Capitulo três – Quase beijo

POV Scorpius

_Ora vovô eles estão aqui fazendo a mesma coisa que nós, passando férias. – eu comentei displicentemente prestando atenção no jogo da TV.

_Respeito para falar com seu avô Scorpius. – a vovó me repreendeu.

_Incrível os Weasley terem dinheiro para alugar uma casa. – o meu avô continuou falando e meu pai fez uma careta.

_Papai, eu também não sou muito chegado a eles, mas não precisa falar desse jeito. O Potter e o Weasley salvaram minha vida na batalha de Hogwarts. – meu pai falou sério e meu avô revirou os olhos.

_Uma divida com o seu maior inimigo... – ele começou, mas o meu pai o cortou.

_Não éramos inimigos, só não nos gostávamos na escola. Não tenho mais nada contra o Potter e o senhor também não deveria ter. Era uma rixa de criança, passou. Chega. – ele disse nervoso e ouvimos a campainha tocar. Minha mãe se levantou e foi atender. Ouvimos o riso dela e a mesma dizendo “entre”.

_Scorpius, Albus está aqui. – ela comentou entrando na sala com o meu amigo atrás dela, meio sem jeito.

_Ei idiota. – eu cumprimentei, me levantando.

_Rose me disse que você estava aqui então eu vim ver se era verdade e também dar um jeito de sair daquela bagunça. – ele comentou sorrindo. Nós subimos para uma sala de jogos lá em cima e eu suspirei.

_É incrível, nós não combinamos nada e somos vizinhos. – eu comentei me jogando em um puff que tinha lá perto e o Al se sentou em uma cadeira.

_Não é? Na hora que a Rose comentou que o insuportável do Malfoy estava aqui e era nosso vizinho eu nem acreditei. Achei que ela estivesse mentindo. – ele falou rindo e eu revirei os olhos.

_E desde quando a Weasley mente? Aquela menina é uma maquina de sinceridade. – eu falei e ele riu.

_Conheço a Rose mais do que você meu caro, sei quando ela mente. Mas e ai, quando eu cheguei você e o seu avô pareciam estar brigando, houve algo? – ele perguntou e eu suspirei, começando a contar.

POV Rose

Achar o Al e me esconder do James, achar o Al e me esconder do James... CADE AQUELE PRIMO “BARRA” MELHOR AMIGO “BARRA” IDIOTA? Eu já andei por metade dessa mansão e nada. Vi Dominique jogada no sofá e resolvi perguntar:

_Dominique, você viu o Al? – ela me olhou com pouco interesse.

_Não. Pergunte a tia Gina. – é, acho que agora eu entendi porque o James e ela não continuam se “pegando”. Dominique realmente não é uma pessoa muito agradável.

_Obrigada pela não ajuda. – eu falei antes de sair e escutei um “vá se ferrar”. Isso que eu chamo de uma garotinha educada, queria saber onde a tia Fleur errou. Com um sorriso no rosto eu fui até a cozinha, procurar a tia Gina. Cheguei lá e a vi conversando com a minha mãe e com o James... Tentei sair da cozinha o mais rápido e o mais discretamente possível, mas parece que aquela praga enxerga longe.

_TE ACHEI CENOURINHA. – James berrou e eu me virei para ele com uma carranca. – AGORA VOCÊ NÃO PODERÁ MAIS FUGIR DE MIM.

_Não me diga James... E para de gritar que eu não nasci surda. – eu falei ainda emburrada e elas riram de nós dois.

_James não estresse a Rose. – tia Gina falou com ar de riso ainda e eu bufei, ela não vai ter muita moral com o James se continuar rindo igual a uma hiena.

_Mamãe, esse é um assunto entre eu e a Rosinha, deixe que a gente se entende não é mesmo? – ele falou e eu revirei os olhos.

_Não é não. Não tenho nada para resolver com você James, NADA. Entendeu? Vim aqui por causa da sua mãe. Tia Gina, a senhora sabe onde o Al foi? – eu perguntei antes que o James me interrompesse com mais gritos e escândalos.

_Ele foi à casa do vizinho. Segundo ele acho que o Scorpius estava lá, uma coisa assim. – tia Gina respondeu com um sorriso no rosto. Argh, se ele esta na casa do Scorpius eu não vou poder ir lá ver ele e vou ter que aguentar o James... A não ser que eu vá para a casa do cara de fuinha.

_Mamãe, eu estou indo na casa do Scorpius ver o Al, acho que eu volto antes do jantar. – eu falei apressada saindo pela porta dos fundos. Cheguei até a porta da mansão e pensei duas vezes antes de bater, vi James saindo pela porta da frente e bati rapidamente. Uns segundo depois uma mulher bonita atendeu a porta.

_Olá, o Scorpius está? – eu perguntei ficando meio corada. Nem pra atender a porta aquele loiro idiota serve.

_Sim, quer que eu o chame? – eu fiz que sim com a cabeça. – Você é...?

_Weasley. Rose Weasley. – eu dei um sorriso amarelo quando ela gritou que eu estava na porta querendo vê-lo. Quando ele apareceu na porta ela deu um sorriso malicioso e nos deixou a sós.

_O que você quer? – se ele é mal educado? Não... Imagina. Olhei para fora novamente e vi que James me olhou. Sem pensar duas vezes empurrei o loiro, entrei na casa dele e fechei a porta.

_O Al ainda está aqui? – eu perguntei meio envergonhada e ele me olhou como se eu fosse maluca.

_Não... Ele saiu, disse que ia ver a cidade. Se você veio procurar ele, pode ir embora. – ele falou meio lerdo ainda e eu mordi o lábio, meio envergonhada.

