PV EDWARD

Já fazia algumas semanas que Bella havia saído da UTI e estava no quarto. Foi uma boa mudança, significa que a situação dela estava estável, mas o coma persistia e nenhum sinal de melhora com relação a isso. Bella continuava ligada a vários fios, tubos e máquinas que preservavam á vida dela e a de nosso bebê. Ela já havia completado três meses de gestação que em uma grávida saudável seria um ótimo motivo de comemoração, já que a fase delicada da gravidez teria passado, mas no caso de Bella não, enquanto estivesse em coma essa fase delicada não passaria.

— Olá! Filho. - diz Carlisle entrando no quarto empurrado o carrinho com o aparelho de ultrassom.

Papai fazia parte da equipe médica que cuidava de Bella, ele cuidava exclusivamente da gravidez de Bella, por motivo óbvio já que não era um bebê comum sendo gerado ali. Papai havia colhido liquido amniótico e descobriu que meu filho também era híbrido, mas que os genes de vampiros estavam em estado latente. Os outros médicos nem podiam desconfiar disso, mas Carlisle tinha credibilidade suficiente para fazer eles se contentarem apenas com as informações que ele repasse sem se ater aos exames.

— Oi! Pai. 

— Oi! Filha. – Carlisle dá um beijo na testa de Bella – Se sua gravidez estiver continuando avançando como de uma gravidez  humana normal eu terei uma surpresa para você agora. – liga o aparelho.

É sempre assim, todos de nossa família que a visitavam falavam com ela, os médicos diziam que era bom fazer isso com pessoas em coma. Eu mesmo fazia isso por horas a fio. Era uma forma de me manter sã, acreditar que ela ao menos me ouvia me trazia um certo alívio.

Enquanto papai ligava o aparelho de ultrassom eu descobria a barriga de Bella. Já dava para perceber um pequeno volume na parte de baixo do ventre dela. Fiz um carinho ali e me sentei ao lado de Bella para acompanhar o ultrassom. Carlisle passou o gel na barriga de Bella e começou a deslizar o aparelho sobre a barriga dela. Passou analisar o tamanho do bebê, para ver se estava se formando direitinho, e felizmente está tudo normal com ele.

— E agora a surpresa filha. - Carlisle liga a caixinha de som do aparelho do ultrassom e som do coração do meu filho preencheu o quarto.

— Está ouvindo pequena? É som do coração do nosso bebê. - falo emocionado.

— É um pouco mais rápido que o normal, não é ainda como o seu Edward, mas é mais rápido que de um humano. 

— Verdade.- deixo a emoção um pouco de lado e analiso o som do coração do meu filho de maneira clínica- Acha que os genes de vampiro estão se manifestando?

— Não todos, veja o tamanho do bebê é condizente para uma gestação de três meses.

— Tomara que o coração seja tudo que tenha saído do estado de latência.

— Vamos torcer para que seja assim filho. – Carlisle desliga o aparelho de ultrassom, eu limpei a barriga de Bella e a cobri.

— Vou guardar o aparelho de ultrassom e falar com a equipe médica que a gravidez de Bella está evoluindo bem.

— Você odeia mentir pai, sinto muito pela sua situação. – me sento na poltrona ao lado da cama de Bella e segurei a mão dela.

— Não é de tudo mentira, a gravidez dela anda realmente bem, só o coração do bebê que não seria normal ao se comparar com de um humano, mas ele não é totalmente humano então dizer que tudo corre bem não é uma mentira. O que me incomoda é esconder coisas de uma equipe tão boa e dedicada como a que a Bella tem, mas revelar está fora de questão é claro, mas faço isso por uma boa causa. Não se preocupe com isso filho.

Eu assenti.

— Olá! Querido. - disse Esme entrando no quarto e dando um selinho em Carlisle.

— Está tudo bem querido?- questiona olhando para o aparelho de ultrassom.

— Sim, apenas o coração do bebê que esta batendo um pouco mais rápido que de um humano. 

— Está batendo igual ao do Edward? 

— Não, um pouco mais lento. 

— Então os genes de vampiro estão começando a se manifestar. - diz preocupada com a nova informação.

— Apenas com relação ao coração, os outros ainda continuam latentes. Mas isso não é nada preocupante querida. 

— Ainda bem. – diz aliviada.

— Bom vou indo tenho que falar com os médicos. – papai se retira do quarto.

— Oi! Filho. – mamãe se senta no braço da poltrona e me abraça.

— Oi! Mãe.

— Já consegui trancar a matrícula de vocês. O coordenador lamentou muito, ele falou que vocês são duas grandes promessas da medicina e que deseja que Bella fique boa logo para vocês retornarem para a universidade.

— Ela estava tão encantada com o curso mãe já tinha até quase certeza de que ia se especializar em neurocirurgia.

— Bella logo irá acordar filho e poderá realizar esse sonho.

— Você está certa mãe logo ela realizará esse e muitos outros sonhos. 

Alguém bateu na porta.

— Pode entrar. - diz Esme.

— Com licença só vim deixar o jantar do acompanhante. - uma enfermeira deixa a bandeja sobre a mesa.

— Obrigado. 

E a enfermeira saiu.

— Não vai jantar? 

— Estou sem fome mãe.

— Já comeu alguma coisa hoje?

Fiquei em silêncio.

Nem água eu havia conseguido ingerir hoje.

Esme suspirou triste quando percebeu que meu silêncio era um não.

— Filho...

— Mãe é sério não consigo comer nada. Eu não estou sentindo um pingo de fome.

— Você está ficando muito tempo sem comer entre uma refeição e outra.

— Outra hora eu como mãe, eu prometo.

— Quanto tempo acha que seu corpo vai resistir a isso?

Não respondi. Eu sabia que isso não era certo, mas eu não sentia fome alguma.

— Você melhor do que ninguém sabe das necessidades do seu corpo, ingerir comida e sangue é algo vital para você. Como vai cuidar dela se ficar fraco, hein Edward? 

Eu suspirei em derrota. E fui para a mesa.

Comia, mas não sentia o gosto de nada, apenas engolia.

Quando terminei mamãe me fez deitar no sofá cama que tinha no quarto.

Eu também não vinha dormindo direito eu sempre acordava quando um enfermeiro ou médico vinha checar os sinais vitais de Bella ou dar alguma medicação a ela.

Mamãe pôs um travesseiro em suas pernas e eu me deitei apoiando minha cabeça lá, mas me deitei virado em direção a Bella. E começou a fazer cafuné na minha cabeça.

— Quando você vai sair dessa pequena? – sussurrei para mim mesmo a olhando. E uma lágrima escapou dos meus olhos. E minha mãe a limpou.

— Sei que está difícil meu filho, mas Deus não será capaz de interromper um amor tão bonito como o de vocês, ele logo a trará de volta para você filho tenha fé nisso.

E me agarrei às palavras de mamãe como se agarra a um bote salva vidas.

Mamãe começou a cantarolar a música de ninar que costumava cantar para mim quando eu era um bebê, a exaustão tomou conta de mim e logo dormi.