POV’ Josh

Dormir com Sophie não foi tão ruim – aliás, dormir abraçadinho com quem se ama não é nada ruim –, o problema é que estávamos na grama fria, já que deixamos nossas barracas e sacos de dormir no acampamento, sem mencionar o vento cortante.

Acordei com a luz irradiando meus olhos e vi uma Sophie assustada e tensa. Ela olhava para os lados e tremia – de medo, acho.

- Ei! O que aconteceu? – eu a sentei no meu colo.

- Ouvi uns barulhos estranhos.

- Estamos no meio do mato. Tem bichos por aqui sabia?

- Eu sei. Acho que eu tô ficando paranóica...

- É só o medo. Sabe a melhor coisa disso tudo?

- Isso tem alguma coisa boa?

- Claro que sim! Estamos juntos. Nada pode nos separar agora.

- Essa foi uma das razões para eu me apaixonar por você. Você é fofo – ela me roubou um beijo.

Nós fomos dar uma olhada para ver se alguém estava por perto e resolvemos comer alguma coisa. Ficamos conversando e brincando um com outro até a noite cair. Ela ficou desapontada por ninguém nos achar. Fiz uma fogueira e tentamos dormir perto do fogo, quando ouvimos barulhos de passos vindos da trilha.

Eu corri com minha lanterna e vi dois guardas florestais falando que nos acharam no rádio e correndo até mim.

Fomos até Sophie e eles nos levaram para o acampamento. Lá viram se estávamos machucados e nos liberaram para voltar para casa. Enquanto guardava minhas coisas, vi Leo falando com Sophie.

- Bebê! Como você tá? Fiquei tão preocupado! – ele segurou a cintura dela e tentou beijá-la. Sínico.

- Seu manipulador, crápula, falso! Eu não pude acreditar que eu caí no seu papo de gostar de mim! Drogou o meu namorado pra me fazer acreditar que ele me traía! Vai pastar com aquela garota que você pega!

- Não estou entendendo nada!

- Josh me contou tudo! Você e sua quadrilha drogaram ele e me fizeram acreditar que era um canalha como vocês!

- Você vai acreditar nele?! – ele já estava fora de si.

- Eu acredito nele! Foi só você me ver longe e já agarrou outra pra a sua coleção! Eu tenho nojo de você Leo! Nojo!

- Olha como fala comigo, garota! – ele segurou o braço dela. - Se eu quiser, eu posso acabar com você!

- Você é louco?! Tá me machucando! – ela mexia o braço e ele segurava mais forte. - Me solta!

- Cara, solta ela. Não queremos confusão, não é mesmo? – eu disse chegando ao lado dele.

- Acha que pode comigo, heroizinho?

- Não só acho, mas posso te quebrar inteirinho, membro por membro se você não soltar a minha namorada. Agora!

Aquele filho de uma porca me socou no olho. Eu, sendo quem sou, revidei e virou uma briga boa. Nenhum daqueles ingratos veio ajudar o pobre Leo caído no chão, se retorcendo de dor. Claro que eu levaria uma advertência ou suspensão, mas ver o cara que tinha me sacaneado no chão por minha causa não teve preço.

Fomos para o ônibus e voltamos para casa. Ficamos a noite inteira mandando mensagens um para o outro e vivemos felizes para sempre.

SÓ QUE NÃO...