Love And Friendship escrita por Bruna B
Notas iniciais do capítulo
Estamos no penúltimo capítulo...
Esse ficou realmente triste, mas espero que não fiquem depressivos.
Aproveitem!
POV’ Sophie
Josh me deixou em casa e logo que entrei na sala, todos estavam sentados na mesa com cara de sérios.
– Alguém morreu? – eu perguntei me sentando e colocando a mochila no chão.
– Praticamente – Tony disse.
– Filha, precisamos conversar – minha mãe me olhou séria. - O seu pai...
– O Walter. Ele não é meu pai.
– O Walter, ele recebeu uma proposta de emprego melhor, mas ele será transferido de cidade.
– O que eu tenho a ver com isso?
– Vamos com ele.
– Você não pode estar falando sério! – eu me levantei. - Só sabe destruir a minha vida?! Quando eu era criança, você nunca me perguntou se eu queria mudar de cidade. Agora que eu consegui me acostumar com a cidade, tenho amigos e um namorado maravilhoso você resolve que eu tenho que sair daqui?!
– Você tem um namorado? – minha mãe perguntou realmente surpresa.
– Sim! Há mais de dois meses! Você nunca se importou comigo, e agora que eu me adaptei a cidade você quer me tirar daqui?! Qual o seu problema?!
– Você sabe que não temos dinheiro nem para pagar as contas! Precisamos dessa oportunidade!
– Se você trabalhasse, não estaríamos nessa situação!
– Você vai e ponto final.
– Grrrr! EU TE ODEIO!
Subi as escadas e fui para o meu quarto. Tudo já estava empacotado em caixas de papelão e meu armário estava vazio. Tranquei a porta e peguei algumas roupas de umas caixas, meu celular e o resto do dinheiro que eu tinha e coloquei na minha mochila. Pulei a janela e peguei um táxi.
Eu já chorava e soluçava muito quando cheguei na porta da casa do Josh. Ele abriu a porta e se assustou. Me deu um abraço aconchegante e acolhedor, coisa que eu precisava.
– Pequena? Porque você tá chorando? E essa mochila? O que tá acontecendo?
– Ai, Josh... eu odeio a minha vida!
– Mãe! Traz uma água pra Sophie! Vem, vamos entrar e você me conta tudo.
Logo nos sentamos no sofá e bebi um pouco de água enquanto contava as coisas para Josh e seus pais. Contei da notícia, da briga e que eu tinha fugido de casa.
– Querida – disse a mãe de Josh –, você vai dormir aqui essa noite. Assim você pode conversar bastante com Josh, mas amanhã você vai voltar para a sua casa. Se sua mãe está fazendo isso, ela sabe que vai ser bom pra você.
– Tudo bem. Obrigada mesmo – eu dei um sorriso triste.
– Mãe, nós vamos subir. Aposto que ela está muito cansada.
– Boa noite crianças – disseram os pais.
Subimos até o quarto dele, espaçoso e confortável. Foi só eu me sentar e comecei a chorar de novo. Josh simplesmente me abraçou e me deitou na cama, se deitando também, enquanto eu soluçava. Ele beijou o topo da minha cabeça.
– Eu... não estou acreditando que você vai embora.
– Também não. Passamos por tantas coisas, vencemos tantos obstáculos pra acabar assim?
– Quem disse que vai acabar? Um amor como o nosso não pode terminar só por distância.
– Eu só não queria dizer adeus.
– Não vai ser um adeus. Um até mais. Não vai acabar.
– Vou sentir tanta saudade disso tudo.
– Tudo o quê?
– A cidade, o ar, o brownie da sua mãe, os seus olhos me fitando, o sabor do seu beijo, o seu cheiro...
– Eu vou sentir saudade da sua voz, das suas mãozinhas geladas, seus olhos cor do céu, seu beijo doce, seu cabelo roçando a minha pele quando a gente se abraça de te chamar de pequena...
– Eu... te amo tanto Josh. Por que as coisas são tão difíceis?
– Vamos dormir, tá? Amanhã vamos passear um pouco e depois eu te levo pra casa.
– Minha última noite com você... me abraça?
– Sempre.
Dormimos abraçados, e sentir os braços dele à minha volta e a respiração quente na minha pele foi a única coisa que pode me acalmar.
A coisa que mais me fez chorar foi ele me acordar no meio da noite para se certificar que eu não tinha ido embora, e ele parecia realmente aliviado por eu estar lá. Depois não conseguimos dormir, e ficamos conversando e nos beijando. Quando eu ficava com ele eu esquecia do mundo e dos meus problemas, por piores que fossem.
…
Quando amanheceu, tomamos um café da manhã com brownies e chocolate quente. Me despedir dos pais do Josh foi doloroso, mas eles prometeram que me visitariam antes de eu ir.
Fomos ao shopping e às lojas, tomamos sorvete e passamos em um pet shop. Eu particularmente me apaixonei por um filhote de Labrador. E pareceu que ele gostou de mim também. Ficamos a tarde inteira andando pela cidade e rindo. À noite, deitamos na grama do parque e ficamos observando o céu. Uma estrela cadente passou e Josh me contou sobre as constelações que ele conhecia.
Depois ele me deixou em casa. Ficamos quinze minutos do lado de fora, só nos abraçando e trocando palavras de amor. Ele me prometeu que me visitaria antes de eu ir embora, e teria um presente.
Entrei em casa chorando. Broncas, e não foram poucas, e finalmente pude dormir. Sonhei com o vazio. Eu em um vazio em que só tinham fotos pelo chão e “paredes”. Fotos minha e de meu pai quando eu era criança; eu com doze anos e minha mecha de cabelo azul, que eu tirei com treze anos; eu com Josh brincando na piscina; eu com Mike e Tony. Nenhuma foto da minha mãe ou do Walter.
…
Um dia antes de eu ir embora, Josh e seus pais foram em casa e trouxeram uma caixa grandinha e pesada. Quando abri, aquele Labrador que eu tinha achado a coisa mais fofa do mundo estava dentro, com uma fita vermelha no pescoço. Nem pude chorar mais, pois meus olhos já estavam cansados de tanto chorar. Eu e Josh conversamos do lado de fora, na varanda. Ele me falou que me ligaria todo o dia e tentaria me visitar. Me chamou pela última vez de pequena e foi embora com os pais.
Foi o dia mais triste da minha vida.
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Já estou chorando de saudades de vocês!!!
Mas e aí??? Mereço reviews???
Beijos.
o/