White City

Naquela manhã ensolarada na maior cidade de Hokkaishin, Victoria Yamashida e Arthur Poirrot se reuniram para formarem uma estratégia a fim de salvarem Robert Krueger das garras da Equipe Black.

A campeã de Hokkaishin usava uma máscara branca, óculos e um boné para disfarçar a sua presença diante de possíveis fãs e mídia — que poderia revelar esse encontro.

O celular dela tocou, mas Victoria não atendeu.

— Não vai responder?

— É a minha irmã.

— Não é importante? Você não se compadece com o fato de ela estar sozinha com o seu pai?

As perguntas de Poirrot eram óbvias. Sim, ela se compadecia. Por ela, tirava Britney da mansão. Mas o seu pai era poderoso demais e influenciaria algum juiz para ficar com a guarda da adolescente.

— Você odeia muito o seu pai. Será que houve um tempo que não era assim?

— Maltratou a minha mãe adotiva, mãe da Britney, e maltratou a minha mãe biológica, mãe do Jason. Agora possivelmente está envolvido com o sequestro do Robert. Isso mexe com o meu psicológico.

Pikachu dormia nas pernas de Poirrot durante esse tempo de conversa. O detetive pôs as células cinzentas para funcionar e assim chegar a uma teoria sobre Yamashida.

— Se Anthony é poderoso, dono de um grupo criminoso e influencia a política, vai saber o que ele fez nessas décadas em Hokkaishin. Muita injustiça pode ter rolado de lá pra cá.

Victoria parou de beber a vitamina de morango ao escutar tais palavras.

— Sahaarian. Lembra que houve um golpe de estado naquele distrito?

— Lembro. Mas como Sahaarian é semi-autônoma, nada se podia fazer.

— Papai não se dava bem com os antigos governantes, mas quando houve a troca de governo há dez anos, logo a empresa dele inundou aquela região. Eu mesma já promovi eventos da PokéBlack na cidade Cacau. Aquelas pessoas com aquelas roupas eram tão bregas... Mas o importante é que depois disso ele virou padrinho de Sirajudin Sandstone, herdeiro do atual governo.

— Você tá dizendo que o seu pai pode ter ajudado os Sandstones a golpearem o antigo governo em troca de livre comércio? Nossa! Estamos lidando com o diabo em pessoa.

Victoria pousou o copo com força sobre a mesa.

— Se ele é o diabo, eu sou a filha do diabo. Se ele causou o golpe naquele lugar, eu ajudarei a tirá-los do poder. Afinal, o meu irmão está lutando lá.

— Mas o professor Gary deixou claro que o Jason quer resolver sozinho.

— Senhor Poirrot, não preciso aparecer para ser de alguma ajuda. Ficarei nos bastidores. Papai vai ter a maior cara de bunda quando Sirajudin e a família dele serem expulsos do governo de Sahaarian.

...

Alameda dos Oásis

Henry surgiu diante da prisão de Luiza e pediu que ela fosse ver uma pessoa no andar de baixo. Sem entender muito, a garota acompanhou o homem até a entrada da torre.

— Há quanto tempo? — indagou Dark Ling, surgindo no lado de fora da torre. Havia um campo verde com um lago cristalino e muitas árvores ao redor. Mais além, o deserto.

— Fala alguma coisa, mocinha. Seu papai adotivo está diante de você — falou Candy.

— Ele não é o meu pai.

O loiro retirou o óculos escuro e se aproximou da menina. Disse que perdoaria tudo se desse os tesouros e o dinheiro que roubara para quitar a dívida do povoado.

— Ele pegou a minha fortuna. Cadê? — questionou ela a Candy, que fez cara de desentendido.

— O dinheiro tá contigo, Henry?

— Nem olha. Acho que ela sonhou com esse tesouro ou está demente.

Luiza avançou para cima de Candy e tentou esmurrá-lo. Por mais que o engravatado tivesse sido o seu tutor, era também um dos responsáveis pela sua desgraça.

— Tempo esgotado. Darei ordem ao Rosé para eliminar aquelas pessoas do povoado — Luiza ficou em choque. — Serão todos eliminados assim como os seus pais foram e a guerrilha está sendo agora. Tudo ao seu redor tende a desaparecer. Muahahahahahaha!!

A garota desmaiou. Dark Ling pediu a Candy que levasse-a de volta à prisão e pediu para repartir o tesouro (pois ele sabia que Candy estava mentindo desde o início).

...

A batalha pela insígnia estava para começar. De um lado, Jason e Pyro, noutro, Sarah e Gligar. A arena era o chão empoeirado da vila. Os moradores e os gangueiros ficaram de plateia.

Pell Scorpion e Gliscor observavam.

— Comecem! — disse um homem.

Gligar voou assim que a luta inciou. Charmander olhou para cima, não fez nenhum movimento.

— Gligar, use o Sand Tomb.

O pokémon bateu as asas e formou um furacão de areia que atingiu o centro da arena e arrastou Charmander para o ar.

— Pyro...

— Parece que vai ser fácil — comemorou Sarah.

— ...pega leve!

Sarah achou a fala de Jason muito arrogante. Charmander e Gligar não eram evoluídos, portanto estavam no mesmo nível, teoricamente.

De repente, o furacão de areia começou a pegar fogo do nada. Aquilo deixou todos impressionados, incluindo Pell.

— Acho que ele não me ouviu — falou Jason, colocando o óculos goggles para se proteger.

Charmander surgiu diante de Gligar e a segurou por trás. Ele era menor do que ela, mas era mais forte. Ambos caíram no chão.

— A tempestade parou — disse uma moradora.

Charmander sorriu e encheu a boca de ar. Correu na maior velocidade e deu uma cabeçada em Gligar. A pokémon viu Pyro sobre si e se assustou com a possibilidade de ser queimada à queima-roupa. Pyro abriu a boca para dar o sopro, mas o que saiu foi apenas ar. Gligar desmaiou de medo.

— Vencemos! — Jason abraçava Pyro.

— Incrível. Ele apenas brincou com Gligar — disse o homem que era o motorista do caminhão. Seu nome era Dokuro.

— Jason está num nível totalmente diferente. Até eu não saberia medir a sua força. Com certeza teremos uma boa disputa agora — comentou Simon.

Pell pediu que arena fosse trocada para mais longe da vila. Estavam perto de uma duna do deserto. Havia espaço suficiente para uma grande disputa. De um lado, Jason e Pyro; de outro, Pell Scorpion e Gliscor.

JASON/PYRO: TUDO PELA INSÍGNIA!