A arma que Pink largou minutos antes estava a uns dois metros de distância de Jade. Era tudo ou nada. Tinha que pegar a pistola antes de ser morta pelos soldados. Pulou, deu uma cambalhota e atirou. Foi rápida o suficiente para acertar cada um dos homens sem ser atingida por algum tiro.

— Aquela maldita correu na direção da Sade.

A ex-capitã correu pelo vasto jardim real até chegar num labirinto verde feito de plantas. O lugar era grande o suficiente para fazer uma pessoa desprevenida perder a noção.

— Sade!! — gritou.

Sade corria dentro do labirinto e estava perto do outro lado chamado Jardim Secreto da realeza. Um local que só dava para acessar passando pelo labirinto. Corria como se não houvesse amanhã. Ela escutou a voz de Jade chamando-a.

— Onde estou? — Deu de cara com uma parede. Tentou passar pela vegetação, mas era intransponível. Não podia correr muito, haja vista era uma mulher em fase de gestação.

A todo o momento, Jade apontava a pistola. Qualquer virada podia dar de cara com a general. Tomou cuidado com qualquer supresa indesejável.

...

Ainda no jardim interno do castelo, Flygon tomou distância e soltou uma rajada de energia em direção ao Machamp. O poder era um dos mais fortes do pokémon dragão.

— Ele conseguiu!

Machamp deu um pulo bastante alto, socou inúmeras vezes com os seus quatro braços antes de ser atingido pela rajada.

— Não pode ser verdade!

O pokémon hexápode socava o golpe de Flygon, espalhando em pequenas rajadas que foram repelidas para vários lados.

— É o seu fim. Machamp, acabe com ele — disse o soldado.

O lutador correu na direção de Guedara. O guerrilheiro caiu no chão e fechou os olhos. Foi salvo pela Lucario, que se meteu na frente do murro.

— Lucario? Você tá fraca. Precisa descansar.

A pokémon se levantou machucada e pingando sangue pelo focinho. Tinha uma determinação incrível. A principal pokémon da Luiza era igual a ela.

— Acha que pode vencê-lo?

Ela assentiu. Mienshao e Drampa se comunicaram com ela e decidiram ajudar. Seria a batalha pela liberdade da Luiza.

— Entendi — Guedara guardou Flygon. — Eu conto com vocês. Vençam por Luiza.

O soldado viu Guedara sair e deixar os três pokémons sozinhos no jardim. Achou o cúmulo ter que enfrentar o trio de pokémons sem um treinador para guiar.

Guedara, porém, acreditava na força dos três contra o inimigo. Diferentemente do Machamp manipulado, o trio foi muito bem treinado pela sua treinadora.

— Irmã, daqui a pouco eu chego. Aguente mais um pouco. E os seus pokémons agora estão lutando.

O homem correu pelos corredores do castelo.

Gliscor usou as suas pinças para atacar várias vezes Golurk, mas este era incrivelmente resistente. Um verdadeiro tanque ambulante. Soltou uma cusparada de lama nos pés do golem e o fez ficar imóvel quando a lama endureceu.

— Não esperava por essa, Sirajudin? — indagou Pell Scorpion.

— Olhe outra vez, Scorpion — O loiro apontou para a direção de Luiza.

Pell viu Bisharp também cair no teto da torre. Correu na direção da garota, surgiu por trás dela e batê-la na nuca. Foi um movimento muito rápido. E, apesar de não ter batido forte, foi o suficiente para desmaiar Luiza.

— Fufufufu... Agora o que vai ser, Pell Scorpion? Será que vai dar para salvar Luiza Ramsés ou continuaremos com a nossa luta mequetrefe?

— Sirajudin! Você é o pior canalha de todos. Usando o seu pokémon para atacar uma pessoa indefesa.

— Lá vem. Vai começar os xingamentos. Eu não ligo, Pell. Já disse e vou repetir: o destino dela é a forca. Morrerá igual os pais.

— Eu não vou deixar! Gliscor, salve a Luiza.

O pokémon voou na direção de Bisharp, mas Golurk se meteu na frente e deu um soco. Gliscor rodou no ar e caiu no chão.

— Gliscor!!

...

Sade conseguiu passar pelo labirinto e chegar ao jardim secreto. Era tudo feito de doces e chocolate. Os bancos, as mesas, o chafariz, plantas comestíveis e coloridas, além de cogumelos de doces. Havia árvores de algodão doce e pirulitos plantados como vegetais.

— Fim da linha, queridinha — falou Pink ao surgir logo atrás.

— O que quer?

— Eu disse. Você é uma traidora como a Jade e fez um acordo para matar o Rosé. Virá comigo até ele por bem ou por mal.

Sade caminhou para trás até tropeçar e cair de costas. Não podia correr muito por conta da gravidez. Gritou por Jade.

— Estou aqui — disse Jade ao sair do labirinto. Viu a general Pink segurar Sade por trás e ameaçar com um canivete.

— Sobreviveu em duas ocasiões. Parece até uma piada de mau gosto. Melhor não aproximar-se tanto ou corto a garganta dela.

Jade perguntou a Sade sobre o seu estado. A esposa do Rosé pediu para a amiga não ficar preocupada com ela.

— Talvez mereça esse castigo. Em vez de enfrentar o meu clã, fui covarde.

— Isso não é verdade. Você fez tudo para sobreviver. Casar com o bosta do Rosé foi apenas a sua sobrevivência. Tenho certeza que ele te mataria se negasse o matrimônio.

A mulher chorou. Apesar dos seus erros, nunca foi condenada por Jade por causa da sua escolha de se casar.

— Quanta conversa fiada. Largue a arma ou eu corto a garganta dela — Pink ameaçou.

Jade falou para Sade sobre o tempo em que eram adolescentes e jogavam no campo de tiro próximo de casa. Eram as três: Sade, a alquimista inteligente; Jade, a guerreira forte; e Zara, a mestra infiltradora. Das três, Jade era a que amava brincar de tiro ao alvo. Nunca errava um alvo quando estava em sua mira.

— Prepare-se para cair, Sade.

A mulher não entendeu.

Jade atirou. A bala atingiu a testa de Pink. Ambas caíram com o impacto do tiro.

— Desculpa. Você está bem?

— Meu ouvido vai explodir. Tirando isso, estou.

Pink morreu com uma bala no meio da testa. Era o preço que pagou por ameaçar uma das melhores amigas da ex-capitã.

Jade levantou Sade. Ambas se abraçaram.

— Vamos sair daqui — disse Jade.

BATALHA NO JARDIM SECRETO DO LABIRINTO

VENCEDORA: JADE RAMÍREZ