Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 28
Capítulo 24 - Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Yo ho, aqui estou. Sei que demorei, mas eu queria que esse capítulo ficasse um pouquinho melhor e eu também tive que rever o episódio da Ariel porque a partir de agora as coisas vão ser mais parecidas com a série. No ínicio eu não tinha a intenção de colocar a maldição na fic, e vocês devem se lembrar que a irmã da Ruby se chama Mary Margaret e não Branca de Neve. E como a história da maldição gira em torno da Branca, eu tive que arrumar um jeito de essa maldição acontecer, preservando um pouco da história que é contada na série. Vocês vão ver que a história que a Ariel conta nesse capítulo é a mesma história que aconteceu na série, e a partir daí, muitas coisas irão acontecer. Como a história em Once é muito complexa, pode haver alguns furos, já que eu mudei a história da Ruby e do Killian toda e algumas coisas eu vou ter que adaptar porque eles não interagiram com os personagens da mesma forma que interagiram na série. Bem, acho que entenderam rsrsrs Boa leitura e não esqueçam os comentários



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Capítulo 24 - Feliz Aniversário

Eles passaram uma semana naquelas ilhas. A cada dia descobriam coisas novas para fazer e novos caminhos para explorar. O Capitão levara Ruby à outra ilha e ela se divertiu tanto quanto se divertira na primeira. A paisagem era ainda mais bela do que a da primeira ilha. Havia campos floridos e cascatas de água. Ruby descobriu um escorregador de água, quando escorregou numa rocha lisa perto do rio. As árvores ali eram tão altas e cresciam tão próximas umas das outras que quem olhava para cima quase não conseguia ver o céu. Havia um lago cheio de plantas aquáticas, um bom lugar para relaxar e namorar. E o Capitão ainda a levou numa caverna de vaga-lumes.

Tinker Bell andara se escondendo em botões de flor. Will ainda tentava conversar com ela, mas a fada sempre dava um jeito de sumir. Beto e Mabel estavam a cada dia mais apaixonados, assim como Killian e Ruby. Jack começara a dar sinais de interesse por Ariel. Will e Liza às vezes eram vistos juntos, mas ninguém sabia dizer se estavam namorando. Ellanor e Smee passaram muito tempo na cabana da floresta. John melhorara suas habilidades culinárias. Os outros marujos não queriam saber de ir embora daquele paraíso. E nesse meio tempo, o Capitão já tratara de preparar uma festa inesquecível para Ruby.

Quando o dia finalmente chegou – 7 de outubro – Killian pediu que as garotas distraíssem Ruby enquanto terminavam os últimos detalhes da festa. A menina estava ansiosa, já que esperava uma festa diferente das que estava acostumada.

– Você comemorava seu aniversário quando ainda era uma princesa? – Mabel perguntou (finalmente desgrudara de Beto). As garotas conversavam. Estavam na caverna dos vaga-lumes, deitadas no chão rochoso, enquanto observavam as luzinhas dos vaga-lumes no teto.

– Meus pais faziam grandes festas, mas eram muito entediantes – Ruby contou a elas – Meu pai sempre gostou de se exibir, então ele contratava músicos e artistas e mandava fazer banquetes maravilhosos, apenas para impressionar os convidados.

– Eu sempre quis ser uma princesa – disse Liza – Deve ser maravilhoso acordar e ser servida por tantos empregados. Além dos passeios de carruagem, vestidos caríssimos, jóias...

Então Ruby teve que mais uma vez explicar que a vida de princesa não era tão boa quanto todos pensavam. A vida na nobreza era como uma peça teatral e os reis, rainhas, príncipes e princesas estavam sempre representando um papel. Ela pensou em sua própria família. Seu pai, ganancioso e dissimulado como era, representava o papel de um homem bom e honesto, um rei justo e comprometido com a felicidade do povo. Sua mãe, sempre elegante e com um sorriso no rosto, fingia ser feliz, quando na verdade sempre odiara essa vida regrada e baseada em mentiras. Mary Margaret, sempre reclamando estar vazia por dentro, só alcançara a verdadeira felicidade quando conheceu James. E a própria Ruby nunca fora realmente feliz, ela só alcançara essa felicidade quando foi parar no Jolly Roger e conheceu Killian Jones.

