Que merda,grande ,gigante,enorme,e super extra chamativa merda.Digo,não que o fato de eu estar tipo toda cheia de coisas no cabelo,que ta mais duro que uma pedra (elas estão até com inveja do meu cabelo),eu to com um vestido combinando com o de todo mundo que ta na coisa de casamento.Bem,olha que interessante,eu to de All Star.Digamos que minhas técnicas para convencer minha mãe ainda funcionam,por exemplo “Te ajudo em casa todo dia”,mentira,não vou ajudar,vou andar o meu “querido” irmão mais novo,lindo,do meu coração,digo,o João Pedro fazer o trabalho por mim (ou quem sabe o Bernardo?)...

Durante esses dois meses (?),não aconteceu PORRA NENHUMA na minha vida.Realmente animador,totalmente estimulante para meu cérebro.Eu nem consegui falar com o Bruno,não deu tempo,teve tantas provas de vestidos,entregar convites pra toda cidade (nem tanto) (mas quase isso),além  de ter que aguentar todo mundo reclamando pra cima de mim,tenho cara de confessionário por acaso?Além das provas de final de ano,não sei como,mas não vou precisar ir nos exames (Glória aos céus)

Bem,voltando ao casamento,agora é a hora que o padre fala coisas sem parar,que somente os noivos prestam atenção,até mesmo,por que eu prestaria atenção,ver minha avó tentando fazer um bichinho parar de voar na cara dela é bem melhor.Não é sempre que se vê coisas bizarras...Ou é?

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Trezentas Sofie’s incomodam muita gente,trezentas e uma Sofie incomodam muito mais.Trezentas e duas Sofie’s incomodam muita gente,trezentas e três incomodam muito mais...

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Atirei com uma pistola no Bernardo-do mas o desgraçado-do não morreu-eu-eu,minha mãe-ãe-ãe me bateu-eu-eu,então deu,então deu que to com fome.

[...]

Olha que teto bonito dessa igreja,ta cheio de uns desenhos loucos,vou fingir que manjo das coisas e fingir que entendo o que são esses desenhos...

-Pode beijar a noiva. – Geralmente em filme,isso é o final do casamento.Mas eu nem assisto filmes,muito menos da seção da tarde,capaz.

Sei lá,é estranho ver minha mãe beijando o Leo,não digo nojento,mas estranho,tipo é tua mãe,agarrando um cara no altar,sendo que esse cara,não é teu pai,e sim pai do cara que você “odeia”.Por que entender a vida é tão difícil?

-Hey. – Alguém sussurra no meu ouvido e sinto uma mão na minha cintura.Olho assustada com minha cara de curupira e vejo a bela (sinta a ironia) cara do Bernardo (mas pirem,ela é mesmo bela,não sei nem por que da ironia),afinal ele ta me mandando educadamente andar,já que tem que ir andando nessas filas escrotas,duas pessoas,saindo naquele tapete no meio do banco da igreja.Isso prova o quanto eu manjo das coisas (agora foi irônico).Afinal não entendo o motivo de eu ter de ir de MÃOS DADAS com o Bernardo.Eu podia muito bem ir andando sozinha até o final,pega os arroz e come-los,mentira,eles não foram cozinhados.Onde já se viu jogar arroz nas pessoas?Credo.

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Festa,festa,festa,festa,músicas estranhas tocando,luzes que te cegam,pessoa entrando de penetra,minha mãe dançando a valsa,Bernardo me chamando pra dançar valsa com ele,espera,Bernardo me chamando pra dançar a valsa com ele?

-Vem Sofie. – Ele pega minha mão e me puxa do meu doce lugar.

-Dançar?Eu,dançando sou um desastre. – Tento arranjar uma desculpa pra não dançar,mas pela cara de tédio que ele fez quando falei,ta na cara que vou ter que dançar.

-Vem logo e deixa de frescura. – Frescura?FRESCURA?

-Ta bom,vou dançar. – Falo e sigo ele até a pista,onde ele coloca as mãos na minha cintura,eu olho em volta pra ver o que devo fazer e só então coloco as mãos nos ombros dele.

-Uaal,quem é aquela. – Ele aponta discretamente pro nosso lado,onde minha tia de não sei quantos graus e mal sei o nome,dançava.

-Uma tia,por que? – Olho pra ela,e volto a olhar pra ele.

-Gostosa pra caralho. – Como assim?COMO ASSIM?

-O que? – Falo confusa. – Ela deve ter o dobro do dobro da tua idade. – Falo indignada.

-Olha aquele corpo,aquelas curvas,e o cabelo dela? – QUERIDO MEU CABELO É VERDE.Lembrando que eu pintei ele novamente para o casamento.OLHA MEU CORPO.

-Ela é velha. – Continuo com minha voz vacilante de indignação.

-Mais experiência,além do mais,que quando ela foi me abraçar na recepção,ela me olhou de cima à baixo. – Claro,vendo essa criatura,quem não iria querer ver tudo?

-Ela só queria saber quem é o filho do Leo,oras. – Falo olhando lado.

-Não,ela ME quer. –Ele da ênfase no “me”.

-Até parece,aquela velha... – Resmungo.

-Ciúmes Sofie? – Ele aperta mais minha cintura.

-De você? Há-há,até parece. – Até parece que sim,MENTIRA,claro que não é ciúmes.

-Sim,você esta com ciúmes. – Ele afirma.

-To nada. – Eu nego.

-Ta sim.

-Não.

-Sim.

-Não.

-Não.

-Sim. – Falo. – Droga... –Resmungo.

-Viu,até você confirma. – Ele fala rindo.

-É que você me confundiu,eu NÃO to com ciúmes.Por que teria? – Volto a olhar pra ele.Ele ta com o rosto mais perto. – Aqui não. – Sussurro.

-Eu sei,mas é mais forte que eu. – Ele sussurra.

-Quem sabe depois. – Falo,então vou dançar com o Leo.Meu mais novo “pai”.

[...]