A professora Kate entrou na sala e deu as boas-vindas a Keith pelo retorno. Todos os alunos aplaudiram, e Keith agradeceu a recepção calorosa que teve. De fato, ser acusado injustamente era de deixar um gosto amargo na boca.

— Agradeça ao Kou-chan. Ele que ajudou a revelar a verdade — explicou um outro aluno.

Keith chegou para Kou e cumprimentou. Agradeceu a ajuda contra os bullies e sua inocência. Kou aceitou.

— Eu te devo uma, amigo.

— Que nada, Keith. Fui criado com uma família que valoriza o certo. Não descansei enquanto não fizesse justiça. Aquele Charlie e a gangue dele foram expulsos.

A professora pediu para o menino não se preocupar com as faltas da suspensão. O diretor havia pedido para justificá-las.

— Muito obrigado, pessoal. O carinho de vocês me dá ânimo para estudar.

CAPÍTULO 08

Um carro preto parou no estacionamento da escola. Desceu um homem trajado num terno cinza e foi direto para a sala da direção.

— Entre. — Lamont convidou o homem à sua sala. Era o pai de Charlie, o vereador Charlos.

— Posso sentar?

— À vontade.

— Obrigado. Irei ao ponto sem rodeios. Quanto quer para readmitir o meu filho aqui?

A proposta deixou o diretor sem palavras. Era a primeira vez que alguém fazia algo do tipo. Nunca em seus mais de 40 anos de carreira aconteceu isso.

— Creio que não aceitarei a sua propina, vereador.

— Ora! Deixe disso, homem! Todos possuem um preço — Charlos abriu a maleta e mostrou as cédulas na frente de Lamont. — Posso dar tudo isso ou o dobro.

Lamont não acreditou que um político eleito tinha a capacidade de fazer algo daquela natureza. Pediu para o homem fechar o objeto e ir embora. A sua honra jamais seria comprada.

— Vai aceitar ou não?

— Não.

— Eu sou Charlos, vereador influente dessa cidade. Posso influenciar meus pares a fechar essa escola definitivamente.

— Faça o que quiser. O senhor não é nenhum ditador. Agora saia, por favor. Tenho coisas mais importantes no dia de hoje.

Charlos ficou com muito ódio da resposta de Lamont. Não deixaria que o diretor humilhasse a sua imagem assim. Saiu da escola e pegou um revólver no carro.

— Você outra vez? — Lamont viu o político apontar a arma para ele.

— Farei o que for necessário para colocar Charlie de volta nessa escola.

Lamont apertou um alarme silencioso embaixo da mesa. Os rangers profissionais foram alertados. O vice-capitão saiu numa moto até a sede da escola.

Os seguranças tentaram acalmar os ânimos numa tentativa pouco eficiente de convencer o vereador a largar a arma. O politico pegou o diretor pelo braço e o carregou para fora da instituição.

— Que barulho é esse? — quis saber Kate a uma outra professora.

— O diretor está rendido sob a mira de uma arma.

Os alunos, incluindo Kou e Keith, ouviram. Todos levantaram da carteira, mas a professora impediu que eles saíssem.

Kou-chan aproveitou um momento de distração dela para sair com V-chan.

— Kou-chan! Volte aqui!

Os rangers ficaram ao redor no gramado da parte externa da escola. Tentaram manter a calma, evitando a qualquer custo uma tragédia. O vice-capitão chegou com o seu parceiro Machop.

— Diretor!

— Calma, Goro — disse Lamont.

— Maldito! Solteo-o.

— Eu falei para ninguém se aproximar. Tragam aqui o documento de expulsão do meu filho. Destrua-o. Tá ouvindo, velhote?

Os demais rangers seguraram seus stylers, mas Goro pediu que não fizessem nada. O vereador apontava para a cabeça do mais velho.

De repente, uma bola de fogo atingiu a mão que segurava a arma. O revolver caiu no chão. Deu tempo para Goro usar o seu Capture Styler e amarrar o vereador.

— Quem soltou aquele fogo?

Todos viram Kou e Victini.

Enfim, Charlos foi preso e mais tarde teve o mandato cassado. E o diretor Lamont agradeceu a ajuda de todos.

1 ano depois...

As vidas de Kou-chan e V-chan se transformaram da água para o vinho. A criança aprendeu coisas pela primeira vez que sequer sonhava na antiga escola. E passou de ano, ganhando o direito de portar um capture styler básico.

— Machiko Kou e Victini. Venham — falou a professora Kate num microfone.

Era um palco montado no jardim da escola. Os alunos receberam os seus diplomas, novos rangers profissionais admitidos, e novatos para o próximo 1° ano. Kou subiu e recebeu a diplomação do 1° ano. Estava admitido para o 2° ano.

Os pais de Kou-chan e Keith se conheceram na cerimônia e se tornaram bons amigos.

Marjorie passou para o 3° ano e ganhou uma estrela de bronze, além de um styler médio.

Kou-chan e Victini fizeram a festa e aproveitaram para comer os vários salgadinhos e doces que ofereciam. Foi um ano maravilhoso.

°•°•°

As férias começaram para a academia ranger, e apenas professores e rangers trabalhariam. Todos os alunos ficaram de férias.

Kou-chan ajudava o seu pai a ordenhar Miltank. Um primo do garoto entrou no celeiro e avisou que havia uma caixa de presente na porta da casa. Todos foram ver. Era uma caixa de 50 centímetros por 50, embalada num papel presente e com um cartão grudado em cima.

Kou-chan, parabéns pela primeira conquista. Estou muito orgulhoso do seu sucesso ao passar do 1° ano. Mas a jornada ranger está apenas começando. Você tem mais anos para aprender sobre o melhor trabalho do mundo. Infelizmente, não pude comparecer à cerimônia, porém não esqueci da pessoa que você é. Deixarei um presente para você como forma de agradecimento pela compaixão que teve comigo lá naquela estrada. Que você possa se tornar o melhor pokémon ranger do mundo.

Kou abriu o presente. Era um boné oficial ranger, um bolo pequeno e uma outra caixa menor. O conteúdo dentro era de um capture styler transparente (mas era todo lapidado nos lados como se fosse um diamante).

— Olha, papai. Ele me deu isso.

— Não creio que um simples idoso tenha poder aquisitivo para comprar esse objeto. Quem é esse homem?

Kou-chan chorou de emoção e abraçou Victini. Finalmente tinha o seu próprio capture styler. Era o sonho da sua vida se concretizando.

Continua...