– Quer dizer que todos esses anos eu fui enganada? – Liza estava boquiaberta – Sempre me disseram que a melhor vida que alguém pode ter é sendo nobre.

– Bem, não estou dizendo que todos os nobres são infelizes ou hipócritas, mas nossa vida não é tão boa quanto vocês pensam. – a princesa explicou. Logo depois mudaram de assunto e passaram a comentar como se sentiam vivendo a bordo de um navio pirata.

– Eu não sei vocês, mas desde o dia em que embarquei neste navio, parece que minha vida mudou para melhor – falou Ariel – Eu estava extremamente infeliz e desanimada, até que conheci você e o Capitão e me devolveram a minha voz. Isto é algo que eu jamais poderei agradecer.

– Ora, não foi nada – Ruby sorriu – Você ainda não nos contou a história de como perdeu a voz.

Ariel e Mabel se entreolharam e Ariel sorriu tristemente.

– Bem, é uma história triste. Talvez não seja um bom momento para dramas.

As garotas não forçaram Ariel a contar nada. Elizabeth então contou como estava se sentindo mais viva desde que entrara para a pirataria.

– Vocês sabem que meu pai queria me forçar a me casar. – ela disse – Eu estava tão angustiada com isso que resolvi fugir de casa. Uma noite, na taberna, encontrei este capitão procurando por uma tripulação. Eu sabia que mulheres não são permitidas como parte da tripulação, mas era o único jeito de eu sumir. Então, acabei convencendo o capitão a me aceitar e no momento em que pisei naquele navio, eu sabia que ia ser tudo diferente. Aprendi um bocado de coisas, passei por dezenas de perigos, quase morri... mas é claro que estou me sentindo mais viva desde que me tornei pirata.

– Sua vida se parece um pouco com a minha – comentou Ruby – Exceto pela parte em que se tornou pirata por sua própria vontade. Se me dissessem que eu ia ser seqüestrada e cair de amores pelo pirata que me seqüestrou, eu ia achar que era loucura.

As garotas riram e Smee veio chamar por elas.

– Vamos, senhoritas, o Capitão está chamando.

Finalmente a festa já estava pronta. Ruby mal podia esperar para ver o que aquele Capitão aprontara. Quando alcançaram a praia e atravessaram para a outra ilha de barco, Ruby estava emocionada.

– Oh... eu não acredito que fizeram tudo isso pra mim...

A decoração estava caprichada. Faixas vermelhas de seda envolviam os troncos dos coqueiros, as toalhas de mesa eram de cor salmão, almofadas coloridas se espalhavam pela areia, havia tochas e luminárias para quando anoitecesse, buquês de flores descansavam em jarros de porcelana, tendas feitas de tecido branco e vermelho faziam sombra sobre as poltronas e sofás.

Havia mesas redondas no meio da praia e todas elas estavam lotadas de comida. Uma mesa só para carnes: galinha assada, costela de porco, rosbife, torresmo, salsichas, faisão assado, entre outras. Uma mesa de frutos do mar, entre eles camarões fritos, peixe fresco, ostras e lula. Havia vinho branco, vinho tinto, rum, cidra, cerveja e água fresca retirada do rio. Na outra mesa encontravam-se pão fresco, queijo, salada de algas e ovos. Havia uma mesa só para frutas, entre elas as que Ruby mais gostava: uvas, pêssegos e morangos. E outra mesa de sobremesas com biscoitos, compotas, fio de ovos e bolos feitos de pão-de-ló. Ruby presumiu que tudo isso tinha vindo da cabana, já que o cozinheiro não ia ter tempo para preparar tanta coisa.

Killian a esperava com um sorriso no rosto e a ajudou a descer do bote.

– Feliz aniversário! – ele disse e Ruby se jogou em seus braços, tão feliz que nem sabia como lhe agradecer por tudo aquilo.

– Obrigada. Ficou tudo lindo! – ela falou enquanto olhava em volta – Ninguém nunca tinha feito tudo isso por mim.

– Ah você merece muito mais – o Capitão sorriu e a abraçou de lado – Pena que eu não posso lhe dar muita coisa.

Tinker Bell veio na direção deles, trazendo um enorme buquê de flores.

