–O. K. – eu disse bufando – A garota é a Thalia. Satisfeitos?

Will me olhou espantado e Percy só riu.

–Cara, eu não queria ter de lhe dizer isso, mas você está ferrado. – Will disse.

–Eu sei que estou. – eu disse.

-x-x-x-x-x-x-x-

P.O.V Nico

-Isso não ajuda o Nico em nada. – Percy disse.

-Mas ele está com certeza ferrado. – Will disse dando de ombros.

-Mas nós precisamos ajudá-lo. – Percy disse.

-ajudá-lo como? – Will perguntou – Thalia é a garota mais irritada, punk e que tem um soco bem forte que eu já conheci.

-Mais e a Clarisse? – Percy perguntou confuso.

-Só perde para a Clarisse. – ele respondeu.

-Eu ainda acho que precisamos ajudá-lo. – Percy dizia.

Will iria dizer algo, mas eu o interrompi.

-Será que dava para vocês pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui? – eu disse.

-Desculpe. – Will e Percy disseram juntos.

-Eu não preciso de ajuda certo? – eu disse.

-Não imagina. – Will disse sarcástico – Sou eu que gosto de uma garota que não pode namorar.

De repente Will ficou calado, parecia que estava pensando em algo.

-Putz – ele disse de repente – eu estou completamente ferrado também.

-Ferrado por quê? Também gosta de uma caçadora? – Percy perguntou.

-Porque você faz isso comigo papai? – Will disse olhando pro teto – Por quê? Por quê?

Will começou a falar porque sem parar e continuava olhando para o teto.

-Acho que ele ficou maluco. – eu disse a Percy que concordou.

-Muito maluco.

Will parou de olhar para o teto e foi até a cozinha. Quando ele voltou estava cheio de pacotes de salgadinhos e algumas latas de Coca-Cola.

-Nosso almoço. – ele disse jogando uma lata de Coca-Cola pra mim.

-Salgadinhos e Coca-Cola? – eu disse.

-Prefere vento? – ele perguntou.

-Como se come vento? – o idiota do meu primo perguntou.

-Percy não fale só come o.k.? – eu disse.

-O. K. – ele disse cabisbaixo.

Nós começamos a comer os salgadinhos enquanto assistíamos a um jogo de futebol americano que passava na televisão.

P.O.V Rachel

Thalia estava toda encolhida em um quanto do seu quarto e parecia pensar em algo muito importante.

-Ele não pode gostar de outra garota, ou, pode? – ela perguntou.

-Ele tem todo o direito de gostar de quem quiser. – eu disse e recebi um olhar repressor de Annabeth.

-você não está ajudando. – ela me disse.

-E se ele gostar de outra garota? Como eu fico? Vou ver ele com ela a vida dele toda e não vou poder absolutamente nada. – Thalia já estava a ponto de chorar.

-Olha aqui Thalia – eu disse chamando a atenção dela – se você quer tanto o Nico, porque não fala que gosta dele logo de uma vez. Não importa se Ártemis, Zeus, ou, Hades não gostem disso, a vida é sua e você pode fazer o que bem entender dela. Você já é praticamente uma adulta, então aja como uma e se declare logo mulher. Vire dona da situação.

Thalia me olhou espantada e Annabeth me olhava confusa. Depois de alguns minutos Thalia fungou e se levantou.

-Você tem razão. – ela disse – Está na hora de mostrar que eu já estou crescida o suficiente para tomar minhas próprias decisões, afinal eu nunca liguei pro que meu pai pensava ou achava mesmo.

Dito isso ela foi ao banheiro enxugar alguma lagrimas e voltou de lá sorridente.

-O que você vai fazer Thalia? – Annabeth perguntou.

-Vocês vão ver. – ela disse e saiu do quarto.

-Acho melhor irmos atrás dela. – eu disse a seguindo.

Annabeth fez o mesmo e nós fomos até a sala. Will, Percy e Nico estavam assistindo a uma partida de futebol americano e não perceberam a nossa presença. Thalia pigarreou e eles a olharam com as sobrancelhas arqueadas.

-Que foi? – Will perguntou.

Eu nunca havia reparado no Will, mas ele até que é bonito.

-Preciso falar com você Nico. – Thalia disse. Nico estava prestes a se levantar quando Thalia disse – Agora não. As 09h00min h no jardim.

Dito isso Thalia saiu em direção ao seu quarto. Todos olharam confusos pra ela e para Nico.

