Matar,é isso que eu quero fazer agora,matar esses seres idiotas.Vou lá pegar meu canhão e “BUM” bem da cara deles.E agora,como vou saber o que o Bruno quer tanto falar?Vai que ele quer me deixar uma herança milionária (em vez de deixar para o cachorro) (se ele tiver um).

-O que vocês querem? – Tchau educação.

-Oi Sofie querida. – Bernardo passa um braço pelo meu ombro.Impressão minha,ou ele não gosta de ver eu com o Bruno? – Maninha. – Ele cutuca minha barriga,mas,esse maninha soou tão,tão,falso.Tipo o verde do meu cabelo. – A janta ta pronta. – Ele fala,e vai me forçando a andar em direção a nossa casa.

-Tchau Bruno. – Quase grito por cima do ombro.

-Tchau. – Ele fala de modo triste.

-Tchau. – Falam os três seres,digo,os desgraçados que apóiam as loucuras do Bernardo.

-Vou te matar. – Sussurro para o Bernardo,que sorri de modo alegre.Idiota.

[...]

-Whoaa,whoaa,I’m radioactive,radioactive. – Essa sou eu de bom humor,prazer.

O que levaria eu,Sofie,estar de bom humor? Eu dei ontem.Mentira.Só acordei com esse dia lindo,e maravilhoso,esse sol.Mentira de novo,digo,o tempo ta bonito,sol,e blá blá,mas quero chuva hoje.Que seja,continuo feliz.Sem explicação,só feliz.E to comendo Kit-Kat,talvez isso se aplique a formula da felicidade.

Bem,to em uma balança achada atrás de casa,não sei como não tinha reparado essa balança antes.Sempre gostei de balanças,é bom sentir o vendo fazendo o cabelo voar,foda é quando ele entra na boca,você começa a se engasgar com o cabelo,cai da balança e quase se quebra inteira,mas tirando isso.Merda,entro alguma coisa no meu olho.Merda,eu vou cair.Merda,por que eu tava me balançando tão alto.Merda,por que eu não cai no chão e sim em algo fofo?

-Outch. – Esse algo macio e confortável é uma pessoa.

-Ah céus.Desculpa. – Falo saindo de cima da pessoa e ai abrindo os olhos.

-Nunca pensei que ia escuta isso de você. – Fala Bernardo em tom de brincadeira.

-Idiota. – Bato de leve no braço dele enquanto rio.

-O que faz aqui,no balanço?Vai dize que agora acha que é criança? – Ah,claro que ele tinha que tirar sarro. – Bem,pelo teu tamanho ainda é.- Acho minha altura muito apropriada.

-Seu bobo. – Bobo?BOBO?Mas que diabo.

-Bobo? – Ele pergunta rindo.

-Não ri. – Falo rindo,ta,estranho,que seja.

-Senta aqui. – Então ele se joga no chão,digo,ele senta no chão,e se encosta na mesma árvore que eu consolei ele.Vou e me sento ao seu lado.

-Acha que chove? – Eu e minhas frases inteligentes.Ele ri um pouco.

-Acho que não. – Ele fala olhando pro céu. – Então ta tão feliz por que? – Ele pergunta.

-Não sei. – Dou de ombros. – Talvez seja pelo fato e que minha mãe ta feliz,quer dizer,falta um mês e meio pro casamento.É estranho,eu nunca imaginava minha mãe com outro homem,é um pensamento egoísta,eu queria ela só pra mim.Mas sem meu pai,ela ia,uma hora ou outra ficar sozinha,se sentir sozinha.Mesmo sem eu querer. – Falo olhando os passarinhos voar.

-Te entendo. – Bernardo fala suspirando. – Eu sempre quis ter minha mãe comigo,ter conhecido ela.Quer dizer,o que todos falam dela é bom,mas não é a mesma coisa de sentir que eu tenho uma mãe sempre comigo,me apoiando,me abraçando quando eu precisar.É,estranho. – Ele suspira. – Nós dois somos estranhos. – Olho para ele que me olha nos olhos.

-Estranhos é perfeito. – Dou uma risada fraca.Volto a olhar o céu.

-Sabe,não acredito que daqui a pouco acaba o ano. – Não gosto do final de ano. – Quer dizer,logo é o casamento,aqui em casa ta tudo tão apurado pra esse casamento. – Ele ri. – Bem,acho que não te contei a historia do meu pai com a minha mãe certo? – Ele pergunta.Por que disso agora?

