O gerente da sorveteria revelou ser um bandido da Kumo disfarçado que havia sequestrado o verdadeiro. Permitiu a passagem do capitão Onodera até os fundos do local. Abriram uma porta que dava para fora.

— Capitão, a antena está impedindo o sinal de celular e internet — falou um capanga.

— Ótimo. Teremos mais tempo sem que aquele garoto com o Charizard atrapalhe. Continuem vigiando.

Enquanto isso, Simon e Pyro seguiram os homens. A porta não estava trancada, mas havia um capanga vigiando do lado de fora. O homem sentiu uma batida atrás dessa porta e foi abrir; levou um soco na cara.

— Obrigado Hitmonchan.

Eles perceberam que havia um caminho de pedra que subia uma parte da montanha. Caminharam até chegarem a uma caverna, mas logo caíram num fosso de cinco metros.

— Ai minha bunda. Ainda bem que o chão tem neve para amortecer.

Simon olhou ao redor e viu uma espécie de caverna toda de gelo. Era a sua única esperança de sair dali, haja vista Pyro não evoluía sem Jason.

A Equipe Black havia construído uma base de operações semanas antes no meio da montanha Koju. A Equipe Kumo assumiu o comando com Onodera liderando. O homem chegou com os seus soldados até o fundo da caverna. Uma parede abriu automaticamente. O local tinha dezenas de blackers e kumos trabalhando num tipo de fábrica de armas com peças contrabandeadas. Também havia um centro de comando.

— Conseguiu achar alguma coisa? — perguntou o capitão Aranha.

— Achamos um sinal de radiação vindo de uma distância de pelo menos 3 quilômetros daqui. O que acha? — falou um blacker num computador.

— Provavelmente existe um cristal perto do topo da montanha. Prepararam os cilindros de oxigênio?

— Sim.

— Só precisamos da ordem da Lady Kumo para avançarmos.

Onodera ordenou que o falso gerente retornasse para a sorveteria e desse um final no verdadeiro. O homem assentiu e se retirou.

Simon, Charmander e Hitmonchan caminhavam pela gruta subterrânea até um certo ponto onde o teto era de gelo. Dava para ver a luz do dia bater dentro do local. O garoto viu algumas pessoas passarem ali.

— Volte, Hitmonchan. Vamos lá, Ludicolo.

Simon e Pyro se seguraram no Ludicolo. O pokémon soltou um jato de água da boca em direção ao chão, elevando os três até o teto de gelo. O teto quebrou, e os três saíram da gruta.

— Aqueles são... — Simon viu o falso gerente mais uns cinco capangas retornarem para a estação de esqui.

...

Na base da montanha, Jason leu a carta e logo ficou apreensivo. No conteúdo dizia que o bandido da Kumo que viram na Zona do Safári estava na estação de esqui.

— Droga. Aqui diz que a Equipe Kumo está na montanha.

Lorelei praticamente arrancou a carta da mão de Jason e leu.

— O que é a Equipe Kumo? — perguntou Natasha.

— Nem queira saber. Eles são tão cruéis quanto a Equipe Black — respondeu Jason. — Mas isso é uma lástima. Não tenho como subir rapidamente pois o Pyro está com Simon. Se pelo menos a Luiza estivesse aqui.

Enquanto isso, Luiza e Iceburgh conversaram mais a respeito da família Romanov e como ele foi trabalhar para eles. Segundo o homem, Nicolau Romanov era seu amigo do tempo de escola; e que fora chamado pelo pai de Nicolau.

— Na época, eu morava em outro distrito. Foi numa viagem do velho em que fui chamado. Desde então, trabalho no ginásio de Moscold exclusivamente para a senhorita Elza.

— Entendi. O senhor deve gostar bastante do seu emprego.

Ambos caminharam pela vila na base da montanha. Atrás, Beartic seguia os dois. Um grupo de crianças se aproximaram e brincaram com o urso.

A menos de 50 metros dali, dois homens colocaram um gigaremo vermelho disfarçado de hidrante. Eram bandidos da Kumo. Viram Luiza caminhar acompanhada de um homem e um Beartic atrás.

— Oh!

— O que houve?

— Estão ligando para mim. Jason? O que foi?

— Luiza, péssima notícia. A Equipe Kumo está aqui. Simon os viu na montanha. Você pode vir?

— Claro... eu — A menina sentiu algo estranho e olhou para trás. Os olhos de Beartic ficaram vermelhos de pura fúria.

— Alô, Luiza? Luiza? Droga.

Jason sentiu que algo estava errado e saiu do restaurante. Viu algumas pessoas correrem na rua.

— Aonde você vai? — perguntou Lorelei.

— Atrás da Luiza. Ela não está tão longe. Se eu vir algo de estranho, chamo vocês.

O garoto correu com Staravia como acompanhante.

Natasha recebeu uma ligação. Era a sua irmã. A notícia pegou todos de surpresa: Elza estava no aeroporto de Moscold.

— Como assim? Pensei que viria à tarde.

— Houve uma leve mudança de plano. Pode chegar aqui e me buscar?

Natasha assentiu. Avisou a Lorelei que iria ao aeroporto.

— Eu também vou. E você, Shingo?

— Vou ficar aqui. Não tenho muito a ver com isso.

As duas pegaram um carro e saíram da vila.

...

Aeronave Jorogumo

O objeto em forma de Ariados navegava sob as águas congelantes de Permafrost. Saiu de um ponto mais afastado da costa até um mais perto.

Lady Kumo ordenou aos subordinados que fizessem uma conexão com o centro de comando em Koju. E assim, Onodera surgiu na tela.

— Minha rainha. O que deseja?

— O que estão fazendo aí?

— Não entendo a sua fúria.

— Capitão Aranha, o ginásio de Moscold possui um cristal.

— O quê?

— Enquanto vocês perdiam tempo atrás de um cristal dentro de uma montanha, existia um que estava debaixo dos nossos narizes. E ainda por cima, a líder de ginásio havia viajado. Era para terem feito isso ontem.

— Sim, minha rainha. Não se preocupe. Vamos nos apossar desse cristal.

— Faça logo!

Enquanto isso, Jason corria até o local que as pessoas estavam indo.

— Garoto!

— Instrutor. Não tenho tempo. Preciso ir até a minha amiga.

O instrutor permitiu que um grupo de dez homens rodeassem Jason.

— Instrutor, quem são eles?

Os homens retiraram os disfarces e mostraram as suas fardas da Equipe Kumo. O instrutor apontou uma pistola para o garoto.

— O senhor é...

— Idiota. Eu escutei a conversa de vocês esse tempo todo. Sou um espião.