Antes Que Você Vá escrita por Isabela


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente
Mais um capítulo... Àquelas que ficaram bravas com a iminente briga do Theo e da Mianah... - todas, eu acho kkkkkk -, vejam que não foi tão terrível assim.
Fiquei muito surpresa por uma simples alteração no curso da história - que é necessária, porque toda história tem conflitos - ter feito com que os reviews fossem quase nulos - não desmerecendo os ótimos e satisfatórios reviews que recebi, ok meninas? :D eu fiquei muito triste por não ter satisfeito vocês, só quero deixar claro que não vou mudar nada da história por isso. Estamos chegando ao final dela, e prometo que ele será ótimo... então por favor, seria pedir demais que vocês lessem até o final? :D
Boa leitura!
E POR FAVOR LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!



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Capítulo Vinte e Dois

Houve um silêncio agoniante quando nossos olhares se encontraram. Não foi como se ninguém estivesse falando e então o som fosse ausente – foi como se o silêncio de todas as palavras não ditas caísse sobre nossos ombros e nos esmagasse. Ou pelo menos… me esmagasse.

Respirei fundo algumas vezes e reconheci que era minha função iniciar aquela conversa. Eu só esperava que ela não virasse uma discussão – o que sinceramente parecia inevitável. Aquilo era ridículo – eu e meu namorado antiquado discutindo nossa curta relação na sala enquanto meus pais antiquados ouviam tudo do topo da escada. Que bom.

– O que você veio fazer aqui? – comecei. Aquilo não foi como uma lança sendo desembainhada; foi apenas uma pergunta. Eu não conseguia imaginar o que Theo podia estar fazendo ali na sala, junto com meus pais, que aparentemente não gostavam dele, num domingo à noite, quando eu não estava presente.

Theo sacudiu os ombros. Eu não sei se ele estava com mais raiva ou mais triste.

– Só vim trazer aquilo. – ele apontou para um ramalhete imenso de rosas vermelhas que eu não tinha percebido no sofá. Comecei a me sentir ainda pior. – E tentar falar com seus pais, para que eles nos deixassem sair para jantar.

Eu cruzei os braços e me sentei na ponta do sofá, já que Theo não tinha se levantado.

– Se eu soubesse que você vinha, eu não teria saído – falei sinceramente.

– Claro, depois você se sentiu livre de mim e foi quebrar as regras com outra pessoa – o tom dele foi mais amargo do que eu já esperava.

Aquilo honestamente me irritou um pouco, mas acima de tudo, me entristeceu.

– Eu saí porque…

Theo chutou algo para o meu lado, e então olhei a caixinha de Arthur aos meus pés.

– Tudo o que você sabe que eu não gosto, você vai fazer com outra pessoa? – ele me perguntou, indignado.

– Ele é meu amigo, Theo – forcei-me a manter o tom neutro, mas me exaltei um pouco.

– Ele não é seu amigo! Amigos não dizem isso! Amigos não fazem isso! – ele se levantou do sofá e olhou para mim; meus cabelos, minha maquiagem, minhas roupas, meu eu.

– Amigos não fazem o que, Theo? – eu me levantei também, e mesmo ele sendo bem mais alto, ficamos cara a cara. – Esta sou eu! Eu tenho amigos, eu saio, eu me divirto, e meus pais não têm nada a ver com isso! – minha voz já tinha subido cinco oitavas a essa altura.

– E nem eu, pelo visto! – Theo gritou para mim. – Você não se importa que eu não goste quando você desrespeita seus pais, você não se importa que eu não goste de esportes radicais, ande de moto ou saia com “amigos” como aquele cara! Você não se importa com o que eu penso!

– Você não pensa a coisa certa sobre mim! – gritei mais alto que ele. Eu não suportava mais sentir suas palavras me rasgando e silenciando a minha voz. Ele se calou completamente. – Eu não sou a garota que você quer que eu seja.

– Mianah, o que você quer com tudo isso? Bancando a adolescente rebelde, jogando sua vida no lixo…! Você poderia ter um futuro, e eu acredito nisso em você, e eu queria ajudar você, porque você não é essa pessoa! – ele apontou para mim.

