Não me leve a mal. Eu geralmente sou amigável com todos e não me sinto afetada por comentários “ofensivos”, mas se tem alguém que me irrita é ele. Scorpius Projeto de Comensal Querido das Garotas e Idiota Malfoy.

Ta, a família dele estava limpando o nome e se reconciliando com o mundo bruxo, mas ele não tem lá tanta moral pro tamanho do ego dele. Não passa de mais um galinha hipócrita de Hogwarts e acredite, ver isso antes mesmo das aulas começarem não deixou meu humor muito bom.

Agora, chega de falar do inútil do Malfoy. A primeira semana em Hogwarts – se não considerarmos as confusões do Al, minhas discussões e as encrencas do James – foi ótima. Mas apenas a primeira semana...

Estava sentada na mesa da diretora. Literalmente. A culpa não é minha se me expulsaram da cadeira e não restou outra. Estar na sala da tia Minnie era... estranho pra mim. Claro, como um ótimo exemplo de aluna, monitora e principalmente Granger não era normal estar lá. Mas estava, e o motivo era o mais estranho possível.

Nas cadeiras a minha frente estavam Nina e Dustin Wood, Albus e James Potter, Scorpius Malfoy e Taylor Chang. Eles me olhavam com uma cara tipo vou-te-jogar-no-petróleo-quente-espero-que-você-morra. O Al na verdade fazia biquinho e falava “glub glub”. É que recentemente ele decidiu ser um peixe. Poisé.

– Ahn, então... por que fomos chamados a essa hora da madrugada? – James não tinha lá um bom humor de manhã.

– A senhorita Weasley primeiro deve contar uma história. – McGonagall falou. – E senhor Potter, francamente, são 10 horas da manhã!

E voltaram os olhares de morte.

– Muito bem. Eu estava nos jardins de Hogwarts, lendo um livro, quando Perrie, a corvinal do sétimo ano, se aproximou e...

– Glub!

– Senhor Potter! – Tia Minnie exclamou.

– Eu não fiz nada dessa vez!

– Não você James, o outro senhor Potter!

– Por que ela fica chamando a gente de senhor? –Scorpius perguntou.

– Ela nunca me chamou de senhor. – Nina comentou em voz baixa.

– Ah, calem a boca! – Albus protestou.

– Foi você que começou! – Dustin falou. Então percebemos que começou a sair fumaça da cabeça da McGonagall. Depois da conversa e de uma briga com um extintor de incêndio, todos ficaram quietos e eu continuei minha história.

– Então, a Perrie chegou, apontou a varinha pra mim e disse “estupefaça!” – Ignorei a risada de mal gosto do Malfoy. – O feitiço não foi tão forte, mas mesmo assim fui atingida. E ela segurava um saco com folhas vermelhas. Depois ela falou com uma voz sinistra “eu não fui destruído” e desmaiou. Mas bem... antes de desmaiar ela falou...

– Que me ama!

Todos encararam Albus. Quer dizer, a garota nem conhecia ele direito, mas não dá pra impedir que ele sonhe as vezes.

– Ela falou o nome de cada um de nós.

Todos ficaram em um silêncio pertubador. A diretora então se manifestou para explicar.

– Como podem ver, uma situação bem fora do comum. Peço primeiro que mantenham segredo. Tudo que será discutido aqui deve ser restritamente confidencial.

Apenas assentimos.

– Todos sabem a história de Voldemort, e da segunda batalha de Hogwarts, certo? – Era claro que sabíamos. Era um assunto um tanto delicado a ser tratado principalmente por causa das diferenças que separavam as famílias de alguns desde essa época e percebi que ela tentava falar com cuidado. – Harry Potter destruíu todas as Horcruxes para poder matar você-sabe-quem.

– Espera... acha que ele pode ter retornado? – Dustin interrompeu. McGonagall deu um suspiro e continuou.

– Não exatamente, senhor Wood. Mas já venho pensando nisso há um bom tempo. Voldemort já se foi, mas ainda há partes dele espalhadas pelo mundo. Partes de lembranças que não podem trazê-lo de volta, mas que pode nos lembrar do que fez. Perrie foi atacada por uma dessas lembranças – Ela segurava um pequeno pote de cristal – e o resto do mundo pode sofrer ainda mais por elas.

Nos encaramos. Sabiamos exatamente o que ela diria em seguida, mas mesmo assim esperamos que ela concluísse.

– Vocês devem buscar essas lembranças. Devem salvar o mundo.

...

– Ahn, sério? – James perguntou. – Quer dizer, vai deixar o garoto peixe salvar o mundo? – Ele apontou para Albus.

– Xatiado.

– AAAAi o pâncreas da Angel! – Nina falou com a sua mão sobre o pâncreas. Todos a imitavam quando então perceberam o que ela falou.

– Nina... Quem é Angel? – Eu perguntei confusa.

– Eu não sei. – Acreditem ou não, ela estava tão confusa quanto eu.

– Bom, de qualquer forma... vamos ter que formar um grupo? – Chang perguntou olhando obviamente para mim. – Trabalhar juntos?

– Sim, terão. – McGonagall falou antes que eu respondesse Chang. – Viajarão pelo mundo coletando as lembranças. Serão dispensados das aulas dos dias de viajem – Todos piraram. – Mas ainda terão de fazer as provas.

– Acabou a piração, acabou a alegria, cabo tudo! – James fez drama.

– E como vamos encontrar as pistas? Quer dizer, onde vamos procurar? – Eu perguntei.

– Pense um pouco senhorita Weasley. Pelo que percebi, sempre receberão uma pista. Não acho que ela segurava aquelas folhas vermelhas por que estava fazendo um trabalho voluntário de outono... – Ela suspirou – Ninguém nunca faz...

– Canadá! – Eu exclamei. Oh yeah, o cerebro de Rose Weasley não brinca em serviço! – A bandeira do Canadá tem uma folha vermelha!

– Muito bem, então. Somos um time! – Dustin falou.

– Precisamos de um nome! – Nina exclamou e todos gostaram da ideia. Até a tia Minnie, mas ai ela escorregou no extintor e resolvemos decidir o nome bem longe dela.

....

– Minnie top secrets! Shhhhhh! – Estavamos de novo na frente da sala da diretora, com poses e o dedo indicador da frente da boca em sinal de silêncio.

– Minnie top secrets?

– Esqueceu do “shhhh” – Albus corrigiu Minerva.

– Ah claro. Como pude me esquecer?

– Ahn, isso foi irônico? – Nina perguntou.

Todos saímos da pose. Daí eu acabei batendo o braço na barriga do James, que caíu em cima da Nina que tentou se segurar no cabelo de Chang que gritou e explodiu os tímpanos de todos.

Tenho certeza que McGonagall se lamentava cruelmente. Quero dizer, Dumbledore teve a AD e ela, bem... ela tinha nós. Eu realmente achava que não era tão ruim!

– Então, vamos ter que viajar até a América do Oeste?

Tudo bem, tia Minnie estava em uma situação miserável. E agora, toda população mundial dependia desse grupo. Um conselho? Reze, faça macumba, coma tudo o que você gosta e torre seu dinheiro, porque depois desse dia estava claro: O mundo já era.