– Feliz aniversário – disse entregando o buquê a Ruby e a abraçando – Você gosta tanto de flores que eu resolvi lhe dar essas de presente. A Ellanor jogou um feitiço para que elas nunca murchem.

– Obrigada, Tink. – a princesa agradeceu ao mesmo tempo em que apreciava as flores.

Logo começaram a lhe trazer presentes. Eram coisas muito simples, mas Ruby sabia que aquelas pessoas realmente gostavam dela, logo, estava feliz com as demonstrações de carinho.

– Eu sei que gosta de animais, então capturei esse papagaio pra você – era Smee, trazendo um papagaio-de-cara-roxa empoleirado em seu ombro – Eu o ensinei a falar algumas coisas, mas pelo visto tem uma boca meio suja.

O papagaio olhou pra Ruby e cantarolou em sua voz rouca:

– Oi, lindeza! Feliz aniversário, feliz aniversário.

Ela não pôde deixar de rir e agradeceu a Smee. Depois veio Mabel trazendo um presente que Beto ajudara a fazer.

– É um apanhador de sonhos – a sereia explicou – Notei que você tem pesadelos às vezes, então isso vai filtrar seus sonhos, para que sempre tenha sonhos bons. Também pode ser usado para filtrar as energias negativas do dia-a-dia.

Liza e Ariel presentearam Ruby com um lindo vestido vermelho que fizeram usando pedaços de tecido que encontraram num baú no porão do Jolly Roger. Jack, Joe, Thomas e outros marujos, construíram um enorme baú de madeira para que ela guardasse suas roupas e pertences. Ellanor deu a ela um colar com pingente de esmeralda.

– Não é só um colar bonito – ela explicou – A esmeralda tem um significado. Inspira a viver plenamente e aproveitar a vida ao máximo. Também inspira amor, prosperidade, tranqüilidade, paciência e equilíbrio. É como um amuleto, use sempre para atrair coisas boas.

O Capitão disse que iria entregar seu presente depois e Ruby já ia dizendo que não precisava porque aquela festa era um presente mais do que suficiente. Foi quando Will apareceu e abriu um enorme sorriso para ela.

– Fiz isso pra você – e ele deu a ela uma espada. A lâmina brilhava e o cabo era bem delicado, feito de metal, especialmente para as pequenas mãos de Ruby. – É um pouco pesada, mas muito ágil, e você vai ver que a lâmina é bem afiada. Achei que seria adequado, já que você tem que saber como se defender. E ela é bem delicada, assim como você...

Killian amarrou a cara. Tinker Bell cruzou os braços. Elizabeth encarou o chão. Aparentemente, os três estavam com ciúmes. Ruby examinou a espada e acabou encontrando uma inscrição gravada na lâmina: Fortuna Audaces Sequitur.

– A sorte acompanha os audazes – ela disse traduzindo a frase. Latim era a terceira língua na qual ela era fluente.

– Achei que essa frase era forte o bastante. Na verdade é bem adequada, já que você é uma das mulheres mais corajosas que eu conheço.

Ruby enrubesceu um pouco diante do elogio de Will.

– Obrigada, Will...

O rapaz se adiantou e a sufocou num abraço ao mesmo tempo em que desejava felicidades e mais muitos anos de vida. Ele então a beijou na bochecha e Gancho quase pegou fogo.

– Mas que pensa que está fazendo? – o pirata encarou o irmão e seus olhos brilhavam, como se Gancho estivesse pensando em matar Will.

– Que é? – Will se irritou – Só estou dando os parabéns a ela. Ruby é muito especial para mim.

Tinker Bell soltou um suspiro de frustração e Liza continuou a encarar o chão. Killian puxou Ruby para longe de Will.

– Ela é minha mulher. E não quero saber de vocês dois trocando abraços e beijinhos no rosto...

Para quebrar o clima ruim que se instalara, Smee ordenou que a música começasse. Alguns marujos logo apareceram com instrumentos e começaram a tocar uma música bem animada. Logo todos estavam dançando e Ruby aproveitou para dizer ao Capitão:

– Eu e o Will não temos nada.

– Eu sei. Mas meu irmão é meio mulherengo e sei que ele gostava de você.

