–Não,Oprah. – Falo.

–SOOOOFIIIIIEEE. – Ela berra e me abraça.Credo menina louca. – Sou eu porra,Luanna.Nem se lembra das antigas melhores amigas. – Ela fala fazendo beiço.O coisa estranha.

–LUANNAAAAA. – Minha memória ta funcionando.O que é incrível.

–Sofiiiiie você nem sabe das saudades que eu fiquei de você. – Ela fala me abraçando de novo. – Então...Me conte como ficou sua vida depois daquilo. – Ela fala meio triste.

–Bem,eu mudei pra cá,obvio,isso você já sabe.Enfim,eu cheguei e fiz amizade com a Franci,digo vadia 2. – Ela fica sem entender. – Explicando,nunca fale com ela.Ela era minha melhor amiga. – Ela ainda não entende. – Ta bom vou te contar toda a historia.Você não se importa em perder a segunda aula né?

–Claro que não. – Ela fala sorrindo.

[...]

–QUE VADIA. – Lua berra.Sim Lua,afinal o nome dela é Lua-nna.Ou seja Luanna,então o apelido é Lua. – Quero matar ela. – Ela fala se levantando.

–EU TAMBÉM. – Falo me levantando.E então o sinal bate. – Vem vamos pra sala. – Falo.

–Mas,quem é quem? – Ela pergunta.

–Eu te falo lá dentro por bilhete,já que todos sentam perto de mim. – Falo. – Agora vamos a sala de tortura. –Puxo ela pelo braço.

–Merda,odeio escola nova,essas coisa de se apresenta. – Ela fala revirando os olhos.

–Deve ser horrível já ter sido expulsa de três escolas né? – Pergunto.

–Muito. – Ela fala rindo. – Mas,eu nem sei direito por que me expulsaram,bem,na verdade,era aquelas escolas particulares de gente metida. – Ela fala.

–Isso que é o bom das escolas do governo. – Falo rindo. – Não tem gente metida.Porem,tem vadias. – Ela ri comigo.

–É,mais nas escola particulares,tem vadias arrumadas. – Ela fala e ficamos rindo.Até que chegamos na nossa sala.

–Aqui é a nossa sala.Seja bem vinda. – Falo rindo da cara de assustada dela. – Entra e finge que não é nova.O professor ainda não chegou,ai eu nem preciso de passar bilhete pra falar quem é quem.

[...]

–Depois ela foi e virou na esquina. – Falo rindo de uma piada.

Aqui estou eu,indo pro meu apartamento junto com a Luanna.Segundo ela,precisamos recuperar o tempo perdido.Então,ela ligou pra mãe dela explicando e eu pra minha e ela ta indo comigo pro apartamento.

–Era uma vez um pintinho que não tinha cu,ele foi solta um pum e explodiu. – Lua falou rindo.Essa piada é tão ruim,mais tão ruim,que sou obrigada a rir dela.

–Cara,que piada mais sem graça. – Falo rindo. – Minha barriga. – Falo colocando a mão nela.Ela chega a doer de tanto rir.

–OLHA uma sorveteria. – Ela pega e para do nada apontando pra uma sorveteria que eu nunca soube que tinha ali. – Vem,quero sorvete. – E ela me puxa.

–SORVETE?SORVETE?VOCÊ QUER SORVETE? – Berro inconformada e ela para de andar. – Eu também quero,vamos logo. – Falo e puxo ela.Credo,essas pessoas que não entendem nada.

[...]

Passou um mês desde que aqueles filhos da puta fizeram tudo aquilo.Digo,me xingaram e defenderam a vadia 1.Enfim,faz um mês que eu e a Lua não paramos de nos falar.O bom é que ela entende sobre o que eu falo,diferente da Franci,que eu falava Paul ela pensava em outra coisa.É O MCCARTNEY PORRA.Enfim,o ruim é que a Lua mora em um outro bairro mais longe,ela mora numa casa.E eu num apartamento.Casa.Apartamento.Casa.Apartamento.Eu iria preferir casa.É maior.

