.

— Kyurem não está mais no auge. Papai o capturou já adulto e ferido. Agora deve ser um coroa pokémon. Mesmo assim, é muito forte. Quer chegar mais perto?

— N-não. Melhor não — falou Jason com medo.

Após a apresentação de Kyurem, as pessoas foram embora e o estádio foi fechado. Passava da meia-noite. Luiza e Simon parabenizaram o colega.

Mais um pouco, e a insígnia estava ao alcance de Jason.

...

No dia seguinte, Jason e os outros ficaram hospedados no hotel da família Romanov que ficava perto do estádio. O guri e o seu Charmander dormiam que roncavam. Os outros aliados também.

Por volta das 8 da manhã, Elza e Lorelei conversaram sobre o plano de esconder o cristal e também da desconfiança de que alguém que trabalhava para a família estar mancomunado com os bandidos que atacaram na vila de esqui.

— Eu te peço que vá para a vila dos chalés com a minha mãe e proteja o cristal até pelo menos após a minha luta com Jason. Sinto que algo vai ocorrer essa noite.

— Mas Elza, sabe quem poderia traí-los?

A mulher negou com a cabeça. Lorelei assentiu e disse que faria o favor para a amiga.

...

Enquanto isso, Sir Icebugh ouviu de Nicolau sobre um possível traidor entre os funcionários do ginásio. Não obstante, o barbudo achou que seria impossível um trabalhador da família Romanov trair.

— Quero que cuide da segurança do ginásio. Amanhã faremos uma auditoria para sabermos se há ou não um traidor — falou Nicolau.

Jason, Simon e Luiza chegaram até o hall do hotel e viram os dois sentados em poltronas.

— Dormi tão bem — falou Jason.

— Tomaram café da manhã?

— Sim, senhor Nicolau. Pyro e eu tomamos no quarto mesmo. Também alimentei os meus outros pokémons.

Luiza e Simon se retiraram.

Jason ficou conversando com Nicolau e Iceburgh. Soube das histórias acerca do empreendimento familiar. A família mais rica e influente de Permafrost. Iceburgh pediu licença e saiu.

— Ele é tão esquivo...

— Iceburgh é tímido. É um grande amigo. Tem nos ajudado desde que foi contratado.

Pyro olhava para a direção de Iceburgh. Jason pediu ao pokémon que parasse de olhar tão penetrantemente.

...

O espetáculo no estádio começou às 19 horas. Houve quase 2 horas de curling. Até que 9 da noite, o evento principal começou. Nicolau seria o juiz e o locutor novamente. Iniciava a grande disputa pela insígnia.

Lorelei não compareceu ao duelo, haja vista estava comprometida a ir para a vila dos chalés. Chegou no local e foi recebida por Nikita e outros.

No estádio, a arena estava muito maior e o teto do estádio totalmente aberto. Um campo de força foi ativado nas arquibancadas para proteger o público.
Jason e Elza entraram. Os dois ovacionados. Ambos subiram em suas respectivas plataformas.

— Vá, Kyurem.

O dragão de gelo surgiu com toda a sua imponência. Soltava um ar gélido da sua respiração. Produzia a temperatura mais fria de todos os pokémons: -200 graus.

— Pyro, eu conto com você.

Charmander subiu na arena e ficou de braço cruzado todo confiante. A pedra da dobra brilhou. Charizard surgiu.

O duelo de titãs. Seria o evento mais especial em Moscold em anos. Fazia 2 anos que Elza sequer colocava Kyurem em campo. Jason fora o único que quebrou esse recorde.

— Esse duelo vai ser interessante — falou Luiza.

— Jason pegou um segundo duelo com um outro pokémon lendário em tão pouco tempo. Ainda me lembro daquele Thundurus. Não sei se é sorte ou sina — comentou Simon.

O público lotou o ginásio.

Nicolau observou o relógio de pulso, deu a ordem para iniciar o combate.

E a insígnia estava à mostra.