Pov. Renesmee

Despedi-me de Jake e voltei para casa. Dessa vez, a revelação não tinha nada a ver com a minha tia Georgina e sim uma surpresa maravilhosa se tratando de meus pais. Aquele lugar, que ficava perto de minha casa, fazia parte de minha história sem nem ao menos eu perceber e cada cantinho dali tinha uma parte do amor que meus pais viveram na adolescência. E desse amor eu vim para o mundo, trazendo luz e mais união a eles dois (palavras da vovó Renée), mas fiquei muito pouco tempo nos braços deles. Deus! Essa saudade é algo que parece incurável. Todo dia eu rezo, pedindo aos céus para que atendam as minhas preces e querendo ficar perto de meus pais.

Entrei em casa e notei um breve silêncio. Kate provavelmente não estava, ela tinha me mandado uma mensagem dizendo que ia dar uma saidinha. Virei meu olhar, dando de cara com a presença de Georgina e ela não me parecia bem.

– Onde estava, Renesmee? – perguntou ela paciente. Estranho!!

– Fui me encontrar com o Jacob na campina – disse e ela assentiu – Está tudo bem?

– Não, nada está bem – disse ela ríspida.

– Ave Maria, não precisava ser tão grossa, né Georgina? – disse irritada com a atitude dela.

– Não vem com essa de Ave Maria. Você nunca se preocupou comigo, e agora faz essa cara de menina com bom coração me perguntando se está tudo bem – disse ela.

–Por que será que eu nunca me preocupei com você? Por que será que eu nunca vou te respeitar? – disse jogando na cara – Só me responde uma coisa, Georgina: quando foi que nesses 16 anos você pensou em alguém além de si mesma? Já pensou no sofrimento de toda a sua família, por causa desse sua amargura e arrogância. Aliás, qual foi o motivo real de você ter tirado a minha guarda dos meus pais?

– Vá para o inferno, Renesmee – mandou ela com lágrimas nos olhos, cheios de raiva.

– A única que deve ir pra lá, é você. Espero que um dia a sua consciência pese muito – disse e senti o meu rosto esquentar com o tapa que ela me deu – SUA VAGABUNDA.

– Que fique um aviso para não me confrontar – disse ela – Ah! Respondendo seu questionário: seus avós merecem o maior sofrimento por não estar com você. Minha família é um nada para mim e com certeza eles devem estar tendo pesadelos por ter tirado de mim o bem mais precioso que eu pude ganhar. Essa é a razão por ser amarga, seca e cheia de arrogância: todos que eu amava faz da minha vida uma solidão completa.

– Belo teatro, Georgina – bati palmas e ri ironicamente – Com licença.

Subi para o meu quarto e peguei meu notebook. Entrei na minha conta da rede social, o Facebook e chamei algumas amigas no chat para conversarmos. Navegava na internet pesquisando sites de histórias de amor e escutando algumas musicas clássicas, esse gosto devo ter puxado do meu pai. Além do mais, que bem precioso meus avós tirou de Georgina? Serão eles capazes de algo cruel contra ela ou tiveram motivos para tal ato?

Capturei meu celular e disquei o número de telefone da casa dos meus avós. Chamou duas vezes, até que uma vez aveludada e suave atendeu:

– Alô?

– É da casa dos Cullen? – perguntei estranhando, já que todas as vezes que ligo é a vovó Esme que atende.

– Sim. Quem gostaria? – perguntou a voz.

– Renesmee – disse e um silêncio assustador tomou conta do outro lado da linha. Tirei o telefone do ouvido, achando que deveria ser algo errado – Hey, ainda está ai? Alô?

– Renesmee? Céus – de repente começou a chorar – Filha, sou eu.

– Eu quem? – perguntei.

– Isabella, sua mãe – disse ela e comecei a chorar. Eu estava falando com a minha mãe, daquela que tanto quero abraçar e sentir os carinhos.

– Mamãe, oh mamãe – disse soluçando – A senhora me faz tanta falta. Eu te amo tanto.

– Amorzinho, eu também te amo. Você não sabe a alegria que sinto ao ouvir a sua voz, depois de tantos anos de saudades – dizia ela – Como está a escola? Os amigos? E os namorados?

– Aaah mamãe, a escola é ótima, todos são legais comigo e eu me apaixonei – disse – O nome dele é Jacob. O pai dele é amigo do vovô Carl.

– O Jake? – disse ela – Nossa, ele é um ótimo garoto. Com certeza vocês devem ficar juntos e curtir bastante.

– E o papai? Como ele é? – perguntei e ela riu ao telefone.

– Seu pai é um homem maravilhoso, lindo e o marido que sempre desejei. Infelizmente ele está de plantão no hospital, mas sei que ele vai adorar saber que falei com você hoje – contava ela – Te demos um irmãozinho, ele está com 2 meses e se chama Anthony.

– Awn que fofo, mamãe. Deve ser a coisa mais linda do mundo esse bebezinho – disse e rimos juntas.

– Filha, e a sua tia Georgina? – perguntou minha mãe seca.

– Amarga como sempre. Discutimos como sempre e hoje ficou estranho o modo como ela falava – contei – Disse que me tirou de vocês, porque o vovô e a vovó mereciam sofrer pelo que fizeram a ela no passado. O que aconteceu, mamãe?

– Nessie, meu bem, são histórias complicadas. Irei te contar mais tarde – disse ela – Agora preciso desligar, o Thony está com fome e vou preparar o jantar.

– Está bem, mamãe – disse – Eu amo vocês, mais que tudo nesse mundo. Diz ao papai para me ligar um dia, quero muito ouvir a voz dele.

– Pode deixar, filha – disse – Nós também te amamos muito e estamos com muitas saudades. Tchau. – desligamos. A alegria era imensa, as lágrimas escorria por minha bochecha e meu coração batendo aliviado pela saudade que sentia. Minha mãe hoje falou comigo por telefone e eu pude compartilhar com ela tudo que aconteceu comigo durante esses últimos anos, tenho uma família completa e um irmãozinho pequeno.

A calmaria dentro do peito começou a se alastrar e sentia que nosso encontro estava perto de acontecer.