–FILHA. – Que mania dessas pessoas de fica berrando.

–QUE FOI? – Berro em resposta.Que mania dessas pessoas,nunca vi.

–VEM AQUI. – Ela berra.

– TO INDO. – Eu berro.Chego na sala,onde ela ta sentada séria,e meu irmão também.E olha que eles nem tão assistindo nada. – O que foi mãe?

–Bem o que eu vou falar é bem sério.Sente-se. – Puto medo que da nessas horas.

Tomara que ela não venha querer vender minha bateria,ou me expulsar de casa.Quem sabe me fazer casar forçadamente com um indiano,tomara que ele seja gostoso.Por que se ele não for,não vai valer a pena.A menos que ele goste de rock,ai vale,por mais que ele seja horrível,é rock cara.Enfim.Pensando no que anda acontecendo ultimamente ela pode querer me mudar de escola,o que é ótimo,NÃO,NÃO É,e a Luanna?Mãeeee não faça isso comigo.Por mais que eu queira mudar de escola,iria ser ruim logo agora que encontrei a Luanna ,ter que me separar de novo.

–...morar juntos. – Minha mãe termina a fala,que eu por acaso não prestei atenção.

–MORAR COM O LEONARDO E O HARRIS?Isso é mais que demais. – Meu irmão pulava.

–Mas,hein? – Pergunto.

–Bem,eu e o Leonardo resolvemos que vamos morar juntos.A gente até já achou a casa e tudo,esse final de semana vamos levar tudo pra lá. – MAS,O QUE ELA TA FALANDO?

–MORAR?Eu morar com o Bernardo?NUNCA. – Berro me levantando. – E VOCÊ NÃO PODE IR MORAR COM ELE AINDA. – Falo.

–E POR QUE? – Ela berra e se levanta também.

–Por que nem casados vocês são. – Falo e cruzo os braços e ela começa a rir. – O que foi? – Falo séria.

–Você é tão careta filha,não sabe que ultimamente as pessoas pegam e vão apenas morar juntas?A gente nem vai vender os apartamentos,a gente vai alugar eles,e com o dinheiro do aluguel ir pagando a casa.Por que a gente vai comprar ela. – Ela fala.

–Eu não sou careta.Mas temos que respeitar os princípios de uma família. – Falo séria.

–Princípios? – Minha mãe pergunta segurando a risada. – E quais seriam esses princípios?

–E eu sei lá,você que é a mãe aqui.Mas eu sei que pra morar junto tem que casar.Era o que o Daniel falava. – Daniel é meu pai.Quando to séria costumo usar o nome das pessoas,estranho.

–Isso foi a tempos atrás.Sofie.Acorda. – Ela fala agora rindo.Não me seguro e solto uma risada.Da risada dela é claro,já que o que eu to falando não tem nenhuma graça.

As vezes minha mãe parece mais nova que eu.Incrível,até as roupas,ela parece aquelas modelos de revistas adolescente as vezes.Mas só as roupas,claro.Não que eu tenha visto revistas adolescentes,TA EU VI.Mas eu sou obrigada pelas pessoas.Até a Luanna faz isso.É um ninho de cobras essa minha vida.ALÉM DE AGORA SER UM NINHO DE VIADO.Mas,viado não tem ninho.Bem,tirando essa parte.Eu definitivamente não quero dividir a mesma casa que o Bernardo.Imagine que horror ter que olhar pra aquela cara linda,digo,aquela cara feia dele todos os dias,e ainda por cima,nos finais de semanas,e nos feriados,e em tudo que outro dia.POR QUE EU VO TA MORANDO COM ELE.É o meu fim.

–Ainda acho que devemos respeitar os princípios de uma família. – Falo depois de um tempo. – Ai você casa com ele daqui uns cinco anos,tempo o suficiente para mim estar morando bem longe. – E meu plano de não morar com o Bernardo daria certo.Mas,espera,desde quando eu tenho um plano?