CAPÍTULO 06

Mr. Kincaid era o cientista chefe da escola ranger da região, ajudava nos estudos sobre capture styler e outras coisas relacionadas ao serviço ranger. Trabalhava no instituto há 5 anos, preferindo não ser professor, e assim ter uma sala no porão. A sua rotina diária era completamente previsível, entrando às 15 horas e saindo às 22.

— Tem certeza que ele vai sair? — perguntou Keith.

— Tenho sim. Estudei os passos dele por alguns dias. Aqui... uma chave mestra. Ela vai possibilitar que você abra a porta sem precisar arrombar — falou Charlie.

O homem subiu a escada e fechou a porta do porão. Saiu da escola minutos depois, deixando o caminho livre para Keith acessar. O rapaz abriu a porta e desceu as escadas. Tudo estava escuro, o local parecia mais frio do que na superfície.

O porão era grande, e isso era pelo fato da escola ser um antigo castelo medieval com vários locais subterrâneos. Reformado, tornou-se um porão com vários quartos e salas para pesquisas.

Na superfície, Kincaid entrou no carro e mexeu em sua pasta. Esqueceu de algo no laboratório. Saiu e caminhou de volta.

— Sujeira! Charlie, pintou sujeira! Mr. Kincaid está voltando — relatou um aluno por walkie talkie.

— Droga. Logo agora que eu estava prestes a por as minhas mãos no styler dourado.

— E o coleguinha?

— Que se dane. Vamos sair daqui.

O garoto do gorro observava os bullies, escondido atrás de um pilar. Conhecia o garoto que saira para o porão.

°•°•°

Kou-chan e V-chan se deitaram na cama, quando, de repente, alguém batia na porta. O guri atendeu e viu o menino do gorro.

— Que foi?

— Teu amigo está em apuros. Ele foi induzido pelos bullies a roubar um objeto do Mr. Kincaid. Agora está prestes a ser desmascarado pelo Mr. Kincaid.

— Cadê ele?

°•°•°

Keith caminhou durante algum tempo e parou em frente à porta do laboratório, pondo a chave na entrada da fechadura e abrindo. Olhou tudo em volta, observando o recinto repleto de armários e computadores, além de caixas com a letra W. Não deu muita importância. Havia um armário com uma porta de vidro. O capture styler dourado estava exposto para qualquer um ver, sem nenhum critério de segurança. Tentou abrir o vidro, porém um alarme silencioso soou.

— O que faz aqui? — indagou Kou-chan. Keith levou um susto e quase demaiou.

— Nã-não devia estar aqui! Isso não tem nada a ver com você.

— Alguém me disse que estava em apuros.

Uma caixa com papelada flutuou e caiu sobre os dois. Correram, amedrontados pelo possível fantasma. Mais outros objetos tentavam acertá-los. Abriram a porta e viram um homem com a cabeça de Gastly parado. Kou e Keith gritaram.

— Por que não trouxe o seu pokémon?!

— E quê? V-chan é apenas um companheiro de estimação.

Eles se esconderam embaixo da mesa. Uma sombra surgiu diante deles, mas não era fantasma algum.

— Não costumo receber visitas de gatunos à noite — falou Kincaid.

Sala do diretor

Lamont era um senhor compreensível, mas duro quando era para punir alunos irresponsáveis. Ficou por 10 minutos dando um baita sermão aos dois e ouvindo as queixas do cientista.

— Posso falar agora? — Lamont assentiu. — Kou não teve culpa. Ele chegou depois para me avisar sobre o que ocorria. O único que tem a culpa sou eu.

—Keith!

— Peço que libere-o. Não faz sentido mantê-lo de castigo.

Lamont acatou o pedido do garoto e liberou Kou. No entanto, Keith ficaria suspenso por alguns dias para repensar no que fizera. Não se opôs ao castigo e voltou ao quarto.

Kou-chan tentou perguntar o motivo de seu castigo, mas Keith resolveu não contar. Estava exausto.

— Boa noite, amigo. Talvez eu só volte na semana que vem. Espero que os meus pais não fiquem decepcionados comigo.

— Tenho certeza que não!

...

No dia seguinte...

Kou-chan viu os pais de Keith chegarem na escola e levarem o filho com eles, aparentemente desanimados com o garoto. Será que eles desconfiavam do próprio filho? Correu para fora da instituição e chamou pelo amigo.

— Espera! Keith, espera.

— Kou! Já falamos sobre isso. Voltarei semana que vem.

— Senhor e senhora Ichimonji, acreditem no Keith. O diretor pensa que ele invadiu o laboratório, mas sei que Keith foi obrigado a isso. Tem uns valentões na escola, eles foram os culpados.

O senhor Ichimonji sorriu para Kou e falou que já sabia disso. Nunca que eles desconfiariam do filho, pois, como pais, sabiam da índole dele. Mas não podiam ir contra pessoas ricas e influentes.

— Esquece isso, Kou! Vamos — disse Keith.

Victini subiu no ombro de Kou e percebeu que o garoto estava triste. Não era para menos.

— Juro que farei tudo para limpar o seu nome, amigo Keith.

°•°•°

Enquanto isso, Charlie observou Kou pela janela da escola. Pensou num jeito de atingir também o protagonista.

— Esse será o próximo. É muito divertido brincar com os novatos. Hehehehe.

O garoto do gorro passou ao lado de Charlie, mas não se deixou intimidar pelo bully. A verdade era que havia um segredo no garoto que nem mesmo Kou sabia.

Na sala do diretor, Lamont ofereceu biscoitos e um chocolate quente ao garoto do gorro.

— Veio para me pedir mais privilégios? Não importa quem você seja, eu trato igual aos outros alunos. Tenho apreço à minha imparcialidade.

— Não vim aqui por isso. Só me pergunto o motivo de permitir que Charlie e a gangue dele estude aqui.

— E isso tem a ver com 2 nomes: Ichimonji Keith? Você tem alguma prova de que foi Charlie o culpado? — O garoto negou. — Eu também sofri bullying na minha infância, sei a dor de sofrer isso, entretanto não posso expulsar ninguém se não for por justa causa. Entende isso, não é, Marjorie, minha neta?

O garoto do gorro retirou o gorro e deixou os cabelos prateados caírem. Eram cabelos que iam até o ombro, com franja naturalmente que iam para o lado esquerdo. O "garoto" era uma garota e a neta do diretor Lamont. Portanto, preferiu se disfarçar de homem para não ser taxada de privilegiada pelos demais alunos.