-Você fez alguma coisa Nico? – Percy perguntou.

-Pelo o que eu saiba não. – ele disse, mas depois arregalou os olhos – Acho que eu acabei de me ferrar mais ainda.

Do que ele estava falando?

-Se ela descobriu você está mesmo. – Will disse.

-Descobriu o que? – eu perguntei curiosa.

-Espere pra ver. – Will disse.

-Pobre Nico. – Percy murmurou.

-Eu não estou entendo mais nada. – Annie disse.

-É melhor nem entender. – Nico disse.

-Gente louca. – murmurei.

-Olha quem fala à garota que solta fumaça verde pela boca. – Will disse. Idiota.

-Engraçadinho. – eu disse.

-Vocês não sabem o que Thalia quer comigo? – Nico perguntou apreensivo.

-Mesmo se soubéssemos não diríamos a você. – Annie respondeu.

-Belas amigas eu tenho. – ele murmurou – Ela não quer me matar né?

-Claro que não, pelo menos eu acho que não. – eu disse.

-É hoje que eu morro. – Nico disse subindo as escadas.

-Coitado do fantasminha. – Percy disse.

-Não sei o que Thalia vai fazer, mas já tenho peno do pobre Nico. – Will disse – Ele era tão novo.

-Will o Nico não vai morrer. – eu disse – Thalia não teria coragem de matá-lo.

-Se você diz. – ele deu de ombros.

P.O.V Thalia

Eu preciso resolver a minha situação com Nico. Eu não posso mais fingir que não gosto dele, e nem ignorar o que eu sinto. Provavelmente Zeus, Hades e principalmente Ártemis vão querer me matar depois de hoje, mas eu preciso ir em busca da minha felicidade, e o que me faz feliz é Nico. Eu devo estar parecendo uma filha de Afrodite agora, mas o amor é assim.

Depois de um tempo pensando em como dizer a Ártemis que eu havia me apaixonado, eu resolvi escrever uma carta e mandá-la a ela por Hermes. Eu devo ter passado uns dez minutos escrevendo a carta, mas eu queria ter certeza que nela estaria escrito tudo o que eu sinto e quero. Nela dizia que eu sentia muito, mas teria que sair da caçada. Ártemis não ficaria contente com isso, mas ela já se apaixonou um dia e sabe como é ruim perder quem se ama.

Nico havia dito que eu ficava legal sem toda aquela maquiagem pesada, e eu ficaria sem ela se fosse preciso.

Eu tomei um banho demorado e sai do banheiro com a toalha em volta do meu corpo. Eu estava prestes a ir escolher uma roupa quando eu vi uma carta em cima da minha cama. A peguei e comecei a ler. A carta era de Ártemis, e nela dizia que ela sentia mesmo e que não sentia raiva de mim, pois Afrodite nos últimos tempos tem juntado muitos casais, e que provavelmente eu seria uma vitima também.

Agora eu estava oficialmente fora da caçada, e poderia ir atrás de Nico.

Depois de me arrumar e tentar ao Maximo não usar muito preto, eu desci até a cozinha para falar com Annabeth.

-O que você vai fazer Thalia? – Annie me perguntou desconfiada.

-Nada de que eu me arrependa depois. – eu disse.

-Você não vai matá-lo né? Porque ele perguntou isso antes, e Nico é um garoto legal. – ela disse.

-Claro que eu não vou matá-lo. – eu disse.

-Está frio lá fora, não acha melhor colocar um casaco? – Annie perguntou.

-Não precisa mamãe. – eu disse sarcasticamente.

-Nico já está lá fora a uns dez minutos. – ela disse.

-Me deseje boa sorte. – eu murmurei indo à sala e abrindo a porta que dava para o jardim.

Eu precisava fazer isso. Eu preciso dizer o que eu sinto a ele, e ver se ele sente o mesmo.

Eu fui andando até onde Nico estava. Ele estava sentado em um banco. Vestia um casaco de couro preto e roupas escuras. Ele estava muito bonito.

É agora ou nunca. Pensei chegando mais perto dele. Quando cheguei perto o suficiente ele se virou pra mim e me cumprimentou.

-Olá Thalia.

-Oi Nico. – eu disse.

Ele me deu espaço no banco e eu me sentei ao seu lado.

-Então, o que queria falar comigo? – Nico foi direto ao ponto. Droga.

