Uma dúvida pairava no ar: por qual motivo a Equipe Black estaria atuando em Permafrost? E por mais que Natasha tentasse saber o porquê, não conseguia. Deduziu que apenas Elza poderia dar a resposta.

Todos ficaram na vila no sopé da montanha. Um lugar meio rústico e com poucas casas. Ficaram num pequeno restaurante.

— Elza viajou para aprimorar as suas habilidades como líder de ginásio. É tudo o que eu sei. Ela sequer falou para os nossos pais acerca da viagem. O ginásio ficou fechado desde então — comentou Natasha.

Todos estavam sentados à mesa ao lado de um vidro que dava para ver a rua branca cheia de neve.

— Talvez haja algo a mais. Eu acabei de falar com Nicolau e Nikita sobre isso. Eles virão — falou Lorelei após a ligação.

Alguns minutos depois, o casal Romanov chegou da vila de chalés e sentou em algumas cadeiras ali perto. Jason aproveitou para pedir chocolate quente.

— Bandidos atuando em Permafrost? Pensei que o incidente de ontem fora algo isolado, mas percebo que não — disse Nicolau. — Acho que tenho uma ideia.

— Qual? — perguntou Shingo.

Nikita e Nicolau se olharam. A matriarca disse sobre um cristal que a família Romanov tinha posse.

— Mamãe, acha mesmo que é por causa disso que vieram? — perguntou Natasha.

— Não temos certeza, querida. Escutem. Há um ano, Nicolau e alguns colegas acharam uma gruta toda de gelo numa expedição na floresta. Nela havia um lindo cristal em forma de um cristal de gelo. Desde então, está no nosso ginásio em Moscold como enfeite.

Na roupa de Jason havia um pequeníssimo microfone que captou a conversa sobre o cristal. Alguém colocara na vestimenta do garoto sem que ele soubesse.

...

Aeronave Jorogumo

Aranhudo sentou à mesa e pôs o babador no pescoço. Estava pronto para o almoço.

Os garçons (que eram da Kumo) levaram bandejas com alimentos. Havia comidas nada convencionais como frutas podres, olhos, minhocas e outros tipos de nojeiras.

Lady Kumo apreciava o que havia mais de podre na alimentação. Adorava comer escamas de Magikarp ou saliva de Gyarados. Sentiu algo subir a sua perna e viu uma lagarta chamada Weedle pedir por comida.

— Oh queridinho. Vem pro colinho da mamãe!

— Hehehehehe. Titia adora pokémons nojentos. Digna de ser a rainha das aranhas.

— E como vai a missão de Onodera?

— Ele continua na montanha. Mas não tá fácil — falou Tarantudo também à mesa.

— Ficar esperando que é chato. Come com a boca fechada, Piero! Daqui dá pra ver o pedaço da comida na sua boca. Nem parece o meu sobrinho.

— Mas tá gostoso...

Um soldado Kumo surgiu na sala de jantar e pediu permissão para revelar algo. Segundo o espião, o ginásio de Moscold possuía um cristal.

— Como? — surpresa, Lady Kumo se levantou.

...

Beartic era um pokémon que vivia no ginásio de Moscold, era da família Romanov e era treinado por senhor Iceburgh. Este era o homem que havia descido do helicóptero e até assustou um pouco a garota. Aparentemente, Iceburgh era apenas um homem com rosto amedrontador, mas com bom coração.

— Não se preocupe. Todos pensam que sou um troglodita. Talvez seja porque não gosto de ser alguém que segue padrões.

— Eu sinto muito. Pensei coisa errada. Mas... do que o senhor trabalha?

— Acessoro a senhorita Elza desde que ela era adolescente. O Beartic é da família Romanov, mas vive sempre fora da pokébola. É como se fosse o guarda do ginásio.

— Que demais. Pensei que apenas pokémons lutadores eram usados nessa função.

— Mas então é a sua primeira vez vindo aqui, senhorita...?

— Luiza Ramsés. E não, não é a primeira vez. Quando eu era criança, havia vindo para cá pelo menos duas vezes.

— Não creio que uma criança tenha aprendido snowboard com tanta maestria.

— Não — Luiza riu de vergonha. — Papai adorava surfar na neve, e subi numa prancha quando tinha 4 anos. Como sou de Sahaarian, surfava nas dunas de areia.

— Você é do sul? Soube que houve uma guerra recentemente.

Durante a conversa, entregaram o troféu. As crianças correram para abraçar o Beartic.

...

Após saborearem o delicioso sorvete, Simon e Pyro se prepararam para descer a montanha nas cadeiras. Estavam na fila quando, de repente, Simon viu um homem bastante familiar passando entre as pessoas. Tentou lembrar do rosto dele.

— Não pode ser. É aquele homem.

Pyro ficou sem entender a saída do ruivo da fila e seguiu-o.

Simon tentou se comunicar com Jason e Luiza, mas o seu celular não pegava. Alguma coisa interrompia o sinal. Então, ele foi ao balcão da sorveteria e pediu papel e caneta. Colocou o bilhete amarrado no pé esquerdo de Staravia e pediu ao pássaro para que levasse o recado a Jason. Staravia voou.

— Não acredito que os outros criminosos estão aqui. Aquele homem que nos atacou na Zona do Safári.

...

O microfone captava toda a conversa do grupo de Jason sem que fosse descoberto. O aparelho era basicamente preto e do tamanho de um grão de arroz.

— Elza voltará às 2 da tarde. Precisamos almoçar antes. Onde estão os seus amigos? — perguntou Lorelei.

— Simon ainda tá lá em cima com o Pyro. Luiza não voltou da competição.

— Vamos chamá-los — disse Lorelei.

O garçom ouviu um alvoroço do lado de fora. Ao abrir a porta, foi pego de surpresa por Staravia. O pokémon entrou e pousou no meio da mesa dos aliados.

— É o pokémon do Simon! — Jason ficou surpreso.

Nome: Staravia

Designação: Pokémon estorninho

Número: 397

Tipo: Normal/ Voador

Sexo: Macho

Grupo de ovos: voador

Peso: 16 kg

Altura: 0,60 metro

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Velocidade

O estorninho chegou numa rapidez indescritível. Jason viu o bilhete amarrado e pegou. Era o aviso sobre os bandidos.

Por algum motivo, o microfone foi destruído. Mas a pessoa que escutava tudo já havia pegado informações valiosas. A pessoa era o instrutor de esqui que havia ajudado Jason.

...

Simon seguiu Onodera até os fundos da estação. O vilão havia saído por um caminho vetado à população.

— Vem comigo?

Charmander decidiu acompanhá-lo.

Os dois viram uma reunião da Equipe Kumo. O gerente da sorveteria também era um bandido!