-Não. – Falo e olho pra ele.

-Lá vai a historia. – Ele fala com uma risada fraca.-Era uma vez uma garçonete e um cliente muito fiel de um bar.Até que eles se conhecem,e rola algo,algo diferente.Ai eles tem uma noite divertida.Cof cof.E bem,deu em mim.Digamos que antes de minha mãe morrer,ela e meu pai moraram juntos durantes sete meses,ai no dia do parto,aconteceu. – Wow...

-Não sei se te falo que é uma historia encantadora ou sei lá,não sou boa com palavras assim. – Ele ri de mim. – Idiota. – Bato com meu ombro no ombro dele. – Sabe,de acordo com historias contadas para mim pela minha fonte,vulgo minha mãe,ela e meu pai se conheceram novos ainda,num show do Legião.Sabe come é,drogas,rock e sexo.Ou quase isso.Mais comportados,estamos no Brasil.Quer dizer,esquece essa parte. – Rio um pouco. – Mas sabe,apesar das drogas,meu pai apenas usava quando ele era novo,e queria ser homem,sabe como é essas coisas,mas depois que encontrou minha mãe,ele parou. – Explico,e não me pergunte o por que to falando isso.

-Por isso você fica puta quando falam que teu pai era drogado? – Ele pergunta.

-Não faz sentido né? – Olho pra ele rindo. – Quer dizer,ele era,mas só enquanto jovem,ai ele encontrou minha mãe e parou,percebeu que não tinha futuro naquilo.Ele continuou com o rock,mas nem sempre o rock precisa de bebidas e drogas,é só uma boa música. – Olho para a grama.

-Pena que nem todos pensam assim. – Fala Bernardo.

-Sim,uma pena. – Arranco uns pedaços de grama. – Mas sabe,ultimamente,to nem ai pra o que pensam sobre mim,sobre meu pai,sobre isso tudo.Eu sei a historia toda,isso basta.

-Sabe,eu concordo com você,e eu realmente queria pedir desculpa por conta do começo do ano,aquela folia com a Franci e a Nati. – Olha a intimidade dele com elas. – Eu agi e pensei de forma errada,eu te julguei de forma errada.Nós dois temos nossas diferenças,as vezes implicamos um com o outro,mas eu percebi que agi de forma errada. – Olho para ele e ele olha nos meus olhos. – Você me desculpa?

-Claro. – Sorrio para ele. – Ah,e me desculpe também,por ter feito alguma coisa,a sim,por ter te xingado quando você traiu a Francisca,ela mereceu. – Falo. – Digo,você é próximo dela agora,não deveria xingar ela,mas que seja.

-É,digo,depois de tudo,elas simplesmente me jogaram contra você,eu tava estressado por você ter me xingado,ela chegaram falando comigo sobre você,e quando vi,nós estávamos conversando como se nada tivesse acontecido,é engraçado. – E ele ri um pouco mais.

-É estranho. – Falo séria. – Digo,vocês tem problemas mentais? – Penso um pouco. – Ta,talvez é algo normal,ela não te amava,era algo momentâneo,como “a eu gosto do Harris”. – Tento imitar a Francisca falando. – Mas depois ela percebeu que não quer nada com você,ou a Natali fez a cabeça dela,e pronto,acabou.Por isso pra ela foi fácil falar com você de novo,foi uma ficada e pronto.Talvez no dia que ela tava chorando tenha acontecido algo a mais,ou peso de algo,sei lá.E tudo fez ela chorar.E pronto.Vai entende. – Dou de ombro.

-Bem,se é pra confessar tudo,foram as duas que colocaram você contra todos nós.Primeiro,elas acharam que você me queira,ou seja,ia trair a Franci,depois,tem o fato de que as duas passaram as férias juntas,coisas de pais amigos e blá blá.E a Nati mente bastante,ela começa a inventar e inventar,e quando vê até ela mesma acredita nisso que inventa. – Ele ri disso. – Mas,sei lá,sou colega delas,não amigo,tipo amigão,colega,nada contra,nem nada a favor,acho que na verdade,algo contra seria elas terem inventado coisas sobre você,e ter feito toda aquela intriga.Mas,foda-se,continuam sendo fáceis da sociedade. – Rio do modo como ele fala.

-Bem,creio que elas não significam nada pra você. – Falo rindo.

-Você significa mais que as duas juntas para mim. – Ele fala sério.Olho para ele,ele olha para minha boca,depois para meus olhos,e quando vejo estamos nos beijando.

[...]