– Ele disse isso?

– Não. E nem precisava, pois eu percebi os olhares dele para você. Afinal, eu posso ser um pirata, mas sou muito sagaz.

Eles dançavam animadamente entre os outros e Ruby deu o assunto por encerrado. Depois o Capitão a puxou para um canto e pediu desculpas por criar caso com o irmão.

– Hoje é seu dia e eu não devia estragar isso.

– Está tudo bem – ela sorriu – Mas você não devia ser tão ciumento.

– É claro que eu devo ser. Você é perfeita demais e não quero perdê-la.

Eles começaram a se agarrar, aproveitando que todos estavam entretidos demais com a música e logo Ruby estava toda descabelada. Realmente era difícil controlar Gancho depois que eles começavam com os beijos e carícias, mas ela conseguiu se conter.

A música continuou alta e todos se divertiam. A comida estava maravilhosa. Ruby estava radiante de felicidade e o Capitão estava feliz por ela estar feliz. Porém, essa felicidade não poderia durar muito...

– Navio inimigo! – Beto berrou para ser ouvido.

A música parou e todos pararam o que estavam fazendo. Um navio de velas brancas foi visto ao longe e antes que alguém dissesse algo, o Capitão já sabia. Corsários...

– São eles! – Elizabeth guinchou – São os corsários!

Will pôs uma mão no ombro dela para tranqüilizá-la e Killian pensou rápido numa forma de escaparem de um possível ataque.

– Ellanor, consegue nos esconder?

– Bem, eu poderia fazer um feitiço para nos tornar invisíveis, mas quem garante que eles já não nos viram?

– Temos que arriscar – o Capitão falou enquanto pegava sua luneta. Ele observou o outro navio. Realmente eram corsários, ele podia perceber isso apenas pelas roupas que eles usavam, não eram nada parecidos com piratas de verdade. Aparentemente, ainda não haviam avistado o Jolly Roger e faziam suas tarefas como de costume.

Ellanor usou de sua magia para escondê-los e eles observaram enquanto o Jolly desaparecia. A bruxa explicou que aquilo era temporário e ela poderia desfazer o feitiço assim que os corsários fossem embora.

– Eu me pergunto o que eles estão fazendo nessas redondezas – o Capitão pensou alto e mais uma vez, Elizabeth lembrou a eles que os corsários estavam atrás de navios piratas. Um pensamento passou pela cabeça de Gancho, mas ele não disse nada.

Depois que o navio sumiu de vista e o Capitão achou que era seguro, Ellanor desfez o feitiço e a festa continuou como se nada tivesse acontecido. Ruby se serviu de uma dose de vinho branco e Killian ficou dizendo suas safadezas. Ele e Will ainda trocavam olhares raivosos, mas Ruby sabia que logo iriam fazer as pazes.

A comemoração durou a tarde inteira. À noite, tochas foram acesas e lampiões encontraram um lugar na decoração. O cozinheiro precisou de ajuda para trazer seu presente para Ruby: um lindo bolo de três camadas, feito de pão-de-ló e nozes. Como era o costume quando alguém fazia aniversário, eles cantaram o “Parabéns a você” e Ruby apagou as vinte e uma velas do bolo. Em seguida, o Capitão fez um brinde à princesa e todos ergueram suas taças.

– A Ruby! – bradaram em uníssono.

Mais tarde as garotas se sentaram em almofadas e Tinker Bell só se juntou a elas porque Elizabeth não estava por perto. Começaram a conversar descontraidamente e logo comentaram o fato de a festa ter sido ótima.

– Eu não esperava por tudo isso – Ruby falou sorrindo – Killian realmente fez um bom trabalho.

– Oh, isso porque ele realmente ama você – Ariel pegou na mão da princesa – E se eu fosse você, aceitava logo o pedido de casamento.

– Mas ele não me pediu em casamento ainda – ela riu.

– Ainda não. Mas logo vai vir com um lindo anel, irá se ajoelhar a seus pés e pedir sua mão – Mabel suspirou. Estava meio alterada por ter bebido demais e agora estava praticamente rolando na areia e murmurando coisas desconexas.