-Promete que não vai rir da minha cara, ou, desejar que eu nunca tivesse nascido? – perguntei evasiva – Ou me odiar por toda a eternidade?

-Eu nunca te odiaria Thalia. – ele disse. Suspirei. Essa era a hora.

-Sabe quando você gosta de alguém que você desistiria de tudo por essa pessoa? – perguntei e ele assentiu – Eu estou nessa situação.

-Você está apaixonada? – ele perguntou espantado e triste?

-Sim estou. – eu disse e vi tristeza em seu olhar.

-Isso é ótimo Thalia. – disse formando um sorriso falso nos lábios.

-Isso não é ótimo. Eu estou apaixonada por uma pessoa que não posso ter.

-Está apaixonada por Luke? – ele perguntou cabisbaixo.

Espera aí, ele disse Luke?

-Luke é passado. – eu disse.

-Então você está apaixonada por quem? – ele disse se levantando e indo embora.

-Por um idiota que não percebe. – eu disse indo atrás dele.

-Então porque não diz a ele que está apaixonada por ele? – ele disse parando, mas não se virou.

-Porque eu já disse, mas ele não me escuta.

-Então diga a ele de novo. – ele disse se virando pra mim com uma expressão triste.

-Talvez eu não deva dizer e sim agir. – eu disse.

Eu ainda tinha um pouquinho de esperança quanto a Nico gostar de mim, mas eu preciso ter certeza absoluta disso.

-Porque não vai procurar ele? – Nico perguntou se virando de volta.

-Ele é muito lerdo e não consegue perceber que eu já o achei. – eu disse.

Nico pareceu não entender, e já estava pronto para ir embora quando eu puxei seu braço. Nós ficamos a centímetros um do outro. Eu o olhava e ele olhava para mim com aqueles olhos negros.

-Você ainda não descobriu não é? – eu perguntei num fio de voz.

-Acho que já descobri. – ele disse.

Nico desmanchou a pouca distancia que existia entre nós e me beijou. Um beijo calmo e doce. Trovões se ouviam ao longe. Com certeza Zeus havia presenciado essa cena e não estava nada feliz com isso.

Eu e Nico nos separamos com alguns selinhos quando o maldito ar faltou. Nico olhou nos meus olhos e abriu um pequeno sorriso zombeteiro.

-Você não vai me bater ou me matar certo? – ele perguntou.

-Acho que Zeus vai fazer isso por mim. – eu disse o abraçando.

-Thalia? – ele disse.

-Sim? – eu disse me separando dele.

-O que Ártemis vai dizer e fazer sobre isso? Você é uma caçadora. – ele disse preocupado.

-Ártemis não pode fazer e nem dizer nada, eu não sou mais uma caçadora. – eu disse.

-Não? – ele perguntou com um sorriso.

-Não. – eu repeti.

-Sendo assim eu acho que posso fazer isso sem culpa alguma. – ele disse e me beijou.

Esse poderia ter sido meu segundo beijo com Nico, mas eu já os amava. Mais trovões se ouviam, e agora havia raios no céu. Aos poucos começou a chover e eu e Nico nos separamos.

-Sabe – eu disse – eu nunca beijei na chuva.

-Seu pai vai querer me matar. – Nico disse.

-Eu sei. – disse suspirando – Mas eu não sou mais uma caçadora, e Zeus não manda em mim.

-Só espero que ele não me mate enquanto eu estiver dormindo.

-Acho que ele não te mataria enquanto você dorme. Ele iria querer te ver acordado. – eu disse rindo.

-Isso, vai rindo Grace. – Nico disse rindo também.

-Afrodite impediria Zeus de te matar. – eu disse.

-Tomara. – ele disse – Acho melhor entrarmos. Estamos encharcados e podemos pegar um resfriado assim.

-Sim senhor papai. – eu disse brincando.

Nico entrelaçou nossas mãos e fomos correndo até a casa. Enquanto corríamos riamos que nem duas crianças brincando na chuva. O amor faz isso com a gente.

Nico parou quando estávamos quase chegando à porta da frente e olhou no fundo dos meus olhos.

-Thalia. – ele disse.

-Nico. – eu disse.

-Eu te amo. – ele disse.

Quase cai pra trás. Nico disse que me ama. Ele me ama.

-Eu te amo. – eu disse e dei um selinho nele.

Logo em seguida sai correndo e ele veio atrás rindo.