CAPÍTULO 05 

— Então, os 20 alunos da sala 5 do 1° ano estão aqui. Obrigado por virem. Enfim, hoje teremos a nossa primeira aula prática. Trouxeram os seus stylers? — falou o vice-capitão.

— Sim — fizeram coro.

O vice-capitão se chamava Goro, tinha 16 anos e era alto e forte. Moreno claro, com olhos apertados e finos. Vestia a famosa farda ranger verde (a oficial de ranger), em seu peito esquerdo o brasão da academia ranger com três estrelas de bronze.

— O Capture Styler possui um controle e um disco. O disco ou pião é leve, pesa mais ou menos 100 gramas e possui energia que envolve pokémons e pessoas. Os braceletes possuem a opção de mudar que tipo de energia quer capturar. Para pokémons, o raio da amizade; para pessoas, um raio branco normal. Agora vejam a demonstração da assistente.

Uma ranger 1 estrela de bronze surgiu no salão. Soltaram um pokémon chamado Bidoof. Ela se aproximou de Bidoof, mas ele fugiu. Logo, a mulher usou o seu Capture Styler para fazer girar o pião, que iniciou a perseguição por Bidoof por toda a quadra.

Kou-chan ficou encantado com os movimentos do pião ao redor do pokémon. Era como se o objeto tivesse vida e agisse por conta própria.

Bidoof foi capturado quando o pião soltou um rastro azul claro e o laçou feito uma corda. O pokémon ficou paralisado por um tempo até o poder do styler entrar em seu corpo. O pião voltou para a ranger e Bidoof recebeu carinho da mulher.

— Esse Bidoof foi facilmente capturado, pois são de espécies nível 1. Muito fácil para captura. São bons para roerem cordas ou caixas. Demonstre!

Colocaram uma caixa de madeira, lacrada com uma corda bastante resistente. Ela ordenou a Bidoof para roer as cordas e abrir a caixa. O pokémon assim o fez, facilmente até. A corda era de tecido de cobre, mas foi rompida muito fácil pelos dentes poderosos da criatura. Abriu a caixa e comeu a fruta que ali tinha.

— Existem 5 níveis de pokémons. O 1 são bem fáceis de capturar, mas do 2 pra cima a captura fica cada vez mais difícil. Usamos os pokémons por 60 minutos. Portanto, usamos com muita sabedoria. Servem para abrir ou arrombar coisas, apagar incêndios, ajudar como meio de transporte, nadar, salvar pessoas em perigo, ou carregar a bateria dos stylers. Há um guia com alguns pokémons que servem.

Goro deu a cada aluno um livreto com pokémons de nível 1 e 2 para serem usados em campo.

— Quanto maior um nível, melhor o desempenho do pokémon. Existem cordas de fibras que Bidoof não consegue romper. Já um Raticate é nível 2 e conseguiria. E assim por diante.

As explicações do vice-capitão foi de grande ajuda para os alunos novatos.

— Agora vamos iniciar a prática. Vocês não vão precisar dos capture stylers verdadeiros. Usem os descartáveis para aprimorarem o manejo do objeto.

Kou ficou nervoso e lembrou das palavras do guri do gorro. Não queria causar vergonha na primeira aula prática.

Já Keith era bem mais esperto e conseguiu usar o pião de forma natural e sem nenhuma dificuldade. Foi o melhor da classe.

E os alunos fizeram a prática por quase uma hora até serem dispensados pelo vice-capitão.

...

1 mês depois

Todos os alunos de todas as classes foram obrigados a passar pelos testes de resistência física. Uma semana de atividades ao ar livre sem a temática ranger, apenas exercícios. Atletismo, escalar paredes, natação, futebol e vôlei, além de utilizarem aparelhos da academia. Obviamente, os mais jovens não eram cobrados pelos instrutores com exercícios mais pesados.

Kou-chan corria sobre pneus e até bateu o seu próprio recorde.

Keith jogava queimada com outros alunos.

O garoto do gorro utilizou uma barra fixa para se pendurar e fazer acrobacias.

E a semana passou rápido. Kou e Victini se banhavam no banheiro do quarto.

— Esfrega as minhas costas, V-chan — falou Kou, sentado num banquinho e só de toalha. Victini segurou uma bucha e passou nas costas do menino, criando espuma.

Keith estava deitado, lendo um mangá, quando alguém surgiu na porta do quarto. Era um grupo de alunos que decidiram fazer amizade com ele. O garoto não avisou ao Kou, saindo na sequência.

— Oye, vai tomar banho depois? — Kou saiu do banheiro já com roupa casual (camisa branca, calça moleton bege e chinelo — Keith? Aonde ele foi?

Ichimonji Keith acompanhou os guris até um corredor. Entraram num recinto. Era um depósito com produtos de limpeza. Ao entrar, viu o bully agachado com outros dois jovens adolescentes.

O líder bully era filho de um vereador influente de uma cidade. Maior do que os demais, tinha 12 anos e estava no 3° ano da academia. Seu nome era Charlie.

— Por que disso? — indagou Keith.

— Hehehe. Calma aí, amigo. Só quero conhecer os novatos. Infelizmente não consegui por falta de tempo. Sou Charlie. 3° ano, sala 2.

— O que quer de mim?

— Quero que pegue algo de uma sala. Algo que eu não posso pegar. Um capture styler dourado. Protótipo do professor Kincaid. Eu te darei um pagamento generoso pela ajuda.

— E se eu recusar?

Charlie se levantou e caminhou na direção de Keith. O bullie era maior e mais encorpado em comparação com o outro, que era mais franzino e baixo.

— Posso fazer da sua vida um inferno.

— Sabe que posso denunciar para o diretor Lamont? Não sou de aceitar ameaças.

— Okay. Você me pegou de jeito. Será perda de tempo ameaçá-lo. Mas saiba que sou filho de um político rico e renomado. O que aconteceria se eu ligasse para o meu pai para investigar os seus pais? Papai pode acabar com a vida financeira dos seus pais em dois tempos. Que foi? Vai chorar?

Keith era filho de pequenos comerciantes e não podia competir com o filho de um político influente. Aceitou o trabalho.

— Vai ser hoje às 10 da noite. Sr. Kincaid normalmente sai do seu escritório nesse horário. Daremos cobertura. Não se preocupe.

Kou-chan viu Keith voltar para o quarto, desanimado.