– Pena que nem todos tem um final feliz – Tinker Bell resmungou baixinho. Seus olhos estavam fixos no mar e ela fazia força para não dar atenção aos risinhos de Elizabeth. Aparentemente, ela e Will estavam se divertindo muito, correndo pela praia e pulando no mar.

– Ah Tink, não fique assim – Ariel consolou – Sabe, ele é um idiota por estar fazendo isso.

– Na verdade a culpa é minha. Eu não devia me iludir a ponto de acreditar que daria certo. Uma fada e um pirata – Tink bufou – Eu devia ter imaginado...

– A gente pode encontrar outra pessoa para você – disse Ruby tentando animá-la. Ela olhou em volta, para os marujos na praia. Alguns desabaram na areia, bêbados demais; outros caminhavam sob a luz do luar; e outros bebiam rum ou enfiavam os pés na água. Talvez Thomas fosse um bom partido, ou Joe (se não fosse gay). Ainda havia Jack.

– Eu não quero outra pessoa – a fada retrucou e cruzou os braços – Na verdade, não é do feitio das fadas se apaixonar. Acho que eu devia era esquecer tudo isso. Meu dever é ajudar as pessoas. E além do mais, não é a primeira vez que me decepciono.

– O que quer dizer com isso? – perguntou uma sereia curiosa.

– Eu gostava do Pan – Tink confessou e começou a ficar vermelha – É claro, isso foi antes de eu descobrir o quanto ele podia ser perverso.

Ficaram em silêncio por uns minutos. A única coisa que ouviam era as ondas no mar e o som das folhas dos coqueiros balançando ao vento.

– É impressão minha ou o Jack está olhando pra cá? – Ruby falou depois de uns minutos, notando que Jack não parava de olhar para Ariel.

– É claro que está. – Mabel se sentou de repente e afastou uma mecha de cabelo do rosto – Não perceberam ainda? Ele está apaixonado pela Ariel – ela voltou a se deitar e Tink e Ruby sorriram maliciosas, deixando Ariel envergonhada.

– Ah parem com isso. Ele não pode estar... apaixonado. Pelo menos não de verdade.

– E por que não? – Tink falou – Você é legal e bonita e ele parece gostar mesmo de você.

– Talvez devesse dar uma chance a ele – Ruby completou.

– Ah... eu meio que estou apaixonada por outra pessoa – a sereia confessou e ficou mais vermelha ainda. As garotas a pressionaram a contar quem era essa pessoa e Ariel ficou triste – Bem, essa é aquela história triste que eu não queria contar mais cedo...

Mabel a incentivou a contar tudo, e diante da insistência de Ruby e Tink, Ariel começou a falar:

– Bem, o nome dele é Eric – ela suspirou – E ele é um príncipe. Há um ano, o navio dele naufragou e eu o resgatei. Ele estava inconsciente, nunca nos falamos, mas no momento em que o vi pela primeira vez... eu sabia que era amor. Como amor à primeira vista, sabe...

Tink e Ruby estavam vidradas na narração de Ariel, como se não quisessem perder nenhum detalhe. Mabel cochilava de boca aberta.

– Como vocês sabem, eu coleciono coisas – Ariel balançou a bolsinha que sempre carregava a tiracolo, cheia de objetos que os humanos usavam – E um dia eu descobri isso – ela mostrou o que parecia ser um convite para um baile – O Baile Anual de Celebração do Fundo do Mar, honrando Úrsula, a deusa do mar. Bem, o baile era no castelo de Eric, e eu esperava encontrá-lo. Sei que é loucura, mas eu nadei por quilômetros, apenas para vê-lo... Foi quando encontrei uma garota se afogando e a salvei. Nós nos tornamos amigas e ela me disse que estava fugindo da Rainha Má. Eu contei a ela minha história e ela se prontificou a me ajudar a ir ao baile.

– Espere aí – Ruby interrompeu – Como é que você foi ao baile com a cauda? Isso foi antes de você conseguir a pulseira, não?