_Faço o que você quiser se me deixar ficar aqui até a hora do jantar. Pelo amor de Merlin. Preciso me livrar do James. – eu quase implorei e ele deu um meio sorriso.

_O que eu quiser? – ok, eu estou com medo do Scorpius, mas era fazer o que o loiro quisesse ou aguentar o James... Eu preferia ser escrava do cara de fuinha.

_O que você quiser... Por favor. – eu pedi mais uma vez e ele deu de ombros.

_Tudo bem. Depois penso no que eu quero. Pode subir, vou falar pra mamãe por mais um prato na mesa. – eu suspirei aliviada.

_Não se preocupe, não vou ficar para jantar. – eu falei rápido e ele riu.

_Weasley, se é pra te livrar, que eu te livre direito. – ele falou rindo e eu levantei uma sobrancelha. Só eu que estou achando que o Malfoy não vai pedir boa coisa? Eu dei de ombros e fiz o que ele disse que foi subir as escadas e esperar ele no corredor.

POV Scorpius

Interessante ter a Weasley nas mãos. Pelo visto a pequena Rose terá que fazer muitos relatórios da monitoria sozinha. Sorri e entrei na cozinha, onde mamãe e a vovó estavam conversando sobre o que fazer no jantar.

_Mãe, pode colocar mais um prato na mesa? Tenho uma convidada para o jantar. – eu falei coçando a nuca, isso soou tão estranho. Minha mãe sorriu radiante.

_Sua namorada irá jantar conosco? – ela perguntou e eu me assustei.

_Não... Quer dizer, sim. A Rose vai jantar, mas ela não é minha namorada. Somos colegas, ela é monitora junto comigo. – eu falei meio sem jeito e ela riu mais ainda.

_E o que ela está fazendo aqui então? – a vovó perguntou com um tom áspero e eu suspirei. Invente uma mentira rápido Scorpius... Vamos lá.

_Veio para conversarmos sobre as coisas da monitoria e como eu não sou mal educado, convidei-a para jantar. Só isso. – eu falei sorrindo. Acho que deu para passar. Mamãe riu mais ainda.

_Tudo bem Scorpius, se não quer assumir sua namorada, tudo bem. Mas eu achei ela linda e pode confirmar o jantar, ela pode ficar a vontade. Chamo vocês quando estiver pronto, o que vai demorar um pouco. – eu suspirei. Agora minha mãe ficaria me incomodando por um século sobre a Rose ser minha namorada. Sai da cozinha e subi as escadas. Acho que somente relatórios não pagariam o favor. Vi ela sentada no corredor e levantei a sobrancelha. Ela por um acaso tem problemas?

_O que está fazendo sentada no chão, sua doida?

_Limpando o chão com a bunda que não é né cara de fuinha. Você não me disse para onde ir, só disse para subir. Eu não sabia em que quarto entrar então resolvi esperar. Vai que eu entrava no quarto dos seus pais ou algo do tipo. – ela disse se levantando e eu suspirei. Caminhei até meu quarto e abri a porta.

_Fique a vontade. – eu comentei após fechar a porta. Ela olhou para o quarto e andou até a sacada e começou a rir. – O que foi? Por que começou a rir do nada? – ela me olhou ainda rindo.

_Nós somos vizinhos de quarto. – ela começou a rir mais ainda e eu continuava sem entender porque diabos ela estava rindo. – Lerdo, vem cá. – ela chamou e eu fui de contragosto.

_Eu não preciso dizer quem é lerdo aqui não é mesmo Rose? – eu comentei me aproximando dela, que revirou os olhos.

_Não estou aqui para discutir Malfoy. Está vendo aquela sacada, na casa ao lado. – ela apontou uma sacada, mais ou menos perto da minha. Eu assenti. – Então, é a minha sacada. Somos vizinhos de quarto. – e ela voltou a rir, sai de lá com a cara fechada, qual a graça de ser vizinho dessa maluca.

_Não estou vendo graça Weasley. – ela continuou rindo. – Tem como você parar de rir de mim? – eu falei contragosto me jogando na minha cama. Ela respirou fundo tentando controlar o riso e se sentou na ponta da minha cama, eu arqueei uma sobrancelha para ela. Tudo bem, eu estava dando abrigo para ela, mas essa intimidade também não.

_Você queria que eu me sentasse onde seu idiota? Eu não vou me sentar no chão. Não com uma cama aqui. – ela falou e eu sorri.

_Meu quarto, minha casa, minhas regras. Você se senta onde eu mandar Weasley. – eu falei me sentando na cama, ela estreitou os olhos me encarando.

_Obrigue-me Malfoy. – ela falou desafiadora e eu não pensei duas vezes antes de começar a tentar tirar ela da minha cama. Ok, a baixinha é forte e bastante resistente. Tudo isso ela deve ao quadribol é claro. A nossa “luta” silenciosa estava pau a pau, mas com um movimento brusco, eu consegui faze-la ir ao chão. Não sei se por reflexo ou de proposito, ela me puxou pelo braço, fazendo que eu caísse por cima dela. Com o choque dos corpos ela gemeu baixinho, provavelmente pela dor porque querendo ou não, eu era bem mais pesado que ela. Nós começamos a nos encarar e desde quando ela tem olhos tão bonitos? Não sei o que me fez ficar assim, parado, encarando ela e ainda pior eu não sei como o meu rosto começou a se aproximar do dela, só sei que quando fui me dar conta nós estávamos quase nos beijando e nós teríamos nos beijado se não fosse a minha mãe entrando no quarto sem bater e arregalando os olhos. Só então me dei conta que eu estava deitado no chão, em cima de Rose Weasley e prestes a beija-la.