A astúcia de Heart era uma arma poderosa. De alguma forma, sabia que Zara não estava sozinha no recinto. Portanto, ameaçando a subordinada, pediu para os outros surgirem. Ameaçou com uma pistola que tirou do coldre da cintura.

— Contarei até 3. 1... 2... 3... Adeus!

— Espere! — Simon gritou.

Zoroark foi mitigando a sua ilusão. As silhuetas dos invasores surgiram aos olhos do militar.

— Ulalá. Você me parece familiar. Eu conheço você? — questionou para Jade.

O general riu de todos. Era o que ele procurava.

— Já sei. A amante profana do marechal. Por acaso esse plano de invasão é algo relacionado a vingancinha de uma mulher mal amada? Se for, acaba aqui.

— Não, claro que não — Jade contestou.

— Vocês não me parecem guerrilheiros. O que diabos vocês são? Usam até pokémon com habilidade stealth! Mas não importa. O que quero é o que podem me dar daqui pra frente.

Zara perguntou o que o general tramava e por que ele não chamou reforços.

— Existe um tesouro tentador para além das paredes do castelo real de Fortaleza do Cacau. Eu quero que me deem aquele ouro, e eu não os deduro aqui e agora para Rosé. É um trato justo.

Jade não acreditou que um membro sênior das forças armadas era um traidor. Queria que o plano do vírus continuasse vivo, por isso cedeu para o lado do general.

— Esse ouvido aqui é irmão desse aqui. Eles estão preparados para ouvirem da boca de vocês o plano mirabolante e o que vocês fizeram nessa sala. Desembuchem.

Simon tomou a dianteira e falou superficialmente sobre o plano de derrubada do governo e da instalação do vírus de computador. O general Heart bateu palmas para o grupo. Corajosos o suficiente para invadirem o quartel general da força inimiga.

— Amanhã estarei no aniversário do príncipe. E eu acho bom que, em vez dele, eu receba o presente. Bilhões de pokedólares em ouro e joias. Se não, eu deduro todos vocês e melo o plano de ataque surpresa.

— Tudo bem! — gritou Jade. — Seu cretino chantagista. Vai ter o seu tesouro. Garanto a você.

Heart bateu palmas e sorriu contente. Permitiu que os aliados fossem embora do quartel sem um arranhão. Deu tchau e um até amanhã.

...

16 HORAS PARA A INVASÃO!!

Algum pássaro irritante gritava às 5 da manhã, acordando Britney. A guria dormiu no quarto de hóspede desde que chegou na fazenda por volta da madrugada.

O Dodrio macho fazia sons fortes e melódicos. Tinha 3 cabeças e, consequentemente, 3 cordas vocais.

— Maldito pokémon.

Amanhecia na Fazenda Paraíso. Ficava a quilômetros longe da área urbana de White City.

O senhor fazendeiro era conhecido como Sr. Hogan. Acordou bem cedo para ordenhar as Miltanks e tirar os Tauros do curral.

A amiga de Britney estava na casa dos avós em outra cidade e voltaria na tarde daquele dia. Portanto, a senhorita Yamashida estava sem a companhia de uma pessoa conhecida. Mas antes de todo o seu plano de fuga, havia combinado com a amiga para o senhor Hogan buscá-la com a caminhonete. E deu certo. A garota só não esperava que a vida fora do luxo e conforto da mansão fosse difícil.

...

Amanheceu em Crystal Gelo, mas o céu continuou escuro por causa da nuvem. Alguns moradores saíram para venderam coisas em outros vilarejos, outros varriam as calçadas. A vida voltou ao normal após a derrota do General Smoker.

Cerca de mais de 50 soldados foram presos com o seu general. A preocupação era se teriam a capacidade de mantê-los presos.

— Não se preocupem. Já liguei para uns companheiros guerrilheiros meus. Logo estarão aqui para vigiarem eles — respondeu Guedara.

Jason e Pyro ajudaram Onix com a ferida atrás da nuca. Em seguida, o pokémon gigante foi embora do vilarejo para nunca mais voltar.

— Precisamos descobrir que tipo de objeto é esse que manipulou aquele Onix. Aparentemente foi feito sob medida e não é um gigaremo — falou Jason.

Smoker riu da cara deles. A máquina que usou em Onix era um protótipo, mas que o governo havia comprado outras para serem usadas por pokémons num futuro conflito armado ou guerra.

— Maldito. Estão querendo transformar pokémons em armas de guerra? — Guedara ameaçou socar o general.

— Senhor Guedara, calma. Quem comercializou isso?

A pergunta de Jason não teve resposta. Era de se esperar que um subordinado do governo não dissesse a origem daquele protótipo. Mas Jason desconfiava de algo.

— Melhor irmos, senhor Guedara.

— Jason? Ele precisa falar sobre isso. É a nossa chance.

— Ele não vai falar. E não quero ver uma cena de tortura aqui. Hoje é o dia que vamos derrubar o governo, não é?

As palavras de Jason lembravam muito as de Esmirna Sheshi. Guedara lembrou do seu velho mentor, que odiava torturar inimigos. Guedara não gostava dessa benevolência. Sempre culpou a benevolência com a morte de Sheshi.

— Tudo bem. Vamos.

Baba Nami e os moradores se despediram dos dois.

...

As horas se passaram.

Luiza trocou de roupa assim que um empregado do rei apareceu diante da cela.

Desde o dia que foi presa, pensava num jeito de acabar com a própria vida antes de ser condenada à forca. Sabia que Sirajudin ascenderia ao trono de Sahaarian no aniversário. Não tinha um resquício de esperança. Jason e Ernest foram mortos. E agora? Chorou o que tinha que chorar. Pensou nos dias que era feliz com os seus amigos. Deitou na cama e fez o que achou ser melhor: dormir e sonhar. Sonhava com os seus pais quase que diariamente. Omar e Rashida eram tão carinhosos nos sonhos assim como foram na vida real. E num desses sonhos, a mãe dela pediu que tivesse esperança. Acreditasse em Jason. Eles nunca se conheceram, pois Jason havia nascido no ano em que os seus pais morreram, mas, nos sonhos, Jason e os seus pais conviviam sempre. Claro que Luiza acreditava que tudo era fruto da sua mente carente de fé.

Luiza não sabia, mas em poucas horas, a sua esperança permaneceria viva e inabalável por conta de Jason Krueger.