– Todo ano, na maré alta, a deusa do mar concede à nossa espécie a capacidade de andar em terra firme até a próxima maré alta – a sereia explicou – E eu só tinha 12 horas para ir ao baile e encontrar Eric, pois quando o encanto se desfizesse, eu ia voltar a ser uma sereia e eu temia que ele jamais fosse gostar de mim por isso. Então, minha nova amiga me ajudou a encontrá-lo, como agradecimento por eu tê-la salvado. É claro, eu pretendia contar a ele que era uma sereia, depois que ele se apaixonasse por mim – Ela parou para tomar ar e o Capitão se aproximou, perguntando quando é que elas pretendiam ir dormir.

– Daqui a pouco, Capitão – disse Tinker Bell, ansiosa por ouvir o resto da história – Ariel está nos contando uma história.

Killian riu e se afastou, então Ariel continuou:

– Nós fomos ao baile. Era tudo tão lindo, como se eu estivesse em um de meus sonhos. E então eu o vi. – seu olhos brilhavam e ela aparentemente estava revivendo o momento – Estava ainda mais bonito do que a última vez em que o vi. E meu coração quase saltou pela boca quando ele sorriu para mim – as garotas suspiraram – Minha amiga me incentivou a ir falar com ele, e eu caí no meio do caminho – ela riu ao se lembrar da cena – E para minha surpresa, ele simplesmente estendeu a mão e me convidou para uma dança. Bem, ninguém estava dançando, mas como ele era príncipe, ordenou que a música começasse e então nos apresentamos um ao outro. E ele se lembrou de mim, do naufrágio. Na verdade, ele não me viu naquele dia, mas disse que desde que fora salvo de se afogar no mar, tivera o mesmo sonho... comigo.

As garotas suspiraram ainda mais alto.

– Que lindo! – exclamou Tinker Bell.

– Mas eu menti. Tive medo de que ele descobrisse que eu era uma sereia, então disse que era nova na cidade. Eric presumiu que a deusa Úrsula o tivesse salvado e, fazendo isso, o mostrara uma visão de seu futuro. Ele perguntou o que me levara ao seu reino e eu disse que queria conhecer o mundo. Então ele disse que tínhamos algo em comum e que estava partindo pela manhã, para uma grande expedição. E adivinhem só... ele me convidou para ir com ele. Mas é claro que tinha o problema da cauda... – ela suspirou.

– O feitiço acabou e você não pôde ir – Tinker Bell disse, adivinhando o fim da história. Ariel balançou a cabeça tristemente e continuou a falar.

– Eu não podia dizer a ele que esse era o problema, então ele achou que eu estava me sentindo pressionada, confusa. Ele disse que me esperaria na manhã do dia seguinte. Se eu aparecesse, ele iria se encher de alegria. Se não, ficaria de coração partido, mas entenderia... Eu fiquei arrasada. Minha amiga disse que eu devia contar a verdade, mas então pensei em pedir à Úrsula que me permitisse ter pernas, para que eu me juntasse a Eric. Naquela noite eu fui procurar por ela, mesmo sabendo que podia não passar de uma lenda, um mito. E por uns instantes, enquanto eu pedia que me ajudasse, realmente pensei que ela não existisse. Mas então ela apareceu.

– Estamos falando daquela Úrsula que é metade mulher, metade polvo? – Ruby perguntou curiosa. Ela já ouvira a história, mas nunca pensara que a deusa do mar realmente existisse. Ariel não pôde deixar de rir.

– Sim, ela mesma. Eu fiquei aliviada e ao mesmo tempo surpresa, quando ela apareceu. Realmente ela era metade mulher, metade polvo, e concordou em me ajudar. Mas não passava de uma impostora, não era a verdadeira Úrsula e acabou me enganando.

– O que aconteceu? – Tink arregalou os olhos.

– Bem, na verdade ela era a Rainha Má, a que estava atrás de minha amiga. Ela me convenceu a não contar a verdade a Eric, pois se eu dissesse que éramos de mundos diferentes... bem, ele não ia me aceitar. Ela disse que eu poderia manter minhas pernas e ainda concordou em ajudar minha amiga, então me deu uma pulseira como essa – ela levantou o braço mostrando a pulseira que lhe permitia ter pernas – Disse que minha amiga ficaria livre da Rainha Má enquanto eu poderia ter pernas. Mas eu era ingênua demais. A pulseira deu a minha amiga uma cauda de sereia, a minha cauda. Enquanto eu teria pernas. Era como uma troca, esse era o preço para que conseguíssemos o que queríamos. Eu disse a ela que assim poderia escapar da rainha, sem imaginar que a própria rainha tinha armado isso.