– Eu sou, Theo – minha voz falhou. – Essa é exatamente quem eu sou. Sou a garota que você conheceu no Pão de Açúcar. Pensei que você tivesse gostado de mim lá.

– Eu só vi uma garota frágil e perdida. Eu vejo em você só isso; uma garota frágil e perdida.

– Eu não estou perdida – pisquei forte, para não deixar que as lágrimas sequer pensassem em ir para os meus olhos.

Eu não choraria por ele.

– Você está – as mãos de Theo envolveram meus pulsos cerrados. O peito dele bateria em meu queixo se eu o abaixasse, mas meu queixo estava empinado, fitando os olhos dele.

– Eu não estou. Apenas pensei que você tivesse se apaixonado pelo que eu sou, não pelo que quer ou imagina que eu seja. Eu avisei você. Eu sou teimosa, irresponsável, chata, desregrada, despreocupada, impulsiva. Eu talvez não seja o tipo certo de garota para um cara como você.

Minha última frase bateu fundo em nós dois. Porque, apesar de tudo, ambos não queríamos pensar que… bom, a frase “feitos um para o outro” não se encaixava para pessoas como nós.

– Eu me apaixonei pela menina que eu salvei. Pelo futuro que eu salvei naquele dia – disse Theo. – Eu me apaixonei pelo que você contou sobre si mesma; sobre o que você gostava. E eu sei que você ainda é aquela garota… eu quero, eu peço… eu imploro que ela volte.

– Ela não vai voltar, Theo – desta vez foi bem mais difícil conter as lágrimas. – Não me peça algo que eu nunca vou poder dar a você. A única coisa que eu gostaria de te pedir… é que me aceite como eu realmente sou. Seria tudo bem mais fácil então.

Theo sacudiu a cabeça.

– Não consigo lidar com a maneira como você age. Não tem nada a ver com os seus cabelos ou a maneira como você se veste ou…

– Tem, sim – interrompi. – Você sabe que tem. Você precisa admitir que tem.

Theo ficou em silêncio, olhando para baixo, sem soltar meus pulsos. Era difícil me colocar no lugar dele. Eu estava com raiva, assim como ele. Mas… pensando em como ele se sentia… ele estava iludido com sua própria mente, e talvez eu também o tenha iludido. Ele ainda não entendia que eu não podia ser o que ele quisesse, e era irritante que ele ousasse exigir algo tão impossível assim, mas ele tinha seus motivos.

E, bom, eu não queria chorar por ele, mas eu o amava.

Fiquei olhando para o mesmo ponto que ele, pensando em como isso era terrível. Em com amá-lo era terrível. Eu não acreditava em amor verdadeiro, não acreditava em pessoas certas, não acreditava em finais felizes e nem em “para sempre”. Por outro lado, Theo tinha me feito sentir um milhão de coisas que estavam enterradas dentro de mim, e eu sabia que ele sabia disso, e que esperava desenterrar o resto de mim. Mas isso eu sabia que ele não ia conseguir, e, no entanto, negar que eu o amava era impossível.

Eu amava.

Amava. Mesmo.

Excluí da discussão a parte do verdadeiro ou não, porque isso já seria muito complicado. Mas parte de mim sabia que se fosse inteiramente e realmente verdadeiro, nada abalaria. E nós já estávamos abalados.

– Eu precisava de você – Theo sussurrou enfim, e eu sabia o que ele queria dizer. Ele precisava de mim; daquela Mianah que eu fui durante aqueles poucos e curtos dias.

Tudo foi mais forte do que eu naquele momento. Nós já tínhamos gritado um com o outro, e eu quase tinha deixado as lágrimas me levarem. Nós já tínhamos passado por todos os pontos da discussão e eu sabia que ele já tinha entendido que eu não ia ceder, e ele não cederia. Eu já tinha percebido que o amava, e tudo o que pude fazer foi emaranhar minhas mãos nos cabelos dele e colocar minha testa contra seu peito.

