Nina Wood. Garota. Bruxa. Sonserina. Cursando o sexto ano. Imã para confusões. Princesinha dos Wood. Esqueci de alguma coisa? Foi uma boa apresentação, pode falar!

O expresso Hogwarts estava cheio de pessoas... nem uma cabine vazia. Bom, havia uma com uma pessoa. E era exatamente a pessoa que eu procurava.

– Hey Albus! – Eu exclamei ao entrar na cabine.

Ele acenou para mim. Acho que eu estava usando meu sorriso maligno porque ele começou a se encolher na cadeira.

– Então... – Eu comecei me aproximando dele. – Como se sente? Está tudo bem?

– E por que não estaria? – Ele perguntou com um tom desconfiado.

– Acho que as pessoas ficam meio tristes quando PERDEM O TÍTULO DE CAPITÃO DO TIME!

O queixo dele estava no chão. Ah, é sério, ele tinha meio que caído e agora estava espalhando a baba dele pela cabine. Eca.

– Levanta daí! – Eu falei ajudando o Potter babão.

– Não pode ser verdade. – Ele falava incrédulo. Nossa, incrédulo... eu não sabia que conhecia essa palavra! Acho que passei muito tempo na casa da tia Mione, por Merlin!

– Mas é! – E como eu sou uma pessoa muito madura, peguei a carta da McGonagall que confirmava isso e esfreguei na cara dele. Mas acho que não foi uma boa ideia fazer isso literalmente, ainda tinha um pouco de baba lá.

Bom, deixe eu explicar a nossa situação. O Albus era capitão de quadribol da sonserina desde o terceiro ano. E eu, como uma ótima amiga dizia “quando eu chegar no sexto ano, vou tomar seu lugar”. Ninguém mandou ele desconfiar. Estava no time ha apenas um ano e a linda da tia Minnie havia me colocado no lugar dele.

Claro, acho que eu puxei isso da minha família. Meu pai, Oliver Wood foi um grande jogador, assim como meus irmãos Zac e Dustin. Também são capitões, mas de suas respectivas casas. Zac está no último ano na lufa lufa e Dustin estuda com Al no quinto, mas é grifinório. Ainda tem o Brandom, mas está entrando em Hogwarts esse ano.

A porta da cabine abriu. Ouvi um grito e um tufo de cabelos vermelhos em minha direção.

– Ah, oi Rose. – Eu falei, sufocada pelo seu abraço.

– Eu estava procurando vocês! – Ela falou. Eu e Albus a encaramos. – Tudo bem, é mentira, eu não perderia meu tempo procurando vocês. Mas eu sabia que o clima aqui ia estar meio tenso então...

– Por que tenso? – Albus perguntou.

– Eu também não sei, senhor EX CAPITÃO! – É, eu usei enfase.

Eu e Rose começamos a rir.

– Bolado! – Albus falou e fez beicinho.

– Ai – Rose fez cara de dor no pâncreas. – Al, não fala mais isso.

– Bolachudo? – Ele tentou.

– AAAAAAAAI! – Eu fiz coro com a Rose. As vezes o Albus tinha uns ataques de viadagem que, por Merlin, até meu pâncreas doi.

– Eu vou comer alguma coisa. – Rose falou. Ah, novidade.

A parte legal começou quando ela saiu da cabine. Acontece que tinha alguém entrando no exato segundo. Destino?

– Weasley.

– Malfoy.

Eu sorri para Albus. Ah, mais é lógico que esses dois vão se casar.

– Eu estou tentando entrar! – Ele resmungou.

– E eu estou tentando não ver sua cara feia!

– Voces já podem parar... – Eu falei. Os dois eram meus amigos, não gostava de ve-los brigando.

– Da o fora, ruiva. A cabine de pessoas indesejáveis é logo ali.

– Não vou em um lugar que você frequenta!

– Gente... – E me deixaram no vacuo.

– Eu? Indesejável? Pergunte isso para a população feminina de Hogwarts. – Scorp continuou.

– Infantil. – Rose bufou.

– Weasley.

– Sim.

– Você está usando um boné do Malfoy Haters!

– E...?

– Isso é infantil!

–EU NÃO ACHO QUE O ALBUS SEJA GAY! – Acho que todos no expresso me encararam depois dessa. – Obrigada. Agora que consegui a atenção de vocês com essa mentira absurda, por favor, calem a boca.

– Xatiado.

– Ah, Albus! – Rose empurrou Scorp e saiu resmungando.

Ele entrou na cabine e ficamos os três conversando.

– Preparados para o quinto ano?

– Ah, lá vem ela com esse papo de “mais velha” – Scorpius reclamou.

– Você acha que eu sou gay? – Albus perguntou, confuso.

– Aham.

– Com certeza. – Scorp falou.

– Ah, mas você é outro. – Eu falei e Scorp me mostrou o dedo do meio. – Na verdade, desconfio que sejam um casal!

– Cala a boca, Nina! – Albus exclamou.

– Cala a boca dela, ué. – Scorp falou. Três palavras para isso: Eca. Eca. Eca.

Ficamos em um seilêncio constrangedor.

– pfffffff – Scorp parecia segurar o riso. Por que? Ah, eu também queria saber!

Albus olhou pra cara dele, confuso.

– Albina. – Scorpius falou.

– O que? – Eu perguntei, mesmo já tendo desistido ha anos de entender esse menino.

– Se você e o Al ficarem juntos e se tornarem um otp, pode chamar Albina!

Nunca ouvi tanta besteira em uma frase só.

– Olha só... não mesmo! – Eu falei e dei um peteleco na cabeça do loiro. Albus fingia vomitar. – Eu não vou ficar com um cara que perdeu o título de capitão do time de quadribol!

É. Eu ia falar sobre isso até o final da minha vida.

– Acreditem em mim. Vocês vão ficar juntos algum dia! – Scorpius insistia. Cara, ele é insistente.

– Ah, claro. Que tal no dia em que Voldemort retornar? – Eu falei.

– Que porcos voarem! – Albus ajudou.

– Mais alguma sugestão? – Scorpius usava sua ironia.

Eu encarei seus olhos azuis acizentados.

– No dia que você adimitir sua paixão pela Weasley! – Falei, pronto.

– Mas... ele odeia ela! – Albus falou. Que vontade de socar aquele tapado. Scorpius sorriu, vitorioso.

– Assunto encerrado? – Perguntei.

– Por hoje, Potter... por hoje. – Ele me respondeu me fazendo ficar mais vermelha que o cabelo da Rose.