Ruby e Tinker Bell estavam boquiabertas.

– E então tudo começou a ficar confuso quando ela disse que Úrsula era um mito, não era real. Mas eu tinha visto a deusa do mar com meus próprios olhos. Minha amiga estava realmente desesperada e eu não entendia o que estava acontecendo. Foi quando ela apareceu, Úrsula, mas não tinha tentáculos mais, estava inteiramente vestida de preto. E então descobri que aquela era a Rainha Má. Eu caí como uma tola na armadilha dela.

– Então ela usou você para pegar sua amiga? – Ruby se ajeitou em cima da almofada na qual estava sentada. Ariel assentiu.

– A Rainha me deu duas opções: me juntar à minha amiga e morrer ou fugir e ir atrás do meu final feliz com Eric. Eu ia escolher a primeira opção, já que eu causei aquela confusão toda. Eu pensei que talvez houvesse uma maneira de ajudar minha amiga, mas ela queria que eu fosse atrás de Eric. Eu tive que escolher entre o amor da minha vida e uma amiga. Então enganei a Rainha, disse que sentia muito e me afastei, fingindo que iria atrás de Eric. Então aproveitei a distração da rainha e a apunhalei com um garfo, antes que ela matasse minha amiga. Enquanto ela lutava para se livrar do garfo, nós fugimos pelo mar.

– Há! – Tink vibrou – A Rainha teve o que mereceu.

– No entanto, ela não se deixou abalar por isso – continuou Ariel – Eu levei minha amiga para um lugar seguro, longe o bastante para que ela pudesse fugir da Rainha. Mas já era de manhã e logo Eric estaria partindo, eu sabia que nunca mais o veria de novo, pois estávamos muito longe das docas e levaria tempo até que eu chegasse lá. Minha amiga me convenceu a tentar mesmo assim, ela disse que, da forma como viu que ele me olhava no baile, sabia que ele iria me esperar o máximo que pudesse. Então eu nadei o mais rápido que pude e ele ainda estava lá, olhando para longe e esperando por mim. Eu chamei por ele, estava decidida a contar a verdade, mas minha voz não saía – as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Ariel – Eu gritava e gritava, mas nada saía. E ele não me viu então acabou partindo. – ela começou a chorar, sendo consolada pelas garotas.

– A Rainha fez isso com você? – Ruby perguntou segurando a mão da sereia.

– Sim. – Ariel enxugou as lágrimas – Pois assim eu nunca poderia dizer a ele como eu me sentia. Ele nunca iria saber a verdade sobre eu ser uma sereia. Ele nem ia saber que eu estava decidida a participar daquela expedição com ele. A Rainha há muito tempo perdeu a capacidade de amar então ela fez isso por vingança, por eu ter ajudado a Branca.

– Branca? – Ruby perguntou. Não poderia ser aquela Branca, não é? Não sua irmã... – Branca de Neve?

– Sim, você a conhece?

Elas gritaram pelo Capitão depois que a cor se esvaiu do rosto de Ruby...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deu trabalho esse capítulo porque eu precisei pesquisar as comidas que as pessoas comiam na idade média(que é mais ou menos a época que eles vivem na Floresta Encantada) e não sei se notaram a minha gafe no capítulo anterior, mas eu coloquei manjar entre as comidas que o Capitão pediu pra cabana, sendo que lá eles não tem geladeira para fazer manjares kkkkkkk Eu vou consertar isso depois. E também precisei rever o episódio da Ariel e fiquei pausando o vídeo para poder escrever detalhadamente do jeito que aconteceu na série. E além de tudo, eu não sei o que acontece, mas sempre que eu colo o capítulo aqui, a formatação sai toda e eu tenho que refazer todos os parágrafos e dá trabalho porque eu tenho que ler tudo de novo pra colocar os parágrafos no lugar certo. Bem, espero que pelo menos deixem comentários depois dessa trabalheira toda, pois houve uma queda nos comentários dos últimos capítulos. Muitas devem estar viajando, mas quando puderem, deixem um coment, please rs Beijos e até o próximo.



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