– Eu ainda preciso de você – respondi de volta, num sussurro.

Theo desceu suas mãos para minha cintura, inevitavelmente.

– Estamos fazendo um monte de coisas erradas, e isso é ruim acima de tudo porque seus pais gostam de mim agora.

Claro que eles gostam, pensei. Você é como eles.

Sacudi a cabeça.

– Isso é ruim acima de tudo porque não é uma coisa errada boa – falei. – Todo mundo sabe que os erros não são ruins, e sim suas consequências.

– E uma coisa errada “ruim” seria…?

– Eu amar você – respondi.

Theo olhou para mim. Seus olhos tinham um humor inesperado, e eu podia adivinhar um dos motivos. Agora ele sabia que seria difícil eu querer deixá-lo, porque eu o amava. Ele tinha esperança de que eu fosse ceder por amor.

– Ótimo mesmo é que a primeira vez que você diz que me ama já completa caracterizando o amor como uma coisa errada e ruim. Realmente começamos bem.

– Não posso enganar você – eu respondi.

– Não foi assim que eu imaginei que seria.

Eu suspirei.

– Eu não vou dar a você o que imagina, vou dar o que realmente existe. Esta sou eu, e é esta pessoa que está disponível para você. Com cabelos coloridos, tatuagens, roupas estranhas, uma moto, muros pichados e amigos muito diferentes de você.

– Amigos que estão apaixonados por você – disse Theo de modo azedo.

Eu fiquei em silêncio e depois continuei.

– Eu posso dar a você um amor que nem sei se é verdadeiro, um futuro incerto que eu mal posso imaginar e alguns problemas. Eu posso dar a você muita felicidade e talvez tristezas, mas nunca te entregarei minhas lágrimas. Eu posso dar a você essa Mianah. E isso é tudo.

Eu talvez estivesse sendo dolorosamente sincera e direta, mas era melhor assim. Eu via o modo como Theo estava tenso e perturbado, e aquilo me fez sentir mal por ele, mas não ia retirar o que disse.

Theo deslizou um dedo por meu pescoço em vez de responder-me. Ele tocou minhas duas tatuagens sem perceber, e só sabia da existência de uma.

– Você acreditava em “para sempre” antes – ele murmurou.

Balancei a cabeça e afastei meus cabelos da nuca, virando-me para ele e mostrando a nova tatuagem.

Ele tocou o local por alguns segundos e beijou-o como tinha feito naquela noite. Então eu me virei e olhei para ele.

– Eu pensei em você – sussurrei.

– Eu sempre penso em você – ele disse, tocando novamente meu pescoço. – Sempre.

E então ele me beijou. Ele me beijou como sempre, como deveria ser. Lento e depois exigente, gradativamente quente e com muita urgência. Ele sussurrou que me amava e nós fizemos aquele momento ser perfeito de um jeito que ele não imaginava, porque tudo o que pude dar a ele no momento foi aquilo.

Mas nós sabíamos que um de nós precisava ceder. E eu precisava escolher.

E não seria fácil, e ia doer. E precisaríamos aceitar o que quer que acontecesse.

Porque, bem… nada dura para sempre.


Leiam as notas finais :D


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Notas finais do capítulo

LEIAM ISSO
Então, gostaram? Espero que sim! Deixem reviews, por favorzinho!!!
Só quero avisar que estou saindo em viagem internacional e não sei se postarei novamente enquanto estiver viajando, mas JURO que até dia 15 de maio - meio longe, mas é quando volto - tenho capítulo pronto. Vou fazer o máximo para escrever nas poucas horas vagas que terei lá, e nos aviões e etc. Só quero que saibam que NÃO ABANDONAREI A HISTÓRIA!!!!
Deixem reviews, peço novamente. Estou disponível por MP, até sábado - que é quando viajo. Sejam gentis nos reviews... aceito críticas e não desrespeito :D
Aaah e gostaram da capa nova? (não sei se viram, mas eu gostei :DDD)
Beijos, até o próximo capítulo, reviews e MPs... ♥