Pokémon Pyro Max escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 120
PPMAX-120: Deserto de Sal




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/323694/chapter/120

Por mais que Jason olhasse o horizonte, não achava nenhum resquício de natureza naquele deserto. O céu azul contrastava com o céu sobre a floresta e a cidade — que havia nuvens permanentes que amenizavam o clima. Mais ao fundo havia algumas montanhas.

— Esse é o deserto de sal. Quente como o próprio inferno. Tá vendo aquela cadeia de montanhas? A distância é de 100 quilômetros. Após elas está o local em que queremos chegar.

— Espera um pouco... — Jason conseguiu rasgar as mangas da camisa e aliviar mais um pouco o calor.

Os dois correram pelo deserto de sal sob um calor de quase 40°C. Não deu nem duzentos metros e Jason sentiu o desgaste. Pegou a garrafa com água e começou a beber ainda correndo.

— Se você morrer aqui, nem pense que vou te ressuscitar.

— Não morrerei.

Pouco tempo depois, criaturas saíram debaixo do chão para o espanto de Jason. Bruce explicou que eram ogros ou espíritos malignos que morreram na travessia do deserto. Seus corpos apodreceram até virarem esqueletos.

As caveiras andavam como se tivessem vida. Jason ficou muito assustado, pois eram assustadoras e grandes.

— Não se deixe enganar, seu peste! Não tá vendo que só são um monte de ossos? Vai mijar nas calças por causa de uns simples esqueletos? Aposto que a pessoa que te derrotou destruiria esses ossos em três tempos.

As palavras duras e incisivas de Bruce mexeram com Jason. Ele reuniu toda a força possível e partiu para cima das caveiras ambulantes. Em pouco tempo destruiu todas (pois nenhuma delas o atacou de verdade).

— Tô morto.

— Impressionante. Você aprendeu as técnicas de luta bem rápido. Melhor irmos logo, pois ainda não deu meio-dia. Quer enfrentar uma temperatura de quase 50 graus?

A corrida continuou por mais cinco quilômetros. Jason estava esgotado. Pediu para parar.

— Tudo bem. Não há pressa.

As paradas ficaram mais comuns durante o trajeto, haja vista Jason se cansava muito e o sol não ajudava. Bruce não quis mais brigar com o menino e entendeu o grande esforço que fazia apesar de seus 10 anos.

...

Após 50 quilômetros percorridos, chegaram num cânion bem grande. O outro lado ficava uns 800 metros de distância. A profundidade era de mais ou menos 2 quilômetros, e o rio de água preta percorria toda a extensão.

— Como vamos passar para o outro lado?

— Logo ali.

Bruce apontou para o lado. Havia objetos que lembravam cordas brancas que ligavam uma extremidade da outra do cânion. Assim que se aproximaram, viram que eram cordas gigantes. Uma era do diâmetro de 1 metro. A mais próxima da superfície estava a uma distância de cinco metros.

— Bora lá — disse Bruce, pulando sobre a corda.

— Espera... — Jason também pulou, mas caiu sentado. Olhou para baixo e quase se desequilibrou. — Por que a água é preta?

— Porque é feita de um ácido super corrosivo que mata uma pessoa assim que entra em contato com a pele. Ahahahaha. Acreditou nisso?

— Sim?

— Brincadeira minha. É preta por causa dos minerais no fundo que dão essa característica. Mesmo assim, cair daqui pra lá dá ruim, pois a correnteza vai te levar 500 quilômetros ao leste até uma cachoeira com queda de 200 metros até o mar. E sim, esse é um continente que possui um nível mínimo acima do mar de 200 metros.

Jason caminhou praticamente tranquilo, a corda era resistente e grossa. Mas algo chamou a sua atenção. Eram esferas brancas penduradas nessas cordas. Várias esferas de pelo menos dois metros de diâmetro.

— Não se tocou? Aqui é um ninho de aranhas gigantes.

— Aranhas?!! Não pode ser...

— Pra que o medo? Você não cria um Galvantula?

— Ma-mas que tipos de aranhas? Se forem fofinhas como o meu Volty, eu não terei medo.

Bruce riu. Pokémons não existiam no mundo espiritual. Pelo menos não soltos na natureza. As criaturas que viviam naquele mundo eram para além da imaginação dos humanos.

— São quimeras. Na verdade nunca dei um nome propriamente dito para elas. Acontece que existem mundos como o meu e mundos como o seu. Cada mundo possui as suas próprias criaturas. Vocês da Terra possuem os pokémons. Aqui são esses espíritos encarnados em criaturas que a própria natureza formou e evoluiu com os milhões de anos.

O vento bateu forte, balançando o fio. Logo uma sombra surgiu sobre os dois. Uma aranha com asas!

— AHHHHH!

— Não grita. Vai acordar as outras!

O monstro tinha abdome e patas de aranha, asas de falcão, tórax coberto por penas cinzentas e marronzadas, cabeça com rosto quase humano com nariz grande e fino e dentes afiados. Os olhos da criatura eram totalmente negros.

— Isso... isso vai nos matar.

— Matar que nada. Ninguém é páreo para o Grande Bruce. Fique e assista.

Bruce abateu o monstro com certa facilidade. Quebrou-lhe o pescoço na primeira oportunidade.

...

Conseguiram atravessar o cânion em segurança. O monstro aranha-pássaro caiu no rio.

— Mais 50 quilômetros e chegaremos na cadeia de monstanhas — Jason estava dormindo no chão quente. — Esse peste!

O Grande Bruce sentiu pena da criança e carregou-o nos braços por vários quilômetros. Ele nem precisou correr, pois tinha a capacidade de voar.

Jason acordou bem perto das montanhas e fora do deserto de sal. Olhou Bruce sentado numa pedra. Aproximou-se e viu o deus folhear uma revista de mulher nua.

— O senhor é pervertido! — gritou.

Bruce levou um susto. Deu dois cascudos em Jason, repreendendo-o.

— Ai ai! Desculpa.

— Seu bosta! Sua mãe nunca te ensinou a respeitar a privacidade dos outros? Enfim, estamos quase perto. Tá vendo?

Jason se assustou ao ver que já não era mais deserto. Não quis perguntar, mas adivinhou que Bruce dera ajuda.

 

Enquanto isso, Fujin ainda estava no templo com os outros guardiões. Quis ir com Jason e Bruce, mas foi repreendido por Gyatso a não ir.

Pediu ao velho ancião para conectá-lo à Terra numa espécie de portal-espelho. Gyatso atendeu e formou uma imagem no lago. Ambos viram Victoria Yamashida confessar ser a irmã de Jason. Irmã que ele nunca conheceu. Fujin pediu para Gyatso guardar segredo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!