Bulbasaur resistiu ao poderoso ataque de Charmander. Na sequência, liberou o seu chicote de cipó (Vine Whip) e bateu contra o seu adversário. Pyro conseguiu desviar, mas os ataques ficaram cada vez mais rápidos.

Para Jason, não fazia sentido essa luta ser difícil. Primeiro que Pyro tinha a tipagem com a vantagem, segundo que Bulbasaur era para estar cansado mesmo com a defesa do Light Screen. Entretanto, o pokémon tubérculo lançou golpes ainda mais fortes.

Erika não parecia apressada com a batalha. Sua confiança no pokémon era tanta que não se preocupou com o Fire Blast anterior.

— Ele não me parece muita coisa. Talvez esqueceu que o que define o duelo não são apenas força e tipagem. Tem mais coisas que envolvem uma boa luta pokémon. E a senhorita Erika sabe disso — falou Lea para Poirrot.

Charmander recebeu uma chicotada. Mas teve a inteligência de agarrar e morder. Bulbasaur gritou de dor. Retraiu seus cipós.

— Esse pokémon... acaba de morder a minha Bulbasaur... — falou Erika ainda incrédula.

— Não há nenhuma regra contra isso, não é? Ensinei a Pyro a usar tudo o que tem para revidar um golpe. Ele possui presas. Então ele apenas usou.

— Você é esperto. Quero ver se vai saber lidar com o meu próximo movimento.

Bulbasaur se preparou para lançar algo de dentro do seu tubérculo. Uma semente foi cuspida até perto de Charmander e explodiu.

— Pyro... fuja dessas sementes.

O ataque de Bulbasaur era Seed Bomb. Começou a lançar várias sementes. Charmander correu antes de ser pego, mas os cipós do outro conseguiram pegá-lo. Erika pediu que Bulbasaur apertasse Charmander.

— Ah não...

— Desista, Jason. Bulbasaur não vai parar. — Falou Erika.

...

Mais alguns habitantes da cidadela apareceram golpeados com um tipo de arma tranquilizante. A polícia não soube quem estava por trás mesmo com câmeras de vigilância nos postes espalhados pelas ruas. E o pior que era ainda de dia.

Longe das vistas das autoridades, Bernardo Greco no alto da torre de uma igreja. Estava há dois metros abaixo do grande sino. Greninja apareceu.

— Encontrou alguma pista? — O pokémon negou. — Devia ter cobrado mais. Meu tio deu essa foto borrada. Achar esse tal Robert vai ser problemático.

Ele soube por meio de fontes de espiões da Black que Robert e o seu filho estavam a caminho da cidadela. Mas Bernardo não teve a sorte de encontrar o seu alvo por ali.

— Melhor pararmos por aqui. Nosso próximo passo é a verdadeira Woodland. Cara... quanta engenharia para colocar uma cidade inteira na copa da árvore.

Seu próximo passo era subir a Árvore Gardenia. Provavelmente o seu alvo estará no próximo ginásio da cidade, acompanhando o filho treinador.

...

O Bulbasaur de Erika apertou Pyro com os seus cipós num ataque surpresa. O lagarto não conseguia se desvencilhar, haja vista a pressão era grande. O pokémon semente levantou Charmander até o alto e jogou-o no chão. Pyro bateu com a cabeça.

Jason não entendeu o porquê de Bulbasaur estar mais forte quando o senso comum era para que estivesse mais fraco.

— Jason, não é? Você tem um bom espírito de treinador, mas é muito jovem. Precisa aprender mais sobre os pokémons. Minha Bulbasaur nem é forte, mas eu treino sempre visando o bom desempenho. Para isso, eu treino a habilidade natural dela.

— Habilidade natural? — Perguntou ele.

Simon confirmou o que Erika quis dizer. Todos os pokémons desenvolvem habilidades naturais que não são golpes de luta. São habilidades que auxiliavam o pokémon. Zoroark era um grande exemplo com a ilusão.

— Minha Bulbasaur possui Overgrow. Essa habilidade aumenta os golpes do tipo planta quando o pokémon fica ferido. Aquele Fire Blast poderia ter nocauteado a Bulbasaur, mas ela usou Light Screen e conseguiu diminuir os danos. Agora que você sabe de tudo isso... desista.

— Nunca!!

— Não seja teimoso. Você não treinou a habilidade do seu Charmander. Vai ferir ele ainda mais.

A mulher pediu para Bulbasaur soltar um raio solar de dentro da sua semente. Avisou que Charmander ficaria horas desmaiado mesmo recuperado no centro.

Simon pediu para o rapaz desistir e focar no duelo do ginásio. Jason tentou dizer "eu desisto" mas viu algo no corpo de Charmander. Ele estava ficando brilhante. Erika, Udonna e Lea perceberam que era a luz da evolução.

— Não posso acreditar. Ele está evoluindo? — perguntou Simon.

— Mas tem algo estranho... ele não mudou de forma — respondeu Robert.

Charmander não mudou de forma. Sua luz acabou, mas algo fez com que seu corpo ficasse tão quente que Bulbasaur largou depois da queimadura.

— Eu desisto... — disse Erika pegando imediatamente sua pokémon.

Jason não entendeu muito o que houve. Apenas viu uma labareda de quase um metro na ponta da cauda. Lea perguntou o motivo de Pyro não evoluir, mas Jason não soube responder. Havia algo estranho no Charmander.

— Eu tive que desistir. Senti que esse Charmander faria um churrasco com minha Bulbasaur. Aceito a derrota.

Lea parabenizou Jason e desafiou para um duelo no ginásio colmeia. O menino, claro, aceitou.

O grupo saiu da loja pokémon e foi em direção ao ginásio. Udonna dirigia a van.

— Espero que esteja preparado, Jason. Lea não costuma pegar leve nas batalhas — avisou Erika.

— Não se preocupe, dona Erika. Pyro e eu treinamos muito e conseguimos 2 insígnias.

A van parou em frente ao ginásio. Lea esperava o grupo com antecedência. Levou-os para dentro do local. Pegaram um elevador para os andares inferiores.

— Não há perigo disso cair? — perguntou Simon.

— Nah... essa colmeia é completamente segura. A resina dessa árvore é a mais forte do mundo. — respondeu Lea.

O elevador abriu. Havia uma grande arena cercada por árvores. Jason ficou impressionado, porque o lugar era tão grande quanto um ginásio esportivo. Existia um pequeno ecossistema ali.

— Aqui é o onde costumamos desafiar os treinadores. O mezanino à esquerda é para a plateia assistir. Tem cerca de 200 lugares. Podem ir. Jason, venha. Quero explicar as regras do meu ginásio.

Os demais foram para o local indicado enquanto Jason e Lea caminharam cada qual para uma extremidade da arena. Hora da batalha!