-Filha,querida,Sofie.Pare de sonhar tanto.A gente vai morar com eles e pronto. – Minha mãe fala.

-POOOR QUEEEE MUNDO CRUUUEL,JURO QUE NUUNCA MAIS JOGO BEXIGA COM ÁGUA DA JANELA DO MEU QUARTO. – Falo dramaticamente.Até parece que eu ia deixar de ver as caras das pessoas quando eu jogo.

-VOCÊ O QUE SOFIE? – Minha mãe fala séria.

-Eu falei que minha bexiga vai explodi.To indo no banheiro,até amanhã. – Falo e saio rápido da sala.

[...]

-VOCÊ O QUE? – Lua berra depois de eu contar pra ela que eu ia ter que morar com o Bernardo.

-É cara.Isso chega a ser assustador. – Falo. – Tipo,dividir a mesma casa com o cara que eu mais odeio. – Falo.

-Ele é lindo..... – Luanna fala sonhando.

-QUEM? – Berro assustada.

-Ham?Ah.Nada. – Ela fala.

-Pode ir falando,vai,desembucha. – Falo cutucando ela.

-Ele. – Ela aponta pro Matheus.

-Você.Ta.Afim.Do.Matheus? – Pergunto pausadamente.

-Ér pode se dizer que sim? – Ela fala ficando vermelha.

-QUE FOFA. – Berro apertando as bochechas dela bem forte.

-Ai sua,sua,sua,sua,sua sei lá. – Ela fala passando a mão nas bochechas dela. – Mas,eu não vou ter nada com ele,depois do que ele fez com você. – Ela fala.

-Assim,eu não gosto mais nenhum pouco dele.Porem isso não é motivo pra você deixar de ficar com o tio que você gosta. – Falo.

-Mas mesmo assim,não parece certo com a nossa amizade. – Ela fala,então abraço ela. –QUEM É VOCÊ?

 -Ai que susto,não posso nem mais abraça as pessoas? – Falo soltando ela.

-É que você é a Sofie.SOFIE. – Ela fala.

-Ta bom ta bom. – Falo.E ai toca o sinal avisando que é pra gente volta pras salas.

[...]

MEEEEEEEEERDA.Hoje é sábado,e sábado significa uma coisa.Mudança.Não acredito que vou ter que ir morar com o Bernardo,tipo,cara,é o BERNARDO.Tudo bem,ele é bonito,e toca baixo,mas é o Bernardo.

-FILHA LEVANTA DESSA CAMA,VAMOS IR PINTAR A CASA. – Minha mãe berra de sei lá aonde.

-COMO ASSIM PINTAR? – Berro.

-A gente vai pintar ela nesse sábado e durante a semana vamos levando as coisas. – Isso só quer dizer uma coisa.

-MAIS TEMPO LONGE DO BERNARDO. – Berro pulando na minha cama.

-Se acalma menina. – Ela fala me segurando. – Vai colocar uma roupa velha que você possa sujar de tinta. – Ela fala saindo do quarto.

Isso quer dizer,que ainda posso fazer um plano,ta,eu não posso não,minha mente não é nem um pouco brilhante para planos,o máximo que eu posso fazer,é quando a gente tiver morando juntos,fazer da vida dele um belo de um inferno.Ou ele fazer a minha,mas isso é um caso a parte.

[...]

-Bom dia Sofie,bom dia amor. – Fala Leonardo assim que encontramos com ele no elevador.ECA,quanta melação.

-Bom dia. – Murmuro.

-BOM DIA. – Fala meu irmão pulando.

-Bom dia Bernardo. – Minha mãe fala.

-Bom dia. – Ele murmura também.UUUUUH ta de mal humor?Ta eu também to,merda.

Por que vida cruel,por que logo o pai do Bernardo tinha que ser o namoradinho da minha mãe,por que ela não arranjou um velho quase morto bilionário dono de uma grande empresa de comida.Eu ia ama ele,se ele tivesse um filho eu até casava com o filho dele.Ta,talvez não seja pra tanto,mas,cara,imagine só.Um monte de comida,só pra mim.É o paraíso.

-Vamos só com um carro certo? – Acordo do meu momento paraíso,com a voz do Leonardo.

-Claro,é bem melhor. – Minha mãe fala saindo do elevador.Sigo ela.Porem assim que eu saio do elevador,o peste do meu irmão me passa a perna,e a monte aqui,cai com tudo no chão duro,sujo,imundo de prédio.Escuto risadas,tanto do João Pedro,quanto do Bernardo.

-Idiotas. – Falo me levantando.

-Boa João. – Fala Bernardo indo até meu irmão.Até meu irmão esse inútil vai tirar de mim.

Sim,eu coloco toda a culpa da minha vida de merda em cima do Bernardo,esse infeliz.Por culpa dele eu perdi a Franci,se bem que foi bom perde ela,eu deveria agradecer ele,mas não vou.Por culpa dele eu perdi a amizade dos bestas,por culpa dele acabou meu estoque de comida.Ta isso não foi culpa dele,mas vamos fingi que foi.Dou graças de ter a tola da Lua comigo.

Bem,a gente saiu do prédio em direção a um carro,que deve ser do Leonardo,e do outro lado da rua tava uma garota com cabelos ridiculamente castanhos e lisos até o ombro.Ela da um tchau pro Bernardo.Francisca,pois é,esqueci de falar que o nome da Franci,é Francisca.Mas eu todos chamam ela de Franci,até os professores.Mas eu vou ser vida louca,e vou começar a chamar ela de Francisca,que bom que lembrei disso.

-Vamos logo Sofie. – Meu irmão me puxa pra dentro do carro.

[...]

-Então,essa é a casa? – Pergunto saindo do carro.

-Não,não Sofie,essa é a clinica de reabilitação pra pessoas burras como você. – Fala Bernardo de modo irônico.Mostro o dedo do meio pra ele.

-Modos crianças. – Fala minha mãe.

Não vou negar,a casa é linda,ela é de dois andares,eu sempre quis morar numa casa de dois andares,só pra pular do andar de cima em uma cama elástica,porem não temos cama elástica,e se eu pular eu devo pelo menos quebrar o braço e não poder mais tocar bateria,o que seria o fim do mundo.Por que eu sem tocar bateria,desconfie,alguma coisa aconteceu.Enfim,voltando ao assunto da casa.Eu acho que já estive nesse bairro.Ou nessa rua.ESPERA,é aqui que mora a Lua,e pelo que eu sei o Matheus também.Vai que eles são bem vizinhos e ela espia ele pelado,TARADA.Olha,ali na rua tem um casal andando de skate,na verdade o carinha ta segurando a menina,que fofo.Eu ein.Ela é parecida com a Lua,tem cabelos negros,tipo pretão mesmo,pela clara,quase doente,e olhos cor de merda,ta,mentira,eu acho os olhos dela lindos.Eles são meio verdes,meio castanhos.E eu aqui.Com meus olhos só verdes,sem nenhum atrativo,vida cruel,só ferra comigo.

-HEY MATT. – Berra Bernardo me deixando quase surda.

-NÃO GRITA. – Eu grito.-Eu quase fiquei surda. – Falo colocando a mão no ouvido.

-Deveria ter ficado. – Ele fala indo até o carinha e a menina.

-SOFIE. – Berra a menina.Ah,não é uma menina,é a Lua. – E ai,vai morar aqui? – Ela pergunta apontando pra casa,vazia,onde minha mãe e meu irmão entravam com latas de tintas.

-Não não,eu vim aqui numa festa,não ta escutando a música? – Falo olhando pra casa. – Cara,eu ali olhando,achei que era um casal,e que era uma menina.Mas é você.

-E eu não sou menina? – Ela pergunta ofendida.

-Claro que não. – Falo rindo.

-O que eu sou então? – Ela pergunta.

-Bem,ainda não tem nome pra sua espécie. – Falo e levo um tapa na cabeça. – SUA AGRESSIVA.  – Falo colando a mão aonde ela bateu.

-A gente vai ser vizinha. – Ela fala apontando pra casa dela,que é duas depois da minha. – QUE EMOÇÃO. – Ela fala pulando.

-EEEEE. – Falo desanimada.

-A gente vai poder se ver TODO dia.Até finais de semanas. – O QUE?

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO MUNDO CRUUUEL. – Falo fazendo drama.Qual é,é muito legal fazer isso.

-Nossa quanto amor por mim. – Ela fala.

-Você nem imagina. – Falo irônica.

-SOFIE,BERNARDO,JÁ AQUI PINTAR. – Minha mãe berra de uma das janelas.

-TA BOM. – Berramos juntos.

-Bem,vou pintar,até depois coisa. – Falo acenando com a mão. – E me conta dessa ai,de ta com o Matheus. – Falo e ela fica vermelha.

-Ta depois te conto. – Ela fala acenando com a mão e indo até onde tava o Matheus.

-Vamos pintar paredes? – Bernardo fala parando do meu lado.

-Não me diga que a gente vai pinta paredes,eu pensei que ia pintar sua cara pra ver se melhorava. – Falo indo em direção a porta.

-NOSSA,MUITO ENGRAÇADA VOCÊ. – Escuto ele berrar quando já estou dentro de casa.

[...]

-Segura esse pincel direito guria. – Fala Bernardo.

-Como se segura um pincel então?To segurando como você. – Falo.

-NÃO É ASSIM. – Ele berra.

Explicando,eu e o Bernardo fomos encarregados de pintar o quarto do meu irmão.E aqui estamos nós.Eu até tentei convencer minha mãe que eu podia pintar sozinha,ou podia ir em outro quarto.Mas ela falou que não.Então,aqui estou eu pintando,ou tentando,esse menino não para de reclamar,nunca vi.

-Assim sua monte. – Então ele pega a minha mão,junto com o pincel e começa a arrumar e passar na parede.A mão dele é quente,comparada a minha que é mais gelada que gelo.Vamos esquecer isso.

-Ta entendi. – Falei e puxei minha mão,o que resultou nele com tinta na cara,e eu como uma boa pessoa que eu não sou,comecei a rir dele.E ele pega o pincel dele e passa em mim,eu molho mais meu pincel e passo nele,ele pega o dele e molha mais também,e vai passar em mim,mais eu deslizo num jornal e caio,e acabo batendo na perna dele,e ele cai em cima de mim.A gente fica se encarando,já disse que acho os olhos deles extremamente lindos?Eles são.O QUE? NÃO SÃO NÃO.Quem eu quero enganar,eles são sim.O que é esse